✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋

Relaxa, Tigre!

Coloquei uma dose do uísque favorito dele na caneca e mexi brevemente toda a mistura com uma colher. Ouvi meu celular tocar em algum canto da cozinha e fui apanhá-lo.

— Ei!

Era Sam. Sua voz ecoou pela ligação e eu o cumprimentei de volta.

— Sammy – Sorri. – Já chegou em Montana?

— Aínda na estrada, mas estarei lá em algumas horas – Sam fez uma pausa. Eu havia pegado a caneca e caminhava em direção ao quarto. – E como ele está?

Eu abri a porta e encontrei um Dean emburrado sentado na cama. Ele estava mau-humorado e gripado, uma combinação explosiva.

— Aínda se comportando como uma criança – Respondo enquanto empurro a porta com o quadril para fechá-la.

— É o Sam? – Dean pergunta. Sua voz estava ainda mais rouca do que o comum. Eu balancei a cabeça positivamente. – Ele está bem? O que aconteceu? Eu disse que era uma idéia ruim ficar no bunker...

— Relaxa, tigre, ele está bem – Falei e então empurrei a caneca em suas mãos. – Sam só quer saber como você está.

— Eu estou ótimo... – Sua frase foi interrompida por uma sequência de espirros.

— Ouviu isso, Sammy? – Perguntei irônica. – Ele está ótimo.

Sam riu do outro lado.
— Eu percebi – Disse. – Boa sorte com ele.

— E você tome cuidado na caçada.

— Eu sempre tomo.

— E me ligue.

— Se tiver problemas eu ligarei, não se preocupe.

— Nada disso, Winchester. Você vai me ligar assim que chegar e amanhã também. Entendeu? – Falei autoritária. Sam riu novamente e concordou.

— Ok, entendido, capitão.

Nós terminamos de nos despedir e eu desliguei o aparelho, deixando em qualquer canto do quarto. Me virei para Dean e o observei enquanto ele encarava a caneca de uma maneira que parecia que ela iria mordê-lo.

— É melhor você beber isso antes que esfrie, Dean.

Eu avisei. Apanhei outro cobertor e me aproximei dele, depois joguei a manta por cima dos ombros trêmulos.

— Eu odeio chá – Ele resmungou fazendo uma careta.

— Eu sei que você odeia chá, mas você também odeia ficar doente e não poder caçar, então você prefere beber essa coisa e poder sair ou não?

Ele me olhou mau-humorado.

— Tudo bem, você tem um ponto – Dean murmurou. Eu ri e me inclinei em sua direção, plantando um beijo em seus cabelos. Depois me afastei e fui até a TV do quarto.

Dean deu um gole no chá e gemeu baixinho.

— Que gosto é esse? – Ele perguntou. – Não é tão ruim quanto pensei que fosse.

— Eu coloquei uísque aí – Falei enquanto apanhava dois DVD's dos favoritos dele. – Achei que fosse ser a única maneira de fazer você beber essa coisa até o final sem que jogasse na privada e depois mentisse pra mim falando que bebeu tudo.

— Como você sabia que eu ia fazer isso?

Eu o olhei por cima do ombro.

— Porque eu te conheço muito bem – Falei e então fiquei de frente para ele e ergui os dois DVD's. – Certo, nós temos Star Wars e temos Os Caçadores da Arca Perdida. Qual desses você quer?

Dean encostou na cabeceira da cama.

— Versão estendida?
Perguntou e eu ergui o de Star Wars. – A escolha foi feita.

Eu ri e coloquei o filme. Dean logo iria dormir, provavelmente não veria nem metade do filme e estaria apagado. No entanto, eu quero que ele se sinta cuidado e confortável. Normalmente ele não tem isso, por muito tempo ele foi àquele que sempre cuidou e nunca teve ninguém que cuidasse dele.

Eu tirei meus sapatos e subi na cama ao lado dele. Dean terminou o chá e estava tremendo bem menos do que antes. Ele deitou sua cabeça no meu colo.

— Ei, baby... – Ele chamou baixo.

— Uhm?

— Obrigado por isso – Ele agradeceu. – Por estar aqui.

Eu sorri e me inclinei para beijar a testa dele. Seus olhos verdes estavam em mim e ele me olhava com gratidão.

— Na saúde e na doença, lembra? – Eu perguntei baixinho. Ele sorriu cansado e balançou a cabeça.

Depois disso, Dean voltou sua atenção para a TV e como previ, pouco tempo depois ele havia adormecido. Eu estava acariciando seus cabelos e percebi quando a respiração ficou mais pesada e seu corpo relaxou. O filme estava na metade quando eu também peguei no sono.