Xeque Mate • Jjk • Longfic

13. Imprevisto

Um dos caminhos mais longos que fiz na vida foi o trajeto necessário para buscar meus saltos, repleto de ansiedade e a sensação imprecisa que me fazia morder os lábios.

Poucos vezes na minha existência me enxergava nessa posição, tantas situações fui posta e nenhuma delas causou tanto alvoroço. As que causaram vinham carregadas do mesmo nervosismo que muitos se viam vítimas como um primeiro beijo.

Iniciações de algo desconhecido afloram nervos, alertas, as típicas noções do corpo evidenciando a antecipação da sensação que está prestes a sentir. Mãos suavam e agir coerentemente não parece tão fácil quanto a teoria.

Aquele entretanto não era meu primeiro momento a sós com Jungkook para causar tanta ansiedade, na verdade em nosso primeiro momento sozinhos deu lugar a provocações que se sucederam ao hoje.

Ainda afiados para sermos e provocarmos.

— Dyana. — A voz reverberou e a luz no celular acendeu com a chamada ativa.

O momento de distração fez-me rir pelo esquecimento da ligação sem ser findada, juntamente um pequeno alívio se apossou.

— Você não desligou, garantido que não aconteceu nada. — Comentou cordial e alegre.

— Ah, esqueci completamente desculpe.

— Te espero aqui em baixo.

Enquanto calçava os saltos deixei um pequeno espaço de tempo para olhar o indefinido bem a frente, pensando que eventualmente caminhavamos por lugares ainda não explorados.

Não saber as consequências deixava a sensação de hesitação forte, sendo internamente algo impreciso não conseguiria me preparar para as consequências. Não agradava-me.

Muito na minha vida se baseava em preparação, gostava de saber lidar com qualquer imprevisto que chegasse.

Jeon Jungkook é meu imprevisto inesperado.

Aquele do qual você parece estar bem preparada para lidar mas no fim não há como se previnir do desconhecido, das questões que ninguém sabe o resultado. Como poderia conscientemente resistir a algo que nem sabia estar acontecendo?

Meus pensamentos se bloquearam pois não queria pensar em tudo, traria certezas ou talvez conclusões que não queria enxergar.

— Espero não ter demorado muito. — Nesse bloqueio volto para recepção sob seus olhos atentos.

— Não se preocupe, a espera realmente vale à pena. — Oferece-me seu braço para caminharmos rumo a fora.

— Não acredita nessa afirmação, não é?

— Se tratando de você? É acredito.

Ele não me fez rir embora acreditasse que pudesse com facilidade tornar a frase divertida ou atribuir-lhe um contexto sexual. Todavia, não o fez.

Ele não me fez rir embora tenha disparado batidas errôneas ao coração.

— Uh, para onde estamos...

— Não sei, antes que termine. — Interrompe seguindo para seu carro então paro. — Minha preocupação era saber se tinha feito algo errado, mas queria passar um tempo com você. É quase estranho não ter alguém querendo me estrangular ao longo do dia.

— Nossa, não é bem o tipo de confissão que eu esperava.

— É, você espera coisas sexuais de mim.

— Não gosto de esperar nada de ninguém, basicamente nunca estou esperando então.

— Vem comigo.