Dean/Leitora
***
Hoje completa exatamente duas semana desde que John Winchester morrera. Eu e os rapazes estamos passando um tempo com Bobby, foi uma escolha deles, acho que ainda não estão prontos para pegar a estrada e seguir em frente. Principalmente Dean.
Ele está péssimo com a morte do pai, e quem não estaria? John não era o pai do ano, mas Dean o amava. Ele não sai mais de perto do Impala já faz dias, concertando-o. Em momento algum eu tentei qualquer tipo de aproximacao com ele. Eu o conheco, sei como deve estar se sentindo. Odeio ve-lo sofrer.
Sai da casa de Bobby e caminhei atraves do ferro-velho, resolvendo que finalmente irei falar com ele.
- Hey - Sussuro ao me aproximar dele, devagar. Dean esta praticamente dentro do capo do Impala.
Ele sai de lá e me lança um olhar rápido, antes de voltar a encarar o motor.
- Oi - Diz simplesmente.
- Você esta ai já tem horas - Falo, timidamente. Pego uma das garrafas de cerveja que trouxe comigo e entrego para ele. Ele aceita sem pestanejar. - Achei que precisasse disso.
- Obrigado - Sorri fraco. Sua voz esta rouca. Talvez seja porque ele não fala a dias.
Dean volta mais uma vez sua atencao para dentro do capo.
Permaneci em silencio. Observo-o por um longo tempo, ele parece alheio a mim durante quase cinco minutos inteiros.
- Dean...- Chamo em tom baixo. Ele ergue a cabeca e me olha. Respiro fundo.- Dean, como se sente?
- Otimo - Responde, rispido.
- Certeza?
- Absoluta.
Reviro os olhos.
- Então acho que já podemos voltar para a estrada, certo? Afinal já estamos acampados aqui por tempo demais.
Falo, cruzando os bracos e encarando-o.
- Não temos o que fazer, S/n. Não temos o Colt e não sabemos onde o demônio de olhos amarelos está - Ele retruca em tom seco.
- Por isso ficaremos aqui parados enquanto aquele desgraçado anda por aí fazendo o que quiser?- Digo irritada.
- O que quer que façamos? Não temos opção.
Respiro fundo. Nao quero que isso evolua para uma discussao.
- Eu sei porquê você esta desse jeito. Acredite que eu sei. Mas qual é Dean, não pode ficar assim para sempre, guardando tudo para si mesmo. Fala comigo.
Ele não responde, seu rosto esta virado e não posso ver sua expressão.
- Dean - Chamo novamente.- é pelo john, não é?
- Quero ficar sozinho.
- Dean, eu só quero...
- Eu quero que me deixe sozinho - Ele praticamente rosna para mim. Aquilo me atinge como um soco. Recuo um passo.
- Desculpe - Murmuro decidindo ir de uma vez.
Dou um passo para sair dali, me sentindo péssima. Mas algo me impede de continuar, com um ímpeto de coragem me viro para o Winchester e solto em quase uma lufada:- Quer saber, Dean? Eu vou deixá-lo sozinho sim, mas antes vou dizer uma coisa: você está agindo como um idiota. Qual é? A unica coisa que tenho feito nas últimas duas semanas tem sido tentar te ajudar e te entender, e a unica coisa que você tem feito é me afastar. Então parabéns, você venceu!
Viro-me e a passos duros caminho para longe.***
Entro na casa de Bobby, seguindo para o quarto que estou ocupando. Bato a porta com força, controlando-me para não fazer nada motivada pela raiva.
Ando de um lado a outro do quarto, procurando me acalmar. Aonde ele quer chegar com isso? Quer passar o resto da vida se remoendo e bajulando aquele carro?
Ele pensa que não podemos ir atrás do demônio por não termos o Colt. Mas eu vou provar que posso.
Não demorou mais que cinco minuto para arrumar minha bolsa para partir. Jogo-a sobre o ombro e saio do quarto, topando com Sam no corredor.
- S/n? Para que a bolsa?
- Estou indo embora, Sam - Respondo, parando por um segundo para encara-lo.
- Por que? Dean sabe disso? - Ele parece preocupado.
- Quero que Dean se exploda - Falo, logo em seguida paro e fecho os olhos, sugando uma grande quantidade de ar, soltando-o logo depois. - Sam, nao posso ficar parada de braços cruzados esperando ou o Colt cair do céu, ou Dean amadurecer o suficiente para perceber que nosso tempo é curto e não podemos ficar gastando ele com birras.
- Mas, S/n, ele só precisa de um tempo. Conhece ele tao bem quanto eu. Dean...
- Não precisa defende-lo - Meu inconsciente já faz isso o suficiente. - Eu dei espaço a ele, me preocupei, tentei alcança-lo... mas ele me mandou embora, Sam. Eu quero ajuda-lo, mas tenho algo chamado consciência e que me diz que não posso mais esperar.
- Esperar o que? - Sam franze as sobrancelhas.
Ah, merda. Acho que é agora que eu confesso estar indo sozinha atrás de um monstro psicótico e sádico.
- Esperar para fazer justiça - Murmuro em resposta. - Para a minha família, para a sua, para a de todas as pessoas que aquele monstro arruinou.
- Não vou deixar que faça isso - Sam se opõe, sua voz soando firme. - Não posso deixar que vá atrás do demônio sozinha!
- Você não tem controle sobre isso, Sammy. Eu vou. Se voces preferem esperar por um milagre, okay, mas eu vou atrás do que eu quero.
A mandíbula de Sam está travada, sua boca forma uma linha fina.
- S/n...
- De tchau a Dean por mim. Assim que ele tirar o traseiro de debaixo daquele carro - Digo, sem espera-lo continuar.
Desço as escadas, me despedindo de Bobby ao cruzar a sala. Ele não tenta me impedir, apenas pede para que eu me cuide.
Saio da casa, olhando o ferro velho e soltando um longo suspiro, seguindo para meu carro logo depois.
Jogo as coisas no banco de trás e assim que me preparo para embarcar em meu Camaro, sinto alguém agarrando meu braço e me puxando.
- Que droga, Dean! O que pensa que está fazendo? - Exclamo, puxando meu braço de volta, mas sem conseguir me desvencilhar de seu aperto forte.
- O que você pensa que esta fazendo? - Ele retruca, seu tom acusatório.
- Eu vou embora. E você não tem absolutamente nada a ver com isso - Eu quase rosno.
- Como não? Acha que vou permitir que saia por ai?
- Você não tem que me dar permissão - Falo incrédula, surpreendendo-me pela ousadia. Puxo mais uma vez meu braço e dessa vez ele o liberta. - Você queria ficar sozinho, lembra? Eu tenho que ir.
Dean não responde imediatamente, ele passa as mãos pelo cabelo loiro, um pouco mais cumprido e desgrenhado do que quando o conheci. Ele parece estar tentando decidir algo muito importante, pois sua expressão é pensativa.
- Você não pode ir - Por fim ele murmura, seus olhos cansados estão fixos mim, no momento ostentam um brilho incomum.
- Por que? - Pergunto.
Dean coça a barba que começa a nascer em seu queixo, ainda travando uma batalha interna.- Você não pode ir porque eu amo você. Eu sei que se você for, não vai mais voltar. E eu não consigo imaginar perder você.
Minha boca de repente esta seca. Dean nunca disse que me amava, nem eu a ele. E agora ele falou, e esta me encarando cheio de expectativa, os intensos olhos verdes brilhando ainda mais.
- Por que resolveu me dizer isso justo agora?- Pergunto, sendo mais dura do que pretendia. Dean encolhe os ombros.
- Você disse que eu tinha afastado você, e depois eu a encontro entrando no seu carro com uma bolsa. Então percebi o quão perto estava de perde-la.
Isso era o que eu vinha tentando tirar dele a semanas, algum tipo de emoção. Eu simplesmente precisava saber se ele ainda sentia qualquer coisa, que ele não era um homem quebrado.
Avanço na sua direção, abraçando-o com força. Minha cabeça fica em seu peito enquanto passo meus braços em volta de seu pescoço.
Dean envolve meu corpo com seus braço, apertando-me junto a si. Não demorou muito para que eu sentisse as lágrimas quentes escorrerem por meu rosto e molharem a camisa dele, que não pareceu importar-se.
- Amo você - Falo. Minha voz abafada contra seu peito.
Ergo a cabeça para fita-lo. Dean leva uma mão até meu rosto e segura meu queixo.
- Eu amo você - Ele reflete minhas palavas. Nunca imaginei ver Dean Winchester usando essas palavras.
Dean me puxa mais contra ele e me beija, de início calmo e apaixonado, mas quando minhas unhas se cravam em sua nuca, Dean afunda as mãos em meus cabelos, segurando minha cabeça com força e invadindo minha boca com sua língua.
Retribui com a mesma intensidade e por longos segundos... perdi completamente a noção de tempo, somos apenas nós alí.
Quando ele se afasta, abro os olhos. Sinto meu rosto quente, na verdade não apenas o rosto, meu corpo todo está em chamas. Dean está parado diante de mim, os olhos escuros, quase selvagens, ele está se contendo, posso ver suas mãos fechadas.
- Você é minha perdição, Dean Winchester - Digo, entre dentes, agarrando-o pela camisa e puxando-o para dentro do meu carro, no banco de trás.
- Digo o mesmo, S/n S/s - O loiro sussurra antes de morder e puxar levemente o nódulo da minha orelha, fazendo-me gemer baixo.
Voltei a beija-lo enquanto minha mão escorregavam por sua camisa, na direção da barra.Fim.

VOCÊ ESTÁ LENDO
✓ 𝐒𝐍𝐀𝐏𝐒𝐇𝐎𝐓 | 𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋
FanfictionSnapShot foi um gênero que criei baseado no conceito da OneShot, com a diferença que vem com no máximo 1300 palavras. São estórias interativas em que a leitora se inclui nas situações e interage com os personagens originais. Por serem mais curtas, s...