Capítulo 16

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Beatriz Howard

Chris estava realmente preocupado comigo, e isso me deixou feliz. Me ajudou a arrumar minhas coisas para levar para o seu quarto, levou comida para mim na cama e sempre me perguntava se eu sentia dor.

Ele adormeceu enquanto eu assistia TV na cama, ao seu lado. Sua mãe já tinha chegado e estava preparando a janta.

Minha cabeça não estava mais doendo. Graças a Deus eu não perdi a memória.

Minha sogra bateu na porta e isso fez o Chris acordar.

— que horas são? — perguntou manhoso.

— oito da noite. Você dormiu o dia inteiro, deve está com muita fome.

— estou mesmo.

— sua mãe acabou de nos chamar para jantar. — ele assentiu e entrou no banheiro.

Me levantei e fui até o closet. Ele separou uma parte para mim. Guardei meu óculos e fui saindo do quarto em direção as escadas. Por um momento até esqueci do meu machucado e fui "pulando" os degraus.

— Beatriz! — Chris chamou.

Eu já sabia que ele ia brigar por eu descer as escadas sozinha.

— ah, eu esqueci.

— você não pode correr e muito menos pular. — cruzou os braços e me encarou sério. — estou tentando te ajudar, mas você também precisa se ajudar.

— eu sei, foi mal.

— vamos jantar logo. — passou pela minha frente.

Ele estava sendo superprotetor, mas eu não vou reclamar.

Imagino que ele fique assim por medo de que alguma coisa aconteça comigo como aconteceu com a garota que ele amou na adolescência. A garota que ele não conseguiu ajudá-la.

— que bom que vieram logo. Fiz lasanha.

— faz tempo que eu não como a sua comida, mãe.

— pois é. Você nunca mais me visitou com frequência.

— prometo que vou melhorar isso.

— está melhor, querida?

— estou sim, sogrinha. A comida está maravilhosa.

— concordo.

O jantar foi muito agradável.

— vocês são tão lindos juntos! Soube que brigaram, espero que tenham feito as pazes. Não quero que você vá embora.

Eu também não.

— nós já conversamos, mãe. Acho que por enquanto está tudo bem.

— ótimo. Se eu souber que você fez alguma merda, Christopher...

— agora pronto! - ele reclamou e nós rimos.

Depois da janta, o Chris foi trocar o meu curativo e passar o remédio no meu machucado. Me sentei no balcão da cozinha e ele trouxe uma maleta com medicamentos.

Enquanto ele cuidava do meu corte, analisei seu rosto. Seus olhos azuis se destacavam no rosto tenso. Ele era muito bonito.

Chris olhou para os meus olhos e sei que ele percebeu que eu estava observando-o e simplesmente (do nada) me deu um selinho.

Aiai, Christopher. O que eu faço com você?

Ele estendeu a mão para me ajudar a sair do balcão e eu desci.

— obrigada, Chris.

— de nada.

Antes de dormir, a Clara me ligou.

Ligação on

— amiga, desculpa por não te visitar hoje. Tive que trabalhar até agora.

— relaxa, mulher. Eu estou bem.

— Chris está cuidando de você, é?

— está. Ele e a mãe dele.

— que fofos. Eu sabia que vocês iam se resolver. Vou tentar ir aí amanhã.

— tudo bem.

— o que você tem? Parece estranha.

— é o Chris. Ele anda muito carinhoso.

— isso não é bom?

— claro que é. Mas eu sei que isso só é uma fase e que quando eu melhorar ele vai me mandar embora de novo. Eu não tenho para onde ir, voltar a morar com meu pai não é uma opção.

— então você vem morar comigo! — eu ri. — se ele voltar a ser como antes, vou mandar o Scott brigar com ele.

por falar nisso, como vocês estão?

— bem. Ainda estamos conversando. Ele é incrível.

— é mesmo. Espero que vocês deem certo.

— eu também. Agora preciso ir, até mais.

— até.

A única coisa que eu contei sobre o meu relacionamento de fachada com a Clara foi que ele me abrigou quando eu precisei e tivemos um lance, mas eu nunca senti nada demais por ele. Tive que usar essa desculpa para não contar a verdade, embora eu queira.

Oitava dose - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora