Sons suaves começaram ao redor, nosso céu não obtinha o azul anil que tanto seria agradável mas ganhava pesadas nuvens cinzas fechando a visão ampla da pista que tínhamos e apesar de julgar a atmosfera lá fora fria dentro daquele carro estávamos quentes.
Nenhum detalhe fora dos olhares trocados importavam tanto quanto a admissão de sentimentos realizadas, subtendidas como é agora impossível dizer mais porém entendiamos bem.
Uma comunicação baseada em interpretação estava sendo firmada em todas as vezes que mantínhamos o silêncio. Aos poucos começava a entender o que queria dizer nas pausas ritmadas e ele entendia as minhas, cada vez mais partilhamos o íntimo.
— Essa é a primeira vez que você não fala comigo no contexto sexual. — Comenta.
E embora houvesse um toque maravilhado em seu tom fez o sabor na minha boca amargar de imediato. Porque na forma como falava o sentido quebrava era como se visse minhas atitudes refletidas.
Parecia que para mim Jungkook se resumia a um objeto para ser usado e deixado quando enjoasse, as coisas não eram assim muitas de minhas respostas eram baseadas em como achava que ele nos enxergava.
Egoísmo, que levou conclusões precipitadas a uma compreensão errada afinal eu nunca tinha de fato perguntado como ele enxergava o começo daquela relação. Julgava desnecessário porque não queria intimamente deixar que a resposta pudesse nos definir como mais.
Aparentemente não foi preciso sua resposta quando tinha minha conclusão.
— Não gosto quando coloca dessa forma. Parece até que você é um garoto de programa e vou te usar.
— Não estou te julgando, mas gosto de notar as mudanças eu sempre noto quando você muda comigo.
— Nem sempre.
— Talvez. — Suspira. — Nos já chegamos.
Ele desce do carro e logo acompanho-o sentindo a brisa gelada que apesar do choque me traz a sensação gostosa, nesse horário o tempo costuma carregar o frescor faltante no resto das horas.
O clima em Seul é agradável na maior parte do tempo, não temos o calor predominante nem muitas temporadas de frio extremo é um equilíbrio que gosto desde sempre.
Mais um dos detalhes que adoro nessa cidade.
Imersa em pensamentos recobro a realidade para observar a mão estendida pedindo um contato com as minhas, de alguma forma Jungkook consegue transformar simples atos em graus elevados de confiança e intimidade.
É como dizer no gesto "venha comigo, confie em mim" e nesse instante tenho plena certeza que não preciso me preocupar mas não confio em mim o bastante para deixar de pensar nos riscos.
No entanto a conclusão não serve para muito quando num breve sorriso atencioso de agradecimento estendo minha mão entrelaçando um contato.
O caminho nos leva para uma construção aparentemente abandonada, e silenciosa pergunto a mim mesma o motivo de estarmos aqui. Ele não se importa em explicar mas em seus olhos cresce a nostalgia melancólica, o sorriso molda seu rosto mas é triste como a vaga lembrança guardada em pensamento.
Respeitando seu tempo deixo que sinta-se preparado para conversar comigo, o momento entretanto não chega continuávamos a andar subindo degraus precários chegando ao terraço que não é mais bonito que os outros pedaços; parece significar algo para Jungkook.
A vista é composta quase por completo pelo verde das árvores com poucos metros de distância, tornando difícil enxergar as luzes da cidade porém poderia apostar que em noites estreladas seria um belo lugar embora estivesse condenado a desmoronar.
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Xeque Mate • Jjk • Longfic
FanficEssa história vocês já conhecem, o que falta saber é como terminou... Jeon Jungkook um grande empresário se vê perdido em curvas e um par de olhos tão intensos quanto os seus e tudo que seu interior pede é ela. Sem ou com concorrência ele a quer. Dy...