Leitora/Dean Winchester***
Abro os olhos, estranhando o teto claro que encontro. Sento-me na cama, confusa.
O quarto onde me encontro é grande, pintado em tons de roxo e a mobília em sua maioria é clara. Olho para baixo e vejo que estou vestindo um pijama composto apenas por uma camisa curta e um short minusculo.
Que diabos aconteceu? Aonde eu estou?
Levanto da cama e saio tropeçando em direção ao que parece ser o banheiro, lavo o rosto e prendo os cabelos. Não é porque não sei onde estou que vou ficar parecendo um espantalho.
De repente tudo me vem em mente. O Djinn!
O caso em Chicago e o armazém... estava tudo tao escuro, tao sombrio. Aquele monstro me agarrou e jogou-me contra a parede, segurando meu pescoço. Eu estava em algum tipo de alucinação produzida por ele. Mas que tipo de alucinação? Essa lugar não me parece com nada que eu conheça ou me lembre.
Saio do banheiro e vou ate a porta, abro-a olhando de cada lado do corredor vazio. Saio do quarto e desço as escadas, e escuto barulhos vindos de outro comodo próximo, entro no que é a cozinha.
— Nossa, já estava indo lá ver se você ainda respirava.
A garota ruiva soltou uma risada alta. Ela estava fazendo café, andando de um lado a outro do cômodo. Meu coração quase saiu pela boca, ficando preso em minha garganta.
Lílian, minha irmã que morreu devido a um ataque de lobisomens quando eramos adolescentes, dançava e cantava por toda a cozinha. Eu não conseguia acreditar naquilo, minha cabeça pesou e eu senti que iria desmaiar, mas nada aconteceu.
— Vai ficar parada ai?– Ela riu. Não respondi, meu estado catatônico não permitiu que eu sequer respirasse. – S/n? O que foi?
Agora ela estava preocupada, parada diante de mim, Lili estalava os dedos em frente a meus olhos.
Avanço em sua direção, apertando-a em um abraço. Era ela! Eu podia senti-la, não estava ficando maluca. Lili estava confusa, mas me abraçou de volta. Precisei me concentrar mais do que nunca para não chorar.
— S/n... o que foi?– Ela perguntou, quando nos afastamos.
— Nada – Dou de ombros, tentando agir com normalidade, mesmo sendo praticamente impossível.– O que tem para comer nessa casa?
Minha irma estranha a mudança brusca de assunto, mas não fala nada.Passamos um bom tempo na cozinha enquanto comiamos, esqueci completamente de tudo a minha volta. Olhei no relógio e já eram quase meio-dia quando Lili salta da cadeira, apressada.
— Droga, vamos nos atrasar! – Ela exclama saindo correndo escada acima.
— Nos atrasar para que?– Pergunto confusa, seguindo-a. Paro na batente de sua porta e cruzo os braços, contendo uma vontade de rir com seu desespero.
— O que?! – Grita, parando por um segundo e me encarando. – Esta com febre? Não diga que se esqueceu?
Encolho os ombros, fazendo uma expressão culpada. Lílian quase salta sobre mim com um dos saltos finos que ela segurava.
— O encontro – Fala. – Com os irmãos. Lembra? Eles vão chegar em uma hora.
Contínuo a encara-lá. Não estava a fim de dar tanta bandeira de que não fazia ideia do que estava acontecendo na minha vida, mas era inevitável. Ela deve ter interpretado de outra forma, pois quando falou outra vez tinha um sorrisinho sem graça:
— Okay, talvez apenas eu precise estar tao nervosa desse jeito, afinal você já tem o seu. Mesmo assim não é razão para você ter se esquecido.
— Ta bom, desculpe – Peço, sorrindo. Algo me passa pela cabeça, mas prefiro não falar em voz alta.– Então eu vou me arrumar, e tenta não ter um ataque de nervos.
Saio do quarto de Lili e vou para o meu, entro e fecho a porta. Como assim " já tem o seu"? O que ela quis dizer com aquilo?
Dou de ombros, tentanto limpar a mente e pensar em alguma coisa que torne essa situação menos estranha.
Eu ainda não estava entendendo o que estava acontecendo de fato. Eu tinha a impressão de que tinha alguma coisa faltando, alguma informação a respeito dos Djins que eu estava deixando passar. Levanto os olhos, passando-os pelas paredes cheias de fotos do quarto.
Quase grito de susto quando me deparo com uma figura silenciosa parada diante a janela. É um garoto, tem no maximo dezoito anos. O garoto não fala nada e nem se mexe, ele apenas fica ali me encarando com um olhar mortificado.
Num piscar de olhos ele não está mais lá.
Um arrepio sobe por minha espinha, um sentimento de que alguma coisa ruim está se passando agora mesmo, mas eu não consigo saber o que é. Isso me deixa frustrada e irritada comigo mesma por não ser capaz de não perceber a furada em que estou metida.
Lembro que preciso ir me trocar para o tal encontro, um suspiro involuntário escapa de meus lábios quando me dirijo para o banheiro.
***

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✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋
FanfictionSnapShot foi um gênero que criei baseado no conceito da OneShot, com a diferença que vem com no máximo 1300 palavras. São estórias interativas em que a leitora se inclui nas situações e interage com os personagens originais. Por serem mais curtas, s...