Leitora/Castiel
***
Desço de minha caminhonete no posto de gasolina. Antes de abastecer, vou até a loja de conveniência comprar alguns suprimentos como salgadinhos e muito enérgico para completar minha viagem até Nevada.
- Oi - Digo ao cara que esta de costas no balcão mexendo em alguma coisa.
Ele se vira para mim, seus olhos azuis como o céu lá fora me encaram.
- Oi... posso ajuda-la?
Aponto para as compras sobre o balcão. Ele parece entender alguns segundos depois e começa a passar os produtos, porém, um som alto e muito estridente invade a loja, estourando as janelas e me fazendo curvar-me sobre meu próprio corpo para proteger-me do som.
Quando o barulho acaba, levanto no meio dos cacos e encaro boquiaberta o rapaz diante de mim que não parece surpreso.
- Que inferno foi isso?! - Praticamente grito ainda sentindo meus tímpanos reclamarem.
- Ahn...- Ele não parece saber o que dizer, a porta da loja se abre e dois homens de terno invadem o local.
Um deles, um de altura mediana e cabelos negros se aproxima de mim que ainda estou atônita encostada no balcão.
- Seu nome é S/n - Diz, mais como uma afirmação do que como uma pergunta.
- Dependendo de quem você é - Murmuro.
Esqueço por um momento do cara atrás do balcão, até ve-lo atrás do segundo homem torno e enfiar uma fava nas costas dele.
O outro que me encarava se volta alarmado para eles e algo pontudo desliza da manga de seu terno.
- Castiel - Suspira.- Parece que vou capturar dois ao mesmo tempo.
- Não, Daniel. Você não vai capturar ninguém hoje.
O tal Castiel estava bem confiante.
- Você não tem graça - Desdenha Daniel.- Não tem força, e ela...
- Ela? - Castiel se volta para mim, encarando-me confuso.- O que tem ela?
- Não esperava que você reconhecesse, sem sua divindade você é apenas mortal. Não tem como saber sobre o que estamos falando.
Aproveito a conversa dos dois para tentar escapar, saindo devagar por trás de Daniel, porém quando vou passar por cima do outro cara morto, sou puxada bruscamente pelo braço.
- Não, aberração. Você vem comigo!
Daniel agarrou meu pescoço e me prendeu junto a seu peito.
- Aberração? Quem você pensa que é para falar assim comigo?
- Ela é uma...?
Castiel começa a perguntar mas se contém, lançando um olhar identificável em minha direção
- Eu sou?
- Não sabe? - Castiel está surpreso.
- Deveria?
- Chega de conversa. Ela sera levada para usarmos sua essência para refazer o feitiço que nos derrubou.
Daniel apertou mais meu pescoço.
- Daniel, cuidado. Não a deixe nervosa.
Estou nervosa. Estou apavorada. Sinto muito mas é um pouco tarde para previni-lo de algo. Algo explode dentro de mim, Daniel me solta gritando, ele esta entrando em combustão. Todo seu corpo se desfaz em pó.
Encaro a cena sem entender.
- O que foi isso?
- Você fez isso - Castiel fala suavemente ao meu lado.
- Eu... eu não...
- S/n, precisa sair daqui. Outros viram atrás de você.
Olho em volta, ele tem razão. Mas não ficarei sem uma explicação, agarro seu braço e o puxo comigo. Quando estamos dentro do meu carro, viro-me para ele.
- Que droga foi aquela?
- Sugiro que comece a dirigir.
Solto um suspiro irritado e ligo motor. Saindo com o carro e entrando na rodovia.
- Pode me contar agora o porque de você ter matado aquele cara? E se você sabe a razão de estarem atrás de mim. Diga também.
- Eles são anjos - Castiel começa.- E estão atrás de você porque você é uma Neflin.
- Certo... eu sou uma o que?
Ele só poder ser maluco. Ainda mais maluco do que os caras que invadiram a loja.
- Neflin. É un hibrido filho de um humano e um anjo - Ele explica.- Eu não reconheci sua natureza de imediato, pois perdi minha graça e agora sou mortal.
- Não, você é pirado isso sim - Digo, inconformada.- Meus pais são de Wisconsin. Eles se chamam George e Lúcia, e nenhum deles é um anjo, pode ter certeza disso.
- Você transformou Daniel em cinzas, são as manifestações de seus poderes. Neflins são muito poderosos, mas também muito instáveis. Essa é razão para existir tao poucos de vocês. É um perigo a humanidade.
- Nossa, obrigado! - Agradeço ironicamente. Lembro-me de quando precisava visitar a Dr. Milles para tratar meus problemas com a raiva. Afasto essa lembrança na hora.
- Pelo que esta agradecendo? - Ele pergunta tombando a cabeça para o lado.
- Esquece. Por que estava atrás de você também?
- Eu... fiz algo ruim. Muito ruim. Fui enganado e traído por outro anjo e causei a queda dos anjos do Céu.
- Ah e agora por causa da merda que você fez eles estão atrás de mim? - Digo ficando nervosa outra vez ao lembrar do que Daniel disse.
- Não existe feitiço para reverter a queda. Eles estão desesperados.
- Eu estou desesperada!
Entramos em uma cidade, passado por um grande centro cheio de lojas, ótima hora para a gasolina acabar. Acabo de me recordar de que não coloquei a gasolina.
- O que houve?
- A gasolina acabou - Respondo para Castiel.- Vou atrás de um posto.
- Não. Antes você precisa se proteger dos outros anjos.
- Como vou fazer isso?
Ele desçe do carro e eu desço também, sem dizer nada, Castiel agarra minha mão e sai em direção as outras lojas.***
Estamos em um estúdio de tatuagem. Castiel indicou ao tatuador um desenho estranho que ele tinha gravado nas costelas e mandou que fizesse o mesmo em mim. Já tinha algumas tatuagens portanto não liguei.
Quando saímos de lá, pegamos o caminho para um posto não muito longe.
- Acha que conseguiram minha localização antes que fizesse a tatuagem? - Pergunto preocupada.
- Talvez.
Chegamos no posto e peço para Castiel comprar a gasolina enquanto eu vou ma lojinha procurar algo. Volto com um par de óculos escuros e dois bonés.
- Para que isso? - Castiel indaga sem entender.
- Só garantindo - Digo, enfiando um dos bonés na cabeça dele, cobrindo seus cabelos negros. Coloca o segundo boné em minha cabeça seguindo os óculos escuros.
De lado posso ver um único homem de termo preto passar perto do posto, ele olhava para todos os lados, como se estivesse procurando alguem. Ele olhou diretamente para mim e eu não tinha onde enfiar meu rosto, então puxei Castiel pela gola de sua camisa e o beijei, de forma que escondesse nossos rostos.
Eu apenas não contava que fosse gostar tanto do beijo dele, então levei uma das maos até sua nuca enquanto a outra ia até os ombros largos dele. Castiel não entendeu nada, mas me acompanhou, pousando suas mãos em minha cintura.
Ao fim do beijo nos afastamos e eu olho em volta. O homem que me observava já havia sido. Respirei aliviada.
- Por que você fez isso?
Castiel ainda estava me olhando confuso. Sorrio vendo sua carinha, ele era muito bonito.
- Foi por segurança. Vem, vamos voltar para o carro.***
Estamos outra vez na estrada. Depois de mais ou menos qiarenta minutos de silêncio, tomo coragem para perguntar:
- Castiel... se isso que você diz for verdade e eu for mesmo filha de um anjo. Quem é meu pai?
Eu sempre soube que era diferente, que tinha alguma coisa errada comigo.
- S/n, eu não posso afirmar... porém você se parece com meu irmão Gabriel.
- Esta falando do Arcanjo Gabriel?
- Sim - Ele confirma. O olhar perdido.- Eu sinto muito... mas ele foi morto por Lúcifer.
- Ótimo. Mal ganho um pai e ele ja esta morto.
- Não se preocupe. Vamos descobrir e ter certeza de quem é seu pai.
Viro-me para ele, lhe lançando um sorriso.
- Certo, anjinho.

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✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋
FanfictionSnapShot foi um gênero que criei baseado no conceito da OneShot, com a diferença que vem com no máximo 1300 palavras. São estórias interativas em que a leitora se inclui nas situações e interage com os personagens originais. Por serem mais curtas, s...