4. Abandonada

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Fazia pouco tempo que estavam morando juntos num pequeno apartamento com poucos objetos, mas o suficiente para viverem ali. Sasuke trabalhava o dia inteiro e chegava exausto durante a noite, onde via Sakura preparando as refeições ainda com a barriga de grávida. A médica exigiu que ela tivesse repouso e não fizesse nada que pudesse prejudicar a sua gestação, mas ela teimava em praticar ações simples do dia a dia e sentia um prazer imenso em ser a esposa do Uchiha.

Ela poderia ser o que quisesse, mas aceitou ser uma dona de casa, pois sonhava em usufruir essa vida com ele. Nesse período de loucura, até mesmo pensou em abandonar a faculdade para ficar somente com ele. Parecia que Sasuke era o seu oxigênio e dependia dele para viver. Só não esperava que esse ar estivesse contaminado e lhe matando aos poucos.

Não era um casamento oficial, mas morar junto já era um tipo de casamento e todos a tratavam como Sakura Uchiha e isso a enchia de orgulho. No entanto, Sasuke parecia não gostar de toda essa pressão para que houvesse uma cerimônia e um pedido mais formal, pois estava fora dos seus planos.

Durante esses meses, ele nunca agiu de forma amorosa com Sakura. Não andavam de mãos dadas nas ruas, ele nunca deu-lhe um beijo ou sequer um abraço e durante os sonos na cama, ele sempre dormia afastado. Isso começou a incomodar a Haruno que desejava mais atenção, mas a sua mente deturpada criava desculpas para passar pano nas ações do Uchiha.

É apenas o jeito dele! Ele é assim! Deve ter dificuldades em demonstrar emoção, mas no fundo ele me ama! Ele está comigo! Moramos juntos e é isso o que importa!

Apesar dos seus pensamentos criarem uma ilusão para deixá-la mais feliz, era nítido que em alguns momentos, quando a ficha caía, Sakura demonstrava desânimo por tê-lo perto de si, mas tão distante. Durante a noite, quando estavam sentados no sofá assistindo televisão, ela tentou beijá-lo, mas Sasuke virou o rosto fazendo-a beijar a sua bochecha. Sakura ficou desconcertada, mas ao ver aquele sorriso no rosto do Uchiha, ela ficou alegre, apagando toda a crueldade que ele possuía no comportamento perto dela.

Era normal que as mulheres grávidas tivessem desejos sexuais e isso foi explicado por sua médica. Para a sua surpresa, ela poderia ter relações, mas que tomasse cuidado nas posições e que não fossem tão fortes. Em alguns momentos, ela tentou algo com Sasuke, mas ele sempre a rejeitava. Era nítido as suas expressões de asco. Como se ela estivesse cometendo um grande pecado e deveria ser castigada por isso.

Por outro lado, ele também achava que a gestação deixava o seu corpo feio e em alguns momentos tornava os seus pensamentos explícitos.

— A minha médica disse que é normal. Eu já vi relatos de mulheres grávidas que sentiram desejos e conseguiram fazer. Não há problema nisso! — tentou explicar enquanto ele se afastava da cama onde ela estava sentada.

— Você está grávida! É nojento! Não me procure pra isso! — ele fechou a porta e a deixou sozinha no quarto.

Talvez ele só tenha medo de me machucar... Talvez seja isso! Acho que fui um pouco imprudente. — pensou outra vez e naquela noite, dormiu sozinha.

...

Foi na madrugada que Sakura sentiu uma vontade imensa de ir ao banheiro para fazer xixi. Saiu apenas um pouco e logo sentiu a necessidade de ir outra vez. Ficou assim por alguns minutos até sentir um líquido escorrer entre as pernas, deixando-a molhada. Ela ficou assustada e pensou que a bolsa tinha estourado. Sozinha em casa, ela ligou para Sasuke que disse que ficaria trabalhando até tarde naquela noite e nas primeiras chamadas, ela não foi atendida. Desesperada por sentir umas pontadas no pé da barriga que parecia uma forte cólica menstrual, ela ligou para a sua mãe que rapidamente atendeu a ligação.

Consertando o Passado (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora