8. Bispo

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Acho impressionante como tudo pode sempre ser pior do que está ou melhor depende de onde a qualificação cabe.

Quando mais nova tinha um pensamento fixo sobre escolher uma profissão que amava para nunca ser submetida ao desgosto diário no fim do dia — mesmo não desejando de fato trabalhar —, porém por mais que haja amor alguma hora na vida tudo cansa; por mais que seja revigorante ter o privilégio de trabalhar com o que gosto, cansa.

E naquele momento após três semanas trabalhando para dar o melhor me sentia exaurida, foi o momento de sentir todo cansaço mesmo estando ainda num período de trabalho olhando para fora com ruas congestionadas.

Não podia calcular quanto tempo meu trabalho tomava de mim, tudo sempre quer um pedaço nosso para ser doado, não é?

Três semanas passam rápido como um piscar frequente de olhos, foram brigas cansativas, revisão de diálogos entre nós, alguma descontração com risadas inertes e sem faltar Jeon Jungkook.

Porque a provocação ou qualquer tentação ganha nomeação dele, não tem outra razão para tal. Notava que dizer que havia alguém em meu coração o deixou mais cauteloso nas atitudes ou passos, foi quando toda visão de homem irresistível de negócios sumiu e o verdadeiro Jeon repousou sobre meus olhos.

Ele não compreendia obviamente entretanto caminhava sempre nos limites sem forçar por causa desse "alguém" era incrível o respeito e então as brigas pareciam mais conversas opostas e nós apenas diferentes em certos pontos.

Foi quando tudo começou a soar estranho demais.

— Trouxe um café. — Disse despertando meus desvaneios enquanto novamente os sons da cidade adentraram os ouvidos antes longe. — Esse é mais suave que o da manhã.

— Obrigado. — Peço pegando com a mão tão lenta que quase desliza sobre nosso dedos. — Desculpe, não estou na ativa como deveria hoje.

— Quer conversar? Um diálogo amigável? — Um suspiro de satisfação escapa por seus lábios em um vermelho mais acentuado.

— É que tudo cansa um dia sabe? Eu amo tudo que faço, é maravilhoso deixar as pessoas satisfeitas quando fazemos algo. Mas...

— Parece que não temos uma vida fora daqui? — Tenta.

— Não, o problema é não ter tempo para a vida fora dessas paredes, dessas roupas sociais ou empresários. — Solto o ar cedendo. — Não quero magoar as pessoas que precisam de mim.

— Diz isso baseado na pessoa que ama, certo? — Consigo sentir uma ponta de hesitação em seu tom mas julgaria difícil algo deter as palavras.

— Por que gosta tanto desse assunto?

— Gosto de você o que vem junto é mera consequência.

Ele não podia compreender como todas as coisas na minha vida são complicadas e igualmente não diria o porquê de tantas complicações, haveriam dificuldades ou obstáculos para ele.

Facilmente podemos gostar de alguém mas lidar com todos aqueles detalhes não agradáveis dita realmente a capacidade de uma permanência.

— Você me deseja, não fale diferenças. Mesmo que seja esse alguém você não entende, aproveite nosso tempo. — Deixo no ar.

— Jante comigo.

— É uma ordem outra vez?

— Pedido. — Se aproxima virando meu corpo para si sem deixar as mãos fixas em meu corpo, apenas um toque. — Gostaria de jantar comigo?

— Eu preciso ir para casa. — Digo mesmo que sinta vontade de estar um pequeno tempo fora daquele lugar.

— Você vai, eu te levo para casa no fim da noite. Estou te pedindo pouco em vista de todas as coisas que minha imaginação projeta com você, Dyana. — Aproxima-se acariciando meu rosto, gesto que tem se mostrado bastante comum entre nós. — Quero minutos, horas do seu tempo e só.

Xeque Mate • Jjk • LongficOnde histórias criam vida. Descubra agora