- Como assim você a matou?!- Crowley me encarava perplexo.- Você deveria usa-la para convencer Dean Winchester e o irmão a se juntar a mim, não colocar nossa cabeça a prêmio.
- Sem drama, Crowley - Digo, sem me abalar.- Eu até que ia fazer todo o joguinho de chantagem, mas você sabe como é.
- Certo, senhora das boas idéias, e o que faço agora?- Perguntou sarcástico.
- Você é o Rei, não espera que eu lhe de as ordens - Sorri debochada.
- S/n, querida. Pela primeira vez estou falando sério. Preciso do apoio dos Winchester. Você perdeu nossa única oportunidade de amarra-los, então, agora ira resolver.
Me levantei irritada e cruzei o braços. Por mais que eu odiasse admitir, Crowley tinha razão.
- Okay, eu vacilei. Vou tentar dar um jeito de fazer Tico e Teco trabalharem para você - Falei. Então estreitei os olhos e o encarei, desconfiada. - E você? Não vai me contar por que precisa tanto assim deles?
Crowley soltou um pigarro e desviou o olhar.
- Você vai saber, em breve - Disse.- Bem, agora eu preciso ir..
- Encontrar com o seu sócio secreto? - Perguntei, me referindo a quem Crowley tem uma pareceria.- Por que nunca participo de suas reuniões, Crowley?
- Por mim você participaria de todas as horas de meu dia, baby - Ele sorriu vindo até mim e pegando minha mão.- Mas é uma escolha dele. Não posso contraria-lo ainda.
- Planeja traí-lo?
- Você me conhece - Crowley riu.- Eu realmente preciso ir agora. E você também, use seus truques e convença Dean e Sam Winchester a trabalharem para mim.
- Eu sempre consigo o que quero - Falei com desdém.
Recebi uma piscadela de Crowley antes que ele estalasse os dedos e sumisse.
Revirei os olhos e também fui embora.***
Pelo que recebi de minhas fontes, Lisa não estava morta. Ela foi levada para um hospital e estava estável.
Aqui estava eu, olhando para o hospital e pensando em uma forma de não perder minha cabeça quando tentasse falar com Dean.
De dentro de meu carro, pude ver o momento que Dean saiu do prédio, com o rosto caido e parecia mal. Talvez fosse o fato de não injetar uma gota de sangue demoníaco há quase cinco dias, ou apenas eu estava de saco cheio disso tudo, mas eu não aguentava mais trabalhar para Crowley e obedece-lo sempre.
Dean estava certo quando disse que eu nunca aceitaria trabalhar para ninguém. Eu ainda me lembrava de quando era humana, e sabia que era verdade. No entanto, agora eu não sou mais humana e as coisas estão diferentes para todos nós.
Segui o Impala até chegar ao Motel onde ele deveria estar hospedado com o irmão. Não foi nenhuma surpresa para mim ver Sam abrir a porta e receber o irmão com uma expressão de pesar. Crowley me inteirou dos assuntos e sei que Sam Winchester esta fora da jaula e de volta ao jogo.
Já estava escurecendo, eu precisava agir rápido. Dean estava com raiva de mim e tenho certeza que me mataria se tivesse a chance, chance essa que eu não daria, lógico.
Sai do carro, finalmente, e caminhei ate até o quarto dos irmãos e estava mais silencioso do que pensei, os dois deviam estar dormindo. Eu não queria acorda-los, os pegaria desprevenidos, então arrombar a porta não era uma opção.
Destranquei a porta usando um grampo e entrei no quarto escuro. Como pensei estavam dormindo, caminhei devagar até as camas.
Só não contava que seria surpreendida por trás, com uma faca em meu pescoço.
- Senti cheiro de enxofre - Era Sam, murmurou em meu ouvido. Senti a ponta fria da arma tocar em minha pele.
- Deveria estar dormindo - Murmurei de volta. Senti o corpo de Sam congelar.
- S/n?- Sam perguntou em reconhecimento. Ele não sabia quem eu era até ouvir minha voz.
- Olá, Sammy - Comprimentei, baixo.- Podemos conversar?
Eu não contava que o encontraria acordado. Deveria ser rápido, mas não vou correr o risco de um combate corpo a corpo, pois Dean acordaria e seriam dois contra uma.
- Dean me contou - Ele não cedeu, seu corpo ainda tensionado contra o meu, juntamente com a faca em meu pescoço. - Ele disse sobre o que você se tornou...
- Nada muito diferente do que você sempre foi - Retruquei.- Vamos lá, Sam. Eu sou uma versão demoníaca sua, só que mais esperta e mais sexy.
- Do que está falando?
- Do sangue, Sam. Agora eu entendo você - Falei.- O poder, é tudo tão convidativo. Você poderia experimentar mais uma vez...
- O que você veio fazer aqui?- Sam me cortou. Soltei um suspiro e senti a faca se apertar mais.
- Eu vou leva-los comigo. De um jeito ou de outro - Respondi.
Acertei o estômago de Sam e me abaixei quando ele desceu com a faca, passando a centímetros de meu peito. Acertei um chute em suas costas, jogando-o para frente e fazendo com que ele batesse com tudo em um criado mudo. As luzes se acenderam e Dean me encarou atordoado da cama.
- Hey, Baby - Sorri, girando a faca que acabei de roubar de Sam nas mãos.- Fiquei sabendo que sua amiguinha não morreu, mas você sabe que eu nunca fui muito boa de mira.
- Veio terminar o serviço? - Dean perguntou, enquanto se levantava, com uma lamina angelical nas mãos.
- Tecnicamente - Dei de ombros. Sam já estava de pé, e se preparava para lutar ao lado do irmão. - Por favor, não compliquem meu trabalho. Só venham comigo e prometo não machuca-los... muito.
Sorri.
- Você gosta disso - Dean falou, me olhando com expressão enojada.- Gosta do sangue, das torturas...
- É claro que eu gosto, Dean. Eu sou um demônio, não tenho qualquer resquício de humanidade, sou sádica e malvada. O que vai fazer agora?- Debochei.- Um discurso sobre como eu era uma garota boazinha? Que salvava as pessoas? Faça-me o favor, Winchester. Você nem se importava com aquela garota, você se mandou e a deixou sozinha. Deveria estar feliz por ela estar morta.
- Ela não está morta - Dean falou.- Ela está ai dentro. Embaixo dessas camadas de sangue de demônio, e desse cheiro de enxofre, eu sei que a verdadeira S/n está pedindo ajuda.
- Você não sabe o quanto esta errado, Dean Winchester - Rosnei, e saltei sobre ele. Dean desviou do primeiro golpe de faca, mas não teve sorte quando desferi o segundo em seu braço fazendo um corte. Sam veio mais uma vez para cima de mim, mas eu já estava de saco cheio, então apenas acenei com a mão, jogando-o contra a parede usando a telecinese.
- Agora... - Comecei, prendendo Dean na parede e pondo a faca em sua garganta.- Eu não posso mata-lo, mas se não fizer o que eu quiser, não me responsabilizo pela falta de alguma parte do seu corpo quando chegarmos ao destino.
Eu desci a faca lentamente até suas calças e inclinei a cabeça fazendo um biquinho, não desviei meu olhar de seus olhos.
Dean deslocou o olhar de meu rosto por alguns instantes e encarou algo atrás de mim. Me virei para ver o que o chamou atenção e dei de cara com Castiel.
- Ninguém chamou você, Castiel - Rosnei.- Vá embora!
- Sabe que não posso deixar que você os leve - Castiel falou calmo.
- Ah, claro, seus bichinhos de estimação mortais estão em perigo - Revirei os olhos.- Vá embora, ou serei obrigada a mata-lo também.
- S/n - Castiel chamou.- Eu não quero machuca-la. Solte Dean e Sam.
- Vocês são tão previsíveis - Falei.- "não quero machuca-lá", "liberte-os e eu a ajudarei". Eu não preciso mais da ajuda de nenhum de vocês, é tarde!
Castiel veio para cima de mim, quando ameacei afundar a faca em Dean. Desviei de sua lamina e o atingi por trás nas costelas.
O anjo cambaleou e se levantou, voltando a desferir um golpe contra meu rosto, dessa vez acertando e cortando minha bochecha. Rosnei, expondo meus olhos negros e quando pensei em antacar o anjo, senti um par de braços se fecharam ao meu redor como correntes.
Olhei para trás e me deparei com Sam, me segurando com força. Eu havia me destraido o suficiente para deixa-lo escapar.
- Me solta! - Praticamente rugi.- Foda-se o que Crowley quer, eu irei matar cada um de vocês com minhas próprias mãos!
Castiel se aproximou enquanto tentava me libertar do aperto de Sam e tocou minha testa, fazendo com que eu desmaiasse.***
Quando eu abri os olhos, não conseguia nem pensar direito com tanta dor de cabeça. Eu estava tão confusa que demorei minutos ate perceber onde estava. Eu conhecia esse lugar, era sala do pânico na casa de Bobby.
Traziamos Sam para cá quando ele enlouquecia devido ao sangue... e agora eu estava aqui.
Tentei levantar da cama, e percebi que estava algemada a mesma. Não sentia mais o cheiro de enxofre e me sentia diferente. Eu me sentia humana outra vez.
- ALGUÉM? - Gritando, chamei por ajuda. Bobby ou Sam viriam. Esperei algum tempo e então ouvi o som das trancas de metal sendo abertas e a porta se abrir.
Dean entrou.
- Como se sente?- Dean perguntou, fechando novamente a porta.
- Péssima - Respondi sincera.- O que houve?
- Não se lembra? De nada?- Ele me olhou desconfiado.- Lembro... mas é tudo meio escuro e borrado, e não acredito que me lembro de tudo - Respondi.- Quero saber como cheguei aqui, por quanto tempo estou apagada?
-Cinco dias - Falou.- Cass nos ajudou a trazê-lá para o quarto do pânico. Esperávamos que você se desintoxicasse.
- Funcionou? - Indaguei. Eu não confiava em mim mesma, tinha medo do que poderia fazer.
- Não reagiu a água benta desde ontem a tarde, mas você não acordava, ficamos com medo de você não...
- Aguentar - Completei, em voz baixa.- Deveriam ter me matado.
- Nunca faríamos isso....
- Pois era o que deveriam ter feito! - Exclamei, meus pulsos ardiam pelas algemas e Dean percebeu meu incomodo. Ele se abaixou e com uma pequena chave abriu as algemas libertando minhas mãos. Ele não saiu dali depois de me soltar, segurou minha mão e subiu pelo meu pulso, massageando o ferimento feito ali.
- Eu não poderia mata-la. Sabia que nada daquilo havia sido você por mais que negasse - Dean subiu sua mão até minha nuca.- Você falou a verdade? No armazém, quando disse que me amou. Era você falando?
Eu me lembrava daquela conversa nada agradável. Encarei os olhos de Dean e suspirei.
- Sempre foi eu falando, com a diferença e que sempre escolhia a pior forma de dizer. Não era mentira, Dean... - Soltei um suspiro quando senti que ele se aproximou.- Eu realmente o amava, talvez eu ainda ame, eu acho. Só que isso não faz mais diferença nenhuma agora.
- E por que pensa assim?- Perguntou. Ele estava mais próximo que nunca, e eu estava começando a ficar confusa.
- Por tudo o que fiz, e-eu nunca mais conseguiria olhar no seu rosto...
Dean segurou meu rosto e me fez encara-lo, sentia sua respiração bater em meu rosto e me esforcei a não desviar o olhar para prestar atenção no que ele diria:
- Eu não quero que se culpe - Falou.- Você foi sequestrada, amarrada e dopada com sangue de demônio. Se não fizesse o que queriam, estaria morta. Eu não estava lá para salva-la, para protege-la, se existe algum responsável sou eu, mas agora eu irei fazer uma promessa, nunca mais vou deixa-lá em hipótese alguma.
Quando Dean terminou de falar, ele segurou minha nuca com força e me puxou contra seus lábios. Eu não soube como reagir a principio, até corresponder levando minhas mãos até seu rosto.
- Considerando seu histórico com promessas - Sorri fraco, quando ele se afastou.- Tenho certeza de vai tentar cumprir.
Dean sorriu também, beijando-me mais uma vez.
Tudo voltaria ao quase normal que era nossas vidas. Sam estava de volta, assim como Dean e eu. Só a uma coisa que preciso fazer e eles me ajudaram nisso. Crowley vai pagar pelo que fez comigo, eu irei encontra-lo nem que para isso tenha que descer ao inferno.Fim.
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😱 eu deveria ter transformado em oneshot quando tive a chance. Ficou MUITO grande p/ um snapshot, mas é aquele ditado né...
Espero que tenham gostado ❤
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✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋
FanficSnapShot foi um gênero que criei baseado no conceito da OneShot, com a diferença que vem com no máximo 1300 palavras. São estórias interativas em que a leitora se inclui nas situações e interage com os personagens originais. Por serem mais curtas, s...