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Finney Blake vision

Hoje já é segunda-feira, eu e Gwen já estamos quase prontos para passar na casa ao lado e ir para a escola.

Gwen, rápido, vamos nos atrasar!
-Grito Gwen para ir mais rápido, e ela vem até mim correndo.

—Vamos. -Ela fala um pouco ofegante. Trancamos a porta de casa e saímos até a casa dos Arellanos.

Gwen bate na porta e já a abre, esperando encontrar Robin ou Ruby, porém nenhum dos dois estavam na sala.

—Finney? Gwen? Subam aqui! -Robin nos chama no andar de cima.
Quando subimos, Ruby estava resmungando igual a uma criança que não quer tomar banho.

— O que houve? Não estão prontos ainda? -Eu pergunto curioso

— Ruby está passando um pouco mal desde ontem, ela tinha melhorado um pouco, mas vomitou de madrugada. Fui forçado a ficar com ela o dia todo, já que nossos pais trabalham, então infelizmente não vamos a escola, estou arrasado. — Robin diz a última parte em um tom totalmente irônico, me fazendo negar com a cabeça em reprovação.

— Ah, melhoras ruby, deve ter sido o frio, você tomou muito sorvete! -Gwen diz

— Socorro gente, Robin está tentando me envenenar com essa.. coisa! - Ruby se faz de dramática, tirando a colher de "veneno" de perto do rosto.

— É só o xarope que la madre fez!
-Robin tenta mais uma vez, e sem sucesso.  — Quer ficar bebendo chá e remédios o ano inteiro? Bebe logo esse troço! - Robin fala

— Acho que deveria beber, dúvido um pouco que se estiver doente, poderemos todos ver filmes com pipoca, brigadeiro e sorvete! -Eu tento fazer com que ela tome o remédio.

— Uhum, você não sabe o gosto horrível que esse negócio tem. Supera até às pimentas mexicanas mais calientes!

Cara, eu amo quando ela fala em espanhol..

— Melhor ouvir o Finney, como vamos sobreviver sem vocês dois no intervalo? -Gwen fala

— Ai, certo, ok. -Ela pega garrafa de água ao meu lado para conseguir engolir com o xarope, e o engoliu rápido, bebendo vários goles de água rapidamente.

— Viu, não doeu nada -Eu falo tentando anima-la. O gosto devia ser realmente horrível, pela cara que a garota fez.

— Bom, temos que ir agora, se não nos atrasamos. Até mais, melhoras Ruby! -Eu estava ao seu lado, perto da escrivaninha, a Gwen estava me olhando de um jeito estranho, falava alguma coisa bem baixinho perto de mim.

—“Beije a bochecha dela..!” -Eu não sei de onde, mas a coragem estava lá, lá no fundo do poço. Eu havia beijado a bochecha dela. Foi tão.. tão.. não sei. Ela havia corado, e provavelmente eu estava igual a um pimentão. Sai puxando Gwen, fechando a porta da casa e quase correndo para a escola.

—Eu nem acredito que você realmente beijou a bochecha dela, eu estava apenas brincando, meu deus!!  -Eu achei que minha irmã ia cair da bicicleta de tanta animação.

—Você sabe? -Eu a pergunto

—Ah, sei. Todo mundo sabe, você é apaixonado pela Ruby!. — A mais nova começou a fazer barulho de beijinhos —Oh Ruby, estou tão apaixonado por você! -Ela faz uma imitação horrível da minha voz.

— Para Gwen! -Desaprovo  a atitude da garota, mas sorrio e coro em seguida.

Já havíamos chegado na escola, as aulas foram chatas sem os irmãos Arellano. Três aulas se passaram, parecendo ser anos e séculos. Já estava na hora do intervalo, estava conversando com Gwen sobre (fui obrigado a falar com ela) a Ruby.

—Quem mais sabe? -Ela me pergunta

— Só você e Robin.

—Por que não me disse antes? Eu sempre adorei vocês dois juntos, teria armado coisas para vocês ficarem juntos antes!

— Não te disse antes por isso mesmo. Você iria me "arrumar" para ela sempre. Eu te conheço!

— Sabe, eu acho que ela também gosta de você. -Ela deu ênfase no "acho"

— Não sei, talvez seja carinho de amiga, talvez ela não goste de mim do mesmo jeito que eu gosto dela.

— Então fale com ela e descubra.

—Ah não, não, não. Eu não vou falar, já disse o mesmo ao Robin. Se eu me declarar para ela, e ela me der um pé na bunda? A nossa amizade não vai ser a mesma.

— Finney, o melhor jeito de descobrir é um encontro! -Gwen abre um sorriso de orelha a orelha

— Encontro? Você não é muito nova para saber dessas coisas, Gwendolyn?

— Eu sou nova, não burra, Finn.

— Entendi. Acho que vou seguir seu conselho, quando ela melhorar, claro.

O sinal toca e nos despedimos, indo para suas devidas aulas.
Depois de muito "blá blá blá" na aula de história, e mapas na aula de geografia, finalmente fomos dispensados. Estava indo encontrar Gwen onde ficam nossas bicicletas, quando vejo três garotos correndo até mim, os reconheço e logo começo a correr também.

Os três me alcançam  e me jogam no chão, me chutando, dando socos, todos de uma vez. Minha visão começa a ficar turva, mas vejo uma garota pegando uma pedra e a tacando na cabeça de algum deles, não enxergo quem era. Vou para o lado do garoto machucado.
Era.. Era Gwen? Esfrego meus olhos, a visão ficou pior, mas consegui ver um pouco, ela estava sendo chutada no chão, eu tinha que ajudar. Me levanto e puxo Gwen, não sei como, mas corri com ela até nossas bicicletas, pedalando o mais rápido possível até nossa casa.
Chegando lá, vi rapidamente Ruby e Robin no jardim, conversando. Eles nos vêem, e Robin vem até nós. Ruby já não estava tão pálida quanto antes, estava... melhor agora. Ela vai até a cerca, e ouve.

— O que aconteceu com vocês?
-Robin pergunta, nos convidando  para entrar. Entramos e sentamos no sofá, não estava mais conseguindo me manter em pé, tudo em mim doía.

— Dios mio, o que aconteceu? -Ela pergunta, indo até a cozinha e pegando uma caixa branca com uma cruz vermelha.

— Acho melhor não responderem agora, vocês parecem abatidos. -Robin fala.

Ruby estava cuidando de Gwen primeiro, ela estava com um corte pequeno no rosto, e a boca sangrando. Ela dá um copo de água para a garota fazer gargarejo e cuspir, ela cuspiu puro sangue no copo. Depois jogou algo que não consegui distinguir o que era.
Agora era minha vez.

— Finney? -Ela pergunta

— Humm, sim? -Eu respondo, procurando de onde vinha a voz, a minha visão continuava ruim e turva.

— Quantos dedos tenho aqui? -Ela pergunta. Eram dedos? Eu acho que eram..

— Cinco. -Não tinha certeza, mas ela afirmou com a cabeça. Ela tinha falado alguma coisa para Gwen, e ela subiu.

Depois, pegou um paninho, jogou alguma coisa, e passou nos meus machucados, primeira a testa, depois embaixo do olho, no nariz, bochecha, e.. boca.
Ela estava concentrada em mim, olhando concentradamente para minha boca, e eu para a dela. Eu sabia que queria beija-lá agora, mas não podia. Robin estava lá, e ela estava cuidando de mim, não era o momento. Ela me vê a olhando, olha diretamente nos meus olhos, e sorri, voltando ao que estava fazendo.

—Finn, tem alguma coisa na sua barriga? -Ela fala, eu não tinha tirado a mão da minha barriga ainda. Levantei um pouco a blusa, e consegui ver. Minha barriga estava com um corte, não muito feio, mas estava roxo.

— hermanito, pega a compressa de gelo na geladeira, por favor.
-Ouço ela dizer para Robin.

— Finn, pode se deitar no sofá? -Ela pergunta, e assim faço.
Ela pegou outro pedaço de paninho, jogou novamente alguma coisa, e passou. Senti uma pequena dor, uma ardência na região. Ela coloca um curativo e coloca a compressa que Robin tinha trago. Pegou minhas mãos e a colocou na compressa enrolada num pano.

— Tente dormir, ¿está bueno?
-Assim que ela fala, meus olhos se fecham e adormeço no local.

My Boy | Finney Blake Onde histórias criam vida. Descubra agora