Perspicácia

2.4K 248 120
                                    

Capítulo na visão do Sanemi, boa leitura.

Capítulo na visão do Sanemi, boa leitura

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Perspicácia

Ter essa pirralha ao meu encalço me deixa extremamente irritado sem motivo algum e para piorar meu corvo havia me entregado uma mensagem do mestre, ao que parece há um traidor no governo que está utilizando esse oni para embargar a construção da ponte e comendo o dinheiro, um filho da puta desses eu faço questão de matar no soco. Mestre Ubuyashiki pediu para que fossemos com calma e pelo que tudo indica eu tenho sete dias pra resolver antes que a nova remessa de trabalhadores chegue ao local, seria tão fácil meter o pé na porta e sair passando a espada em cada Oni maldito, mas pelo visto teremos que trabalhar infiltrados.

Foram longas doze horas aguentando Sn falando ao meu lado, ao que parece essa Tsuguko quando está entediada não cala a boca e seus lábios bonitos e bem desenhados parecem se mover com graça a cada nova palavra dita... Que maldita. Estávamos a poucos metros de Oishi quando ela parou para ajudar uma senhora com cestos pesados de bambu, ao melhor quando ela me obrigou a carregá-los já que essa molenga incitou que eu não seria capaz. A casa da velha muito bem perfumada com incenso de glicínia que segundo ela era uma tradição de família e após isso tive que carregar Sn para fora da casa.

-- O quê pensa que está fazendo?

-- Você não viu? Aquela senhorinha amável precisava de ajuda. -- Sorriu.

-- Garota não se faça de idiota, esse não é o nosso trabalho.

-- Primeiro senhor Hashira será que pode me por no chão? Eu sei andar sozinha -- Havia deixado de lado o fato de que ela presa a mim como um saco de batatas, então larguei-a. -- Bem melhor, agora voltando ao assunto daquela amável senhora. Ela não conseguiria chegar em casa antes do anoitecer e de certa forma o incenso que ela queima também protege as casas ao redor. Pense o que quiser, pode dizer que desperdicei seu preciosos tempo, mas uma vida não vale menos só porque não está em perigo.

Senti meu rosto se torcer em raiva.

-- Ora sua pirralha folgada, não fale sobre o que não sabe!

-- Tudo bem senhor Sanemi, não precisa se estressar. -- E assim se calou, o restante do caminho foi feito a noite e quando chegamos a Oishi, ela simplesmente se sentou sobre o primeiro banco que encontro e abriu a bolseta que carrega tirando de lá um pano com embrulho que provavelmente é comida. -- Você quer? São dangos e esses aqui são mochis aquela senhorinha adorável que me deu como recompensa pela ajuda.

É inacreditável o quanto essa garota age de forma impulsiva ao ponto de achar que nada mais importa, olhei com vontade de manda-la se calar e voltei a analisar o local em que estamos, a praça deserta, mas por algum motivo não há ameaças mesmo assim não baixarei a guarda, foi quando dei alguns passos para trás que vi o Haori azul e branco e a bainha da nichirin.

-- Vocês demoram. -- Seus cabelos são escuros como a noite e seus olhos intensos, a mulher usa um kimono azul com detalhes em margaridas.

-- Diga de uma vez o que tem. -- Não preciso de formalidades para tratar de um assunto tão sério.

-- Sou Fuyumi hashira e tenha mais modos. -- Revirou os olhos. -- Aqui não é seguro, por mais que não haja Onis os nossos inimigos são outros, então me acompanhem.

Continuei parado, porém ela é uma das ajudantes do mestre então olhei para Sn que já estava de pé ajeitando suas vestes antes de me seguir...

Fuyumi nos levou até uma pousada cara além do vilarejo e informou que nos hospedou como um casal de alcunha Sato.
Mas que grande merda, além de estar com essa Tsuguko contra a minha vontade ainda teremos que dividir o quarto e como se não bastasse, a maldita Fuyumi deixou claro que estamos comemorando nosso aniversário de um ano de casamento, puta que pariu! Vou acabar passando a espada no pescoço dela. Adentramos o quarto e Sn se manteve de pé junto a porta feito um cão de guarda e a outra se sentou em uma das cadeiras.

-- Aqui é seguro. -- Tirou alguns papéis de dentro do kimono. -- Prestem atenção, a construção da ferrovia está atrasada a seis meses e praticamente não há mais trabalhadores no local.

-- E o que temos haver com isso, por acaso esqueceu que caçamos Onis?

-- Que tal calar a boca e me deixar terminar? -- Recentemente fui infiltrada na prefeitura para averiguar uma possível instabilidade e uma certa denuncia de que alguns construtores sumiam e a ossada aparecia no dia seguinte. Começou com cem trabalhadores de Kioto que vieram pra cá contratados, pois vinte homens do vilarejo e agora já temos um total de trezentos desaparecidos, sempre homens trabalhando na construção do túnel e da ferrovia. O governo deve as famílias justificativas, fora a dívida que está se acumulando aos poucos devido aos investimentos e o pior de tudo isso é que provavelmente é uma armação para derrubar a construção e manchar o legado.

-- Então você acha que tem um humano por trás disso? -- Sn perguntou.

-- Exatamente. -- Se perceberam o vilarejo é protegido, e as construções também estavam nessas condições mas alguém retirou todas as glicínias da região da montanha onde ocorreu a escavação e no início achamos que haveria algum tesouro lá dentro, mas depois foi que eu entendi que a ideia é fazer o governo fracassar abalando sua credibilidade e principalmente se levantando contra.

-- E pelo visto você planeja matar o imbecil que fez isso. -- Sn afirmou.

-- Exatamente e espero que não me impeçam.

-- Na verdade não tô nem aí, ele é tão culpado quanto e deve estar lucrando de alguma forma, só me pergunto quem foi que ele tirou de você. -- Não imaginei que Sn fosse tão perspicaz.

-- Isso não deveria te interessar visto que é uma Tsuguko, agora prestem atenção na missão. Não adianta matar o Oni, pois, esse desgraçado que está brincando com a vida das pessoas pode muito bem arrumar outro, preciso exterminar o mal pela raiz! Há um grupo de dez membros do esquadrão de caçadores comigo, mas estão afastados em missões temporárias por essa região e dependo de vocês para achar o homem que criou essa confusão. Devido a baixa procura e a escassa mão de obra o senhor Hao está trazendo pessoas para trabalhar na construção a força e você Hashira será aquele responsável por esse trabalho.

-- Eu vou ser a porra de um mercador de gente? -- Me irritei e ela assentiu.

-- E você Sn a bela esposa dele que atua como a fachada perfeita, uma vez que homens de bens não fazem mal a sociedade não é mesmo? -- Havia ironia em sua voz e só por isso, ouso dizer que esse plano pode funcionar.

-- Amanhã terminaremos com isso. -- Fui bastante incisivo.

-- Não pense que é tão fácil.

-- Nem perca seu tempo ex-caçadora. O pilar do vento só ouve a ele mesmo e ao mestre, agora onde é que eu posso tomar um banho e descolar uma boa comida?

Fuyumi pareceu incrédula com as palavras de Sn.

-- Pilar essa garota vai dar conta do trabalho ou simplesmente está achando que isso aqui é uma pousada de féria?

-- Não pergunta pra ele não, eu estou aqui. -- Sn se meteu sorrindo: -- Não se engane pela minha aparência se sou uma Tsuguko não é atoa. -- E assim se retirou em busca do que mais almejava, ou seja, comida e não serei eu a procurá-la, Fuyumi pareceu prender o riso ao olhar em minha direção e antes que eu pudesse dizer algo a mulher abriu a boca.

-- Ela ainda vai te dar muito trabalho, mas parece que vai colocar um sorriso na sua cara até o fim dessa missão. -- E assim partiu, pelo visto sou o único que está com pressa de finalizar essa caçada.

𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐯𝐚𝐥 | 𝐒𝐚𝐧𝐞𝐦𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora