Cuidados e estresse

1.8K 174 60
                                    

Eu me sentia completamente eufórica, correndo pela floresta, meu mundo parecia eterno e belo como se nada pudesse estragá-lo e então... Houve a escuridão, os gritos de pavor e por fim aqueles tentáculos nojentos enquanto muitos dos meus eram devorados. Eu corri mas para achar minha família, pelos meus e foi então que eu descobri que estava sozinha, a bocarra abrindo sobre meu corpo e enquanto o riso lento se propagava ouvi o barulho dos dentes se fechando em um leve gargalhar ao me engolir. A vibração de seu corpo enquanto eu tentava sair de seu estômago e mais uma vez o horror...



Abri meus olhos notando minha respiração extasiada enquanto me sentava a cama.

-- Fica calma pirralha. -- Olhei para os lados e notei Sanemi sentado na cadeira, meu corpo sobre uma cama e a primeira coisa que fiz foi puxar minhas vestes a abrindo e notando minha barriga toda enfaixada.

-- Onde estamos? -- Passei a mão em meus cabelos os sentindo molhado.

-- Na casa da velha. -- Revirei os olhos.

-- Se ela te escutar falando assim você vai apanhar e não é pouco e como...

-- Vim parar aqui? -- assenti -- O corvo de Fuyumi me avisou sobre seu estado e após a missão eu precisava de um descanso. -- Sanemi cruzou os braços me olhando de maneira séria. -- Eu mandei tomar cuidado e você me aparece com o bucho atravessado!

Respirei fundo.

-- Primeiro que isso aqui em nada tem haver com o lua inferior que matamos e sim com aquele desgraçado que tentou me estuprar e segundo que ele está morto e no fim isso aqui será apenas mais uma cicatriz. -- Reclamei antes de deitar na cama e fechar os olhos.

-- Vamos embora amanhã já passamos muito tempo aqui. -- Sanemi parecia irritado, muito mais do que estou acostumada. Ele se levantou e eu respirei pesado desviando meu olhar pelos cantos, ao ficar sozinha notei um barulho de algo bicando a janela e me levantei lentamente sentindo meu corpo meio amuado, caminhei até o local e abrir a janela dando espaço para o rasante de penas.

-- CROC! QUASE ME MATOU DE SUSTO! CROC! -- Kugumi esfregou seu pequeno rosto no meu e tive de sorrir por estar com ele, depois senti uma leve tristeza por todos aqueles caçadores que foram mortos e seis corvos que ficaram solitários.

-- Estou bem Kugumi, como pode ver foi só um ferimento de raspão.

-- VOCÊ DORMIU POR DOIS DIAS, O HASHIRA ACHOU QUE TINHA MORRIDO! CROC! SHINAZUGAWA PREOCUPADO PARECE O DIABO, CROC! -- Ok, eu segurei minha vontade de rir, esse corvinho têm horas que não pensa, mas o que me espantou mesmo foi o tempo que fiquei apagada. Respirando fundo pedi para que Kugumi calasse a boca e ele pousou no meu ombro, discretamente caminhei pelo quarto até abrir a porta do quarto e saí de fininho, descemos as escadas e o cheiro da comida invadiu minhas vias nasais.

-- Que cheiro bom, Kugumi vou descolar um cadinho pra gente. -- Meu corvo balançou o bico, ele estava com a cabeça jogada para trás e o bico aberto com a língua para fora como se o cheiro o entorpecesse e isso chegava a ser engraçado.

Andei até a cozinha e vi que a comida se tratava de um bolo e olhei para o lado observando Sayu mexer com pétalas de rosa.

-- Sn que bom que acordou, mas não deveria estar de pé. -- Ela se aproximou me entregando uma das pétalas. -- Pode comer são uma delícia. -- Sorriu.

-- Eu nunca... -- Nem terminei de falar pois Kugumi devorou tudo. -- Seu fominha! Já conversamos sobre isso.

-- CROC! SN LERDA, A COMIDA ESTÁ UMA DELÍCIA! -- Revirei os olhos enquanto Sayu fazia carinho abaixo do bico.

-- Seu corvo abusado. -- Kugumi saiu voando até a janela e me sentei na cadeira olhando a casa. -- Será que posso falar com a Fuyumi?

Sayu sorriu antes de me levar até o escritório de sua mestra que estava a limpar sua espada. Assim que entrei ela se despediu e nos deixou sozinha:

𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐯𝐚𝐥 | 𝐒𝐚𝐧𝐞𝐦𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora