10. Não Mude o Futuro

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O sótão é o cômodo que fica no último andar de cima da casa. Geralmente não é muito utilizado pela maioria das pessoas. Às vezes servia como um ambiente para guardar tralhas e se tornava de aspecto decadente e abandonado. Alguns poderiam ter medo de entrar devido aos filmes de terror, mas o que fez Sakura temer foi o fato do local ter servido como um laboratório de um médico maluco que sequestra pessoas e as usa em seus terríveis experimentos.

Talvez Orochimaru fosse esse tipo de cientista lunático e Sakura sentiu a pele ficar arrepiada. Caminhou pelo cômodo de pisos e paredes brancas com objetos metálicos. Havia uma mesa no centro, um computador para exames de ultrassom e uma mesa longa com frascos, objetos medicinais e um microscópio. Além de outras coisas que desconhecia no momento.

— Parece que você tem uma clínica aqui dentro! Como você conseguiu fazer tudo isso?

— Apenas movi o meu laboratório para minha casa! Quem vai desconfiar de um médico com o seu próprio consultório?

— Você atende pacientes?

— Atendia, mas depois da máquina, não aceito mais ninguém aqui!

— Entendo! — sentou na maca e o encarou. — O que vamos fazer?

— Algo simples! — se aproximou deslizando numa cadeira de rodinhas e segurando uma prancheta com caneta nas mãos. — Me fale como se sente!

— Aparentemente estou bem. Só me senti mal naquela hora mesmo, mas depois passou.

— Você se sentiu mal com a viagem? Me fale como foi durante e depois!

— Bom... Durante, eu apenas vi uma forte luz branca me cegar e depois não lembro de nada. Só sei que quando acordei, senti um forte enjoo, muita dor de cabeça, vômito, tontura, fraqueza e uma fome. Parecia que eu tinha ficado dias sem me alimentar.

— Interessante! — ficou pensativo enquanto mordia a tampa da caneta. — Os meus ratos também passam mal e acabam morrendo por causa disso.

— Está dizendo que eu vou morrer? — se espantou e ele riu.

— Claro que não! Bem... eu acho que não!

— Isso é loucura! — saiu da maca. — Por que eu fui inventar de cair nessa ideia absurda? Por que eu fui tão burra?

— Por que diz isso? Está arrependida?

— É claro que estou! Eu abandonei os meus pais, a minha vida e a minha filha! E talvez eu nem volte pra casa! A máquina nem está pronta! Por que eu não pensei nisso antes? Eu sou tão idiota!

— Você é leiga! É normal que não tenha conhecimento sobre a viagem no tempo.

— E você nem me avisou que no passado a máquina não estava pronta! Por que não me falou nada?

— Talvez o meu eu do futuro tenha ficado entusiasmado por finalmente ter encontrado alguém para servir como cobaia! Eu penso em testar a máquina em seres humanos, mas quem em sã consciência iria aceitar? Ninguém! Eu poderia até mesmo sequestrar alguém, mas você veio até mim disposta a entrar! Eu não poderia perder essa oportunidade!

— Você foi um grande babaca! — cruzou os braços.

— Peço desculpas de novo pelo meu eu do futuro!

— Falando nisso... Como anda a máquina?

— Mais ou menos! Ainda faltam algumas peças e parece que agora ela não quer ligar.

— Como assim ela não quer ligar?

— Parece que eu não tenho energia o suficiente!

— Como não? Você usa a energia do bairro inteiro! Como não é o suficiente?

Consertando o Passado (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora