I'm War

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Em um ato desesperado, tentando conter a fúria desenfreada de Dean, agarrei seu braço, impulsionando toda a força de meus membros para segura-lo.
A marca triplicava sua força, o que me surpreendeu por conseguir segura-lo. Cass, todo machucado pela recente luta contra Dean - ou melhor, surra, pois ele nem tentou reagir -, observava nosso confronto mudo.
- Dean, pare - Mando, encarando-o em seus profundos olhos verdes. Ele me encarou de volta, toda sua fúria concentrada em um único olhar.- Por favor!
- S/n, largue meu braço - Ordenou, seu rosto contorcendo-se em uma expressão furiosa.- Ou serei obrigado a...
- Me bater? Vai me matar?- Perguntei. Meu tom suave contrastando com sua voz grossa.- Dean, você não é assim. Eu sei que é a marca agindo, e você também sabe.
- Tanto faz se é a marca ou se sou eu. Você sabia que isso aconteceria, sabia que chegaria um momento em que não poderia mais nos diferenciar!
- Você não é assim - Repito com mais força, aplicando mais voracidade em meu aperto e empurrando-o até que suas costas batessem contra a parede.- A marca não vai domina-lo outra vez. Eu não vou permitir.
- Permitiu que matasse Charlie, permitiu que Sam mentisse para mim, permitiu que tudo isso acontecesse embaixo de meu nariz e agora quer impedir o inevitável?
Suas palavras me feriram como facas, nunca tive a intenção de deixar que nada disso acontecesse. Suas palavras me destabilizaram a tal ponto que meu punho afrouxa em seu braço. Dean se aproveita da vantagem e me arremessa contra uma mesa, fazendo com que eu caísse do outro lado da sala.
- Dean - Castiel arfa tentando se levantar. - Por favor...
Me recupero e corro em direção a Dean, numa velocidade surpreendente. Estou surpresa com minha força e agilidade, inicio um combate corpo a corpo com Dean, tentando evitar que ele se volte outra vez para o Anjo ainda debilitado devido aos golpes de facadas dados pelo Winchester. Dean não se intimida e com a mesma determinação com o qual atirou na cabeça dos Frankenstein's a minutos atrás, ele tenta me acertar.
Tento afastar de minha mente nossos momentos juntos, suas palavras doces e carícias, tento manter-me concentrada, pois a qualquer mento ele pode me sobrepujar.
Enquanto desvio de seus socos e golpes de facas, flash's de memorias cruzam minha mente, como lembranças longínquas de uma vida que não era minha, mas que ao mesmo tempo era.
Eu me vi usando uma armadura, vermelha como sangue. Eu podia ver o céu nublado e ouvir barulho de corvor.
Balancei minha cabeça, afastando a visão. Outra vez Dean tirou vantagem de meu momento de fraqueza, me acertando nas costelas e me jogando contra uma estante.
Ele se aproxima de mim, pronto para o golpe final. Mais uma vez sou tomada por uma força inumana, e uma voz em minha mente diz o que eu devo fazer.
Seguro seu punho no ar e me levanto com facilidade, agarro o outro braço de Dean e pouso minha mão no exato ponto onde se encontra a marca de Cain, pressionando minha palma contra a marca.
Não sei o que estou fazendo, e ao mesmo tempo sei. Estou muito confusa, pois o som dos corvos fica mais alto, agora acompanhado de gritos.
Minha palma queima como se eu estivesse segurando brasa e a Marca se ilumina. Uma forte luz vermelha emana do braço de Dean, subindo pelo meu próprio braço. Uma força sobrenatural se instala em mim e quando penso que não suportarei mais, tudo acaba.
Percebo que meu olhos estão fechados, e não sinto mais Dean. Não sinto mais nada.
Desde que cai vinda de algum lugar dos Céus, na forma de uma bola de fogo, eu sabia que não era normal. Nesses meses em que fiquei no Bunker com os Winchester's, passei todos os instantes tentando me lembrar de minha origem, tentando me lembrar quem eu sou e quem eu fui.
E agora posso me lembrar de tudo, dos seculos vividos e de todas a batalhas no qual lutei. Eu sei quem eu sou.
Abro os olhos e encaro Dean, que esta caído a alguns passos em frente a mim. Em seu braço, não existe mais a marca.
Castiel se aproxima de nós, e alterna seu olhar preocupado entre mim e Dean.
- S/n, está tudo bem?- Ele pergunta me olhando.
No mesmo instante arqueio a coluna, mantendo a postura ereta. Olho-me no espelho por cima do ombro de Castiel e não encontro mais meus antigos olhos castanhos, e sim novos, novos olhos vermelho vivo, como a cor de meus cabelos.
- Eu estou bem - Afirmo.- Mas eu não sou S/n. Eu sou Guerra.

✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora