Os pensamentos se tornam palavras, cuidado com as palavras, elas se tornam ações, cuidado com as ações elas se tornam hábitos, cuidado com hábitos eles se tornam seu caráter, e cuidado com seu caráter ele se torna seu destino. Nós nos tornamos o que pensamos.
Elijah estava na sala de reunião vendo alguns livros antigos, procurando qualquer coisa que pudesse ser útil.
- Oi. - Encostei na parede e isso ia ser a coisa mais difícil que eu ia fazer na minha vida.
- Oi. - Ele respondeu secamente, sem brilho nos olhos, e sem me olhar, era como se ele tivesse a maior certeza da vida dele que havia me perdido para sempre.
- O que está fazendo? - Indaguei adentrando o salão vazio.
- Procurando alguma coisa útil. - Respondeu folheando as paginas de um livro qualquer.
- Eu queria falar com você sobre uma coisa.
- Estou ocupado agora, Anna.
- Por favor, Elijah. - Supliquei.
Ele respirou fundo e parou por um segundo o que estava fazendo. Olhou para mim com desgosto, e desagrado.
- O que você quer?
- Eu sei que eu e você...
- Eu sei que acabou. - Ele me interrompe friamente.
- Parece até que eu não lutei por você... eu lutei... e muito... por bastante tempo. Então por favor me perdoe, se agora que acabou eu estou aqui me reparando com você. - Eu me exaltei por um minuto, mas só por odiar que a culpa seja somente minha.
- Porque você não admite que errou? Seria mais sutil. - Ele responde com as mãos sobre a mesa.
Um silencio pairou sobre o ar, que nesse momento minha vontade era de me enfiar em um buraco e nunca mais sair.
- Olha, a gente pode continuar culpando um ao outro. Ou podemos admitir a dura realidade... não foi culpa de ninguém. Foi uma fatalidade. Um destino.
- Talvez pudesse ter sido tudo diferente... Mas não foi.
Dei uma breve pausa, e senti como se meu coração fosse congelado por um instante.
- Uma coisa mudou entre eu e o Klaus... Nós estamos juntos.
Seu semblante mudou radicalmente do seguro para o inseguro. Ele ficou furioso, triste, zangado, tudo ao mesmo tempo. E eu pude ver assim que eu falei as palavras.
- Eu vi o jeito que olhava para ele. - Ele respondeu com os olhos marejados e o meu rapidamente lacrimejou junto - Era assim que olhava para mim quando estávamos juntos. - Agora eu já chorava silencioso, o que será mais certo, que por direito a gente mereça tudo, ou que a gente mereça, o que nos damos aos outros?
- Pode quebrar meu coração quantas vezes desejar, Elijah. Ele sempre foi seu. Nós construímos um amor inexplicável, e nem um dia se passará sem que eu sinta falta do seu sorriso. - Eu chorava de ressentimento, de culpa, de tudo que um dia eu fiz ele passar. Eu lamentava. E lamentava muito.
- Prometo que esta será a última vez que vai me ver. Não voltarei. Não a farei passar por nada como isso novamente. Você pode seguir sua vida com meu irmão sem qualquer interferência minha. Vai ser como se eu nunca tivesse existido.
Ele sai da sala me deixando sozinha com os olhos marejados, e agora, aquele medo que eu tinha de perder um dos dois havia acontecido. Não irá ter monumentos dedicados a mim e o meu nome em breve será esquecido, mas amei duas pessoas com toda a minha alma e coração e, para mim, isso bastava.
- Anna? Você está bem? - Rebekah chegou assim que Elijah saiu quebrando algumas coisas que estava em seu caminho.
- Você ouviu?
- O quartel todo deve ter ouvido.
Limpei as lágrimas que molhavam minha roupa. E o nariz que escorria frequentemente. Rebekah tentou me abraçar e eu desviei.
- Me deixa sozinha. - Respondi querendo sumir dali se eu pudesse.
- Ei... ei... nós somos irmãs. Somos uma família, sua dor é a minha dor. Nada que diga vai me afastar de você. Eu te amo. - Ela me abraçou como jamais ninguém tinha me abraçado, como se todo meu sentimento fosse transmitido para ela.
Não são as ações de uma pessoa que mais machucam. É o amor. Se não houvesse amor ligado à ação, a dor seria um pouco mais fácil de suportar. Mas há uma diferença entre o grande amor e o amor certo.
- Não deixe ninguém dizer que você é fraca. É a mulher mais forte que eu já conheci.
As palavras de Rebekah eram reconfortantes, assim faziam com que eu me sentisse menos morta por dentro, se é que tinha como.
Nunca senti como se tivesse verdadeiramente vivo, embora esteja morto há mil anos, senti uma pequena felicidade ao conhecê-la. O que foi tirado de mim proposital em um breve período de tempo. Não tive a chance nem de lhe mostrar todo amor que sentia, mas talvez quem saiba, meu irmão mostrará.
Ele conseguiu um motivo para a sua rendição. O que eu não consegui fazer em mil anos, ela conseguiu em um ano. Talvez esse seja o destino de sua vida, mudar monstros impiedosos para o bem da humanidade.
- Elijah Mikaelson, que prazer te ver em um bar de copo americano.
Respirei fundo e bebi um gole da dose mais cara que eu tinha pedido.
- Hora dessas, Tristan... Achei que tínhamos mandado você para longe.
- E eu vou. Mas, não antes de se despedir dela. - Ele se senta ao meu lado e pede a mesma dose.
Eu solto um riso desconfortante e sem emoção nenhuma.
- Então beba muitas doses, para encara-los juntos.
- Então, ele finalmente conseguiu. - Ele da um gole simultaneamente com Elijah.
- Meu irmão. Que é meu irmão há mais de mil e tantos anos roubou a minha namorada, e minha namorada deixou. Aproveite-se para sofrer comigo.
- Eu não precisarei nem me vingar de você. A sua vida já faz isso.
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A última Duplicata
FanfictionA calma fascinante nos olhos dela, os deixam loucos. O jeito doce e angelical, os deixam loucos. O amor puro dela, os fascina. Ela é fogo e água. Mas tudo tem seu preço. ❤️🔥 ⚜️Fanfic The Vampire Diaries e The Originals • ⚜️Ambientada em Mystic F...