Reflexões

989 74 94
                                    

Finalmente, eu acabei meu trabalho, ando tão cansada que poderia comer umas seis tigelas de tempurá e duas de kakesoba, fora todos os mochis e chás.
Depois de me reportar ao senhor Ubuyashiki e entregar o relatório da missão, fui para a casa da mestra, no meio do caminho encontrei com meu mestre sorridente carregando um pequeno embrulho em mãos.

-- SN! -- Encarei meu mestre indo até ele.

-- Está voltando da missão? -- Questionei curiosa pelo embrulho.

-- Não! Eu estou levando um doce para aquela usuária da respiração da natureza, ela meio que desmaiou e terá de sair comigo em missão. Ele parecia um pouco desconfortável.

-- Mestre, você a fez treinar até a exaustão?!

-- O QUÊ? NÃO! Não foi por isso que ela desmaiou... Olha, você conversa com ela depois. -- Regoku ficou extremamente vermelho e apertei a bochecha dele de leve.

-- Mestre, o que foi que você fez?

-- EU? NADA! SN, VAMOS LOGO! -- É tão engraçado quando o mestre Regoku fica envergonhado e fofo também.

Seguimos em silêncio até a mansão borboleta.

-- Passará a noite aqui? -- ele questionou.

-- Ainda não sei. Talvez eu vá para casa.

-- E vai ficar bem sozinha? Eu devo voltar de madrugada, quer que eu durma com você? -- Meu mestre é sempre tão amável e eu gosto disso. Olhamos para o lado e só pude ver Uzui rindo alto.

-- São sempre tão extravagantes! -- O Hashira do Som se aproximou, bagunçando meus cabelos e cumprimentando Rengoku. -- Vamos Kyo antes que alguém tente te matar, por não entender direito.

Nem precisei pedir por explicações, sabemos exatamente que ele está se referindo a Sanemi. Segui para a sala da Kocho, onde ela me examinou pessoalmente. Desde que apareci aqui mancando, ela afirmou que eu sempre vou passar pelas mãos dela, então ficou repetitivo: após ir até Oyakata-sama, eu venho direto até ela.

-- E como foi o teste?

-- Magnífico! -- Sorri abertamente, lembrando de cada ato antes de mexer nas minhas vestes e tirar de lá um frasco. -- Trouxe itens de pesquisa. -- Coloquei todos os seis tubos na frente da minha mestra.

-- Isso são...

-- Sim, são partes dos oni em que apliquei o veneno. Ele reage com o sol, quanto mais próximo do nascer, mais forte é a petrificação, mas ao longo da noite eles ficam mais lentos e com a glicínia é uma bomba e tanto, mas retarda demais o processo de petrificação. -- Afirmei e Shinobu pegou o bloco de anotações.

-- Mestra, você acha que dá para utilizar isso em um lua? Ou até mesmo no rei deles?

-- Sn, você está sendo bem ambiciosa, mas não é impossível. Só precisamos dar um jeito nesse veneno e o deixar ainda mais forte. Por um tempo, deitei minha cabeça na mesa pensando a respeito do que poderíamos fazer e algo me ocorreu.

-- Mestra! Eu vou voltar naquele vilarejo e conversar com aquela senhora! -- A hashira me encarou confusa.

-- Ela tinha muitas plantas na tenda, mas a flor da noite foi a que me chamou atenção. E se ela tiver mais venenos? Poderemos produzir inúmeros soros e eu vou poder testar tudinho! -- Eu queria estar pulando de alegria, acho que vou começar a estar esses venenos na minha própria pele depois que produzirmos os antídotos, é claro, assim serei capaz de ver com meus próprios olhos o que causa e eu estou tão curiosa, porém minha mestra não precisa saber disso.

-- Se contenha, Sn, você está salivando! -- Fiquei com vergonha, ok, que eu sou um pouco impulsiva para isso, mas não podem me culpar já que eu luto com o que me dão e tenho certeza que meus olhos brilharam, pois agora não vejo a hora de treinar e ficar mais forte para poder bater de frente com uma lua e fazer esse teste pessoalmente!

𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚𝐯𝐚𝐥 | 𝐒𝐚𝐧𝐞𝐦𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora