- Will stay? - Forever.

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Dean/Leitora

***

Um ano antes...

- Você vai... vai embora? - Dean indagou, um pouco descrente.- Por que?
- Eu preciso - Respondi, contendo a torrente de lágrimas que com certeza escapariam se não as vigiasse. - Dean, aqui não é meu lugar, pelo menos não agora.
- Mas... - Ele balançou a cabeça, atordoado demais com minha decisão repentina para dizer algo.- S/n, o que houve? Você não iria embora dessa maneira, você não é assim.
Ele poderia até ter razão, mas nunca entenderia o porque de eu ter que partir. Gostaria de nunca ter entrado na vida dele, pelo menos agora ele não estaria passando por isso. Eu me sinto um monstro por magoa-lo dessa forma, mas não posso contar a verdade.
- Sinto muito - Foi a única coisa que consegui dizer antes de jogar a bolsa sobre o ombro e me virar, pronta para sair.
- S/n - Ele me chamou outra vez, vindo ate mim e segurando meu braço. - Eu preciso de apenas um motivo.
Eu estava prestes a chorar, eu não poderia olha-lo ou nunca mais conseguiria ir. No entanto, o único pensamento ao qual me prendi era sua segurança, por isso puxei meu braço.
- Acabou, Dean - Encerrei de uma vez.- Por favor, deixe-me ir.
Ele não falou mais nada, cometo o erro de olhar para seu rosto por apenas uma fração de segundo e quase desisto ao encontrar sua expressão tão torturada. Ele me amava de verdade, assim como eu o amava, e isso o estava dilacerando tanto quanto a mim.
Fechei o rosto e segui em frente, batendo a porta do motel e seguindo para meu carro.
***

Agora...

Riverside, Califórnia.

Estacionei o carro em frente a lanchonete e desci, sem prestar muita atenção ao redor. Estava escurecendo e eu não pretendia demorar ali, apenas trocaria poucas palavras com a garçonete e tentaria descobrir o maximo possível referente ao cara morto há alguns meses.
Quando entrei no estabelecendo, logo fui anunciada por aquele sininhos que ficam nas portas. Algumas cabeças lá dentro de viraram para a recém chegada por pura curiosidade, e logo voltaram-se para suas atividades. Caminhei até o balcão e esperei que a garçonete viesse me atender, então poderia lhe bombardear de perguntas.
Isso teria saido como meu plano, se uma mão não pousasse do nada em meu ombro, me fazendo ficar alerta na mesma hora e bastante tensa também.
- Quanto tempo...
Imediatamente me levantei. Como ele sabia que eu estava aqui? Era impossível que Dean soubesse onde eu estava e tivesse vindo atrás de mim. Ainda mais depois de tanto tempo
- Dean...- Murmurei. Sam estava logo atrás do irmão, nos observando de cenho franzido. Não sei exatamente o que Dean disse a ele sobre minha partida, mas o grandão parece bem perdido.
- O que faz aqui?- Perguntei, esfregando as mãos.
- O mesmo que você - Ele responde. - Está aqui por causa do caso. Não sabia que ainda caçava.
- É - Hesitei.- Desculpe... mas eu preciso ir.
Eu não estava preparada para aquele reencontro, e nunca estaria pois esperava que ele nunca acontecesse. Dean deveria ficar longe de mim, para sua própria proteção.
- Espera - Ele parou outra vez diante de mim, evitando que eu pudesse sair.- Não pode sair assim, é a primeira vez que nos vemos em meses. Ainda me deve uma explicação.
- Eu não lhe devo nada.
- Deve, sim. Você foi embora, do nada. Trocou o carro e mudou de celular, nunca mais tivemos noticias suas. S/n, não sabíamos ao menos se estava viva.
- Dean, eu estou ocupada. Preciso ir.
Passei por ele e em seguida por Sam, saindo da lanchonete sob os olhares dos outros presentes. Entrei em meu carro, estava tremendo e nervosa. A porta do passageiro se abriu e Dean entrou.
- Dean, sai do meu carro - Mandei, nervosa.
- Não ate você me dar uma explicação.
- Eu só vou pedir mais uma vez, saia da meu carro ou...
- Ou o que? Vai atirar em mim?- Ele sorria desafiador.
Droga, por que aquele sorriso ainda mexia tanto comigo? Não deveria ser assim.
- Eu poderia.
- Mas não vai.
- Como pode ter tanta certeza? Você não me vê a um ano. Não sabe do que sou capaz!
Dean me encarou de volta e vi ali o mesmo olhar de um ano atrás. Ele ainda era o mesmo, porem parecia diferente. Parecia mais cansado, ou mais maduro, o que ele vem encarando nos últimos tempos?
- Tem razão - Murmura por fim.- Alias, acho que nunca soube.
Ele estava a ponto de abrir a porta e sair, e tenho certeza de que ele não sairia apenas do carro, sairia também da minha vida e dessa vez eu nunca mais o veria.
- Dean - Chamei, com um impulso repentino. - Você pediu um motivo. E aqui esta ele: Você. Você é o motivo pelo qual fui embora.
- O que?
- Eu queria protege-lo - Confessei. Não poderia esconder mais nada dele. Não conseguiria
Dean merecia saber e eu sou egoísta demais para viver sem ele por mais tempo.
- Me proteger? De que?
- Eu sou amaldiçoada - Respondi, as lágrimas quentes escorriam sem que eu pudesse conte-las. Nunca disse aquilo para ninguém, sempre acreditei que era um fardo para carregar sozinha, mas eu não consigo mais.- Quando era pequena. Uma bruxa se enfureceu pois meu pai matou todo o clã dela. Ela invadiu nossa casa de madrugada e matou minha mae a sangue frio... bem, essa parte você já sabe, mas o que eu nunca contém é que ela também iria me matar. Meu pai chegou antes e ela só teve tempo de jogar um feitiço.
- Por que nunca me contou, S/n? - Dean pergunta. Ele parecia decepcionado, eu não sabia o motivo.- Eu poderia ter ajudado.
- Esse é o problema - Falei.- Ninguém pode me ajudar eu não deveria ter ficado com você por tanto tempo. Eu coloquei você e Sam em perigo.
- O que essa maldição faz?
- Todos que eu amo... em algum momento morrem. Não de uma maneira comum, sombras, sombras profundas que não sei explicar surgem do nada e os levam. Foi assim com meu pai, e com minha avó e com todos os que se aproximavam.
Dean me puxou contra seu peito, abraçando-me forte. Não hesitei na hora de reagir, o abraçando de volta.
- Eu ainda estou aqui - Murmurou, acariciando minha cabeça. Apertei mais seu corpo e tentei parar de chorar. - Vamos dar um jeito nisso, acredite em mim, okay?
Levantei a cabeça e o encarei. Eu sempre tomo as decisões erradas. Eu deveria ter contado a ele antes, evitaria sofrimento para mim e para Dean.
- Eu amo você - Falei. Era a primeira vez que falava isso a ele. Suspirei de alivio, ele ainda estava ali. Sem sombras, ruídos ou coisas assim.
Dean sorriu, como senti falta desse sorriso.
- Também amo você.
Segurei sua nuca e o puxei para beija-lo.
- E agora? Vai ficar?- Ele pergunta, quando nos afastamos.
- Para sempre.

✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora