41. Epílogo

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Um mês depois

Eu não sabia o que era exatamente felicidade, porque para cada um seu significado mudava ou carregava nomes diferentes, até para mim felicidade significava muitas coisas algumas que não mantinham relação específica com as outras.

Apesar de ter como definição tantas coisas, a morte do meu pai me ensinou que a felicidade também era gratidão. Ainda que em dolorosas situações fosse complicado enxergar uma razão para agradecer, mesmo no luto pude encontrar alguns motivos.

Quando meu coração doeu muito ouvindo o pranto da minha mãe madrugadas longas quando pensava que eu estava dormindo pude ser grata, não pela morte e toda dor que trazia consigo mas comemorar a vida. Tudo que meu pai teve, todos os momentos que pôde ter e a família que tanto o amou, a lembrança eterna dele em nossos corações.

Eu consegui sorrir em meio às lágrimas percebendo que aquela dor profunda provinha de uma felicidade intensa; da vida.

Então hoje é sobre ser grata.

Olhando ao redor daquela sala preenchida pelos rostos que estiveram comigo por longos anos, outros que vieram recentemente mas somaram bastante e observar tudo como espectadora deu-me novamente a sensação de gratidão.

Existia um paraíso inteiro nos olhos da minha filha, morreria facilmente para preservar que ele se mantesse firme, não como ilusão do mundo mas como a bondade de seu coração. Olhos que se enchiam com um sorriso furtivo ao pegar um doce escondido na mesa talvez não tão escondido assim.

Grande alegria rondava os olhos de Jackson conversando amistosamente com Yoongi e pareciam novamente aqueles adolescentes que me irritavam. Eu era grata pelo equilíbrio e por eles não estarem tentando se matar agora, principalmente grata a amizade.

Sorrindo atrás da taça de vinho enquanto vislumbrava Jungkook tentando não infartar ao conversar com minha mãe — o que acontecia muito nesse último mês — que estava de passagem na cidade, ela era séria ainda que doce. Eu era grata pela oportunidade do tempo deles se conhecerem, por ela estar comigo.

Grata a Seokjin com sua culinária maravilhosa que me engordava muitos quilos, por seu senso de humor sem graça, pela doçura e compreensão que sentia em seu abraço.

E grata por mim mesma.

Ser feliz por mim mesma e por aqueles que tinha na minha vida.

— É agora, comece a falar ou o vinho pode subir na cabeça de todos. — Jungkook diz me entregando um taça de champanhe. — Seu irmão me contou histórias dele embriagado e Taehyung é um péssimo bêbado, se ainda lembra.

— Seria complicado um bêbado pior que meu irmão.

— Imagine os dois juntos? Puro pânico não tenho condições hoje sabe como é — Ele pisca prestes a chamar a atenção de todos. — ainda estou impressionando minha sogra.

O pequeno tilintar do metal na taça silencia todos no ambiente que voltam sua atenção a nós, meu pulso acelera levemente em antecipação.

— Obrigada. — Agradeço a Jungkook. — Eu queria agradecer pela reunião embora isso possa ser considerado uma festa e ainda que ocasionalmente vocês me verão pela empresa, é uma despedida. Esses anos me mostraram muito sobre mim mesma e como roupa social no calor é um inferno.

Eles sorriem sem saber que apesar dos grandes xingamentos que proferia em épocas de calor sentiria falta disso — do calor nem tanto.

— Mas a oportunidade me permitiu conhecer pessoas incríveis que trabalham nessa empresa e que orgulhosamente chamo de companheiros, espero que saibam que muito dessa empresa quem fez foram vocês e por isso sou muito grata. — Eu sinto a emoção surgindo dentro de mim, lembro do meu pai e os olhos enchem. — M. Tecno era o grande sonho do meu pai e embora não fosse exatamente o meu, tive a oportunidade de sonhar com ele. Essa empresa trouxe a possibilidade de compartilhar uma esperança com ele e nunca vou poder verbalizar o quão especial isso é pra mim.

Xeque Mate • Jjk • LongficOnde histórias criam vida. Descubra agora