1. Jogo

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Ele me olha sem querer desvencilhar-se e com a resposta presa aos lábios, nosso toque permanece intacto mas essa não é uma decisão sua, mais minha do que dele.

— Entre vários jogos por que especificamente o xadrez senhorita? — Pergunta o interesse envolvendo os olhos transparentes e profundos.

— Senhor Jeon presumo que seja um bom jogador em diversos jogos. Não duvido da sua habilidade. — Essa parte tem uma pequena mentirinha pois eu estou duvidando nesse instante. — Xadrez é um jogo de estratégia e obviamente intelecto. Não sabe jogar?

— Claro que sei como você mesma falou é uma das minhas habilidades. — Seus lábios se curvam. — Se quiser podemos jogar uma partida em minha casa.

— Em sua casa? Por que a preferência?

— Silêncio, estaríamos sozinhos sem grandes interrupções.

Eu não sou inexperiente, consigo enxergar claramente suas intenções sobre as palavras educadas, essas entrelinhas não são difíceis de ler mesmo ele sendo um enigma para a mente o interesse faz ser pateticamente visível. Pode haver múltiplas palavras ditas, citadas e verbalizadas todavia aquela não falada resume seu desejo.

Sexo, puramente sexo.

Não posso mentir que cogitar me entregar é uma ideia bastante tentadora tanto que os pensamentos viajam para caminhos perigosos onde razão e anseios se confundem por um simples impulso. Jeon Jungkook é aquele impulso.

Adentrando furtivamente os sentidos e graças as experiências sou esperta para evitar que uma coesão desnecessária aconteça entre nós, portanto não importa qual seja sua forma de sedução, não vou ceder aos encantos, não hoje.

— É uma proposta convidativa. — Enxergo como se sente, pensando cheio de si que irei aceitar sem condições ao pedido. — Mas sinto ter de recusar, tenho compromisso essa noite e em outras também.

— Você não deixou tantas brechas para que pudesse fazer um pedido formal. — Me acompanha quando saio da pista de dança e os olhares novamente nos seguem. — Como teria tentativas?

— Simples você não as teria.

— Eu não sou um homem que desiste. — Avisa ajeitando a postura como se desse mais firmeza as palavras.

— Eu não sou uma mulher que cede. — Digo.

— Isso parece aquele tipo de jogo que não se pode ganhar.

— Você não pode ganhar mesmo e é um alívio saber que tem essa noção. — Meu sorriso não chega aos olhos e mal se forma no rosto.

Eu deveria estar aqui?

— Desculpe eu me referia a senhorita não à mim. — Se aproxima novamente discreto, esse não é um lugar para grandes como eles diriam "escândalos". — Esses jogos normalmente não acabam bem para uma das partes e essa parte não sou eu.

— Creio que esteja jogando sozinho, certo? — O ego de um homem pode ser facilmente pisado, eles se ressentem de tudo mas a incredulidade parece ter mais haver comigo do que consigo. — Não estamos em uma partida do que quer que esteja pensando Jeon, são situações hipotecas que podem se substituir por outras palavras, apenas. — Concluo voltando a ser presunçosa e desentendida.

— Eu posso pensar em muitas coisas aqui que não foram hipotéticas, quer que cite? — Inclina a cabeça para o lado pondo-se perto ao meu ouvido. — Exemplo meu desejo de tê-la nua debaixo de mim.

— No caso seria em cima de você.

— Admite que tem interesse? — Eu suspiro sentindo o cansaço da festa deveras entendiante. E ignorar este homem é complicado. — Eu posso tirar minhas conclusões.

Xeque Mate • Jjk • LongficOnde histórias criam vida. Descubra agora