025- Mrs life.

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POV'S FINNEY BLAKE

Assim que voltei ao hospital novamente, vi os srs. Arellano na recepção sentados, chorando. Eu, Gwen e meu pai vamos até eles.

—O que.. O que aconteceu? -Pergunto aos mesmos.

—E-ela entrou em coma, e os médicos f-falaram que pode correr risco de.. m-morte. -A sra. Arellano fala, entre soluços. Eu não acredito nisso, eu precisava ver ela. Vou até a recepcionista pegar meu crachá de visitante, indo até o quarto da mesma.

Os aparelhos não estavam mais apitando, estavam em um silêncio. Mas não um silêncio confortável, um silêncio triste, por que se ela estivesse bem, o silêncio seria barulhento. O silêncio não era quietude nem calma, e não era a paz.

Olhar para ela daquele jeito me doía, ela não merecia estar ali, ninguém merecia.

—S/n, me desculpa por não conseguir te proteger.. Me desculpa. Eu não sei se consegue me ouvir, mas por favor, se estiver, volte! Por favor.. -Agora meus olhos lacrimejavam e lágrimas molhavam todo meu rosto. Eu não aguentava ver ela daquele jeito, talvez já morta, talvez ainda apenas em coma, talvez ela ainda volte. Mas são muitos talvez'es sem respostas. Na verdade, tinham respostas, mas eu não quero aceitar elas, dói muito.

Eu queria correr e gritar, demonstrar minha frustração com o mundo. Por que uma pessoa pode ser tão cruel ao ponto de quase matar a outra? Eu odeio esse mundo. Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver, essa merda é tão injusta.

Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei - do que os humanos são capazes. Eles roubam, matam, usam drogas, para que?.

Chego a um jardim e me sento em um dos bancos de vários que tinham ali, pensando.

Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade. O maldito acampamento de verão que transformou nossas vidas. Eu odeio aquele lugar.

Quer saber? Doía saber que provavelmente nunca mais iria ver a minha garota. Mas estava feliz por ela.

Não quero rezar para que ela volte, por que o mundo não merece ela. Se algum dia eu a ver novamente, que seja longe de todo o mal desse mundo. Apesar dos esforços, ninguém vive para sempre mesmo. O meu coração está partido e no meu rosto só há lágrimas.
O único conforto na morte de alguém é saber que a pessoa foi para um lugar onde não há tristeza e dor.

As lágrimas agora voltavam a cair sobre o meu rosto, mas ninguém precisa saber.

Mas, as vezes, a morte chega cedo demais para alguns, como ela. embora isso não se aplique a todas as pessoas da Terra, é verdade para a vasta maioria: a morte não espera por ninguém - e quando espera, em geral não é por muito tempo.

Em completa desolação, olhei para o mundo lá em cima. Vi o céu transformar-se de prata em cinza e em cor de chuva. Até as nuvens tentavam fugir. Vez por outra, eu imaginava como seria tudo acima daquelas nuvens, sabendo, sem sombra de dúvidas, que o sol era louro e a atmosfera interminável era um gigantesco olho azul. Ela estava lá. Eu tinha quase certeza que estava. Eu sentia ela.

Nesse momento, nós agora éramos o oposto um do outro. Eu era o sr. Vida, e ela, a Sra. Morte.

Volto a recepção, vendo Robin se descontrolar e socar a parede, chorando, seu pai o segurando e o abraçando, Gwen sentada no chão, sem reação nenhuma, com nosso pai ao seu lado, a aconselhando, e a Sra. Arellano chorar desesperadamente com seu celular em mãos. A energia do local sempre foi pesada e caótica, agora, mais ainda. Sabia o que tinha acontecido.

[...]

Como podia um simples acampamento acabar desse jeito? Sinto saudades da porra dos olhos dela, do seu cabelo, dos seus abraços, dos seus beijos, sua voz, tudo. Eu estou morrendo de saudades dela por inteiro. Não pude ao menos dizer adeus, mas guardo com carinho nossos últimos momentos juntos. Eu nunca imaginei que se apaixonar doía assim, agora eu sei, dói.

Passamos por tantas coisas boas e ruins juntos, agora, nunca mais iríamos fazer nada disso.

[...]

—Finney, venha aqui. Robin quer falar com você. -Meu pai me tira de meus pensamentos, me levanto e vou até a sala.

—Oi, Robin.

—Oi, vem comigo, você e Gwen. -Chamo a Gwen e vamos até a casa vizinha, vendo duas silhuetas de adultos em uma mesa, deprimidos.

—Oi, crianças. Sabem, estamos planejando o.. Enterro. -Sr Arellano fala para nós.

—Bom, não é isso que quero mostrar a vocês. Achei isso no quarto dela. -Ele pega um papel de aparência meio velha, escrito a mão, com uma letra que era bem reconhecível.
—Não li ainda, esperei por vocês. -Ele fala, todos se sentam na mesa, seus pais param o que estavam fazendo, e ouvem.

Oi a todos, sou eu. Eu sei que vocês sabem quem é. Não faço ideia de como você achou, ou como eu enviei, mas é. Eu morri.
Afinal, todos morrem, não? Só fui forçada a acelerar um pouco o processo.
Eu quero me desculpar, com todos vocês que estão lendo. Eu não avisei, e eu não me despedi pessoalmente, mas creio que ainda nos veremos um dia, espero que bem distante desse.

Eu vou por partes. Mãe, pai.”

-Ele para de ler, entregando o papel aos mesmos. Eles lêem com calma, algumas lágrimas caindo de vez em quando, falando alguma coisa baixinho e etc. Passaram a carta para Robin novamente, e ele começa a ler a parte dele. Dá alguns suspiros, uns sorrisinhos tristes, algumas lágrimas, e sai do local em direção ao banheiro, entregando o papel para Gwen agora.

A garota na minha frente mexia nas trancinhas, derramava algumas lágrimas, limpava as mesmas, dava um sorrisinho, falava baixinho também, e etc. Era a minha vez.

Finney Blake. Eu guardei o mais especial pro final.” [...]

Eu estava totalmente em choque. Como ela enviou essa carta?

Eu tinha muitas perguntas. Mas estava com o coração quentinho em saber que ela estava bem, mas distante de mim. Tudo que eu queria agora era poder ir lá e ver a garota. Eu precisava ver ela, de qualquer jeito. Mas não podia.

O enterro dela seria em alguns dias, será que até lá, ela não volta? Tudo não pode ser apenas um engano? Ou um sonho, se for, eu preciso urgentemente acordar e ver a minha garota, eu preciso dela agora.

Eu só queria sair daqui e chorar, chorar até não aguentar mais. A morte é uma coisa engraçada, ela está viva lá, porém morta aqui. 

Sei que o amor é um grito no vazio, e que o esquecimento é inevitável, e eu amo ela. E eu odeio isso, odeio amar ela.

Eu sei que pelo menos, ela morreu sendo amada. Ela tinha o medo de morrer sozinha, morrer solitária. Mas morreu com meu amor eterno a ela. Acho que a nostalgia é um efeito colateral da perda, não?

Eu achava que nossa história só estava começando, porém acho que agora já está na última página.

Todos os nossos momentos foram bons, e eu sou muito grato a ela por me fazer ser uma pessoa viva e feliz quando eu mais precisei. Eu ainda amo muito a minha garota, e nunca vou deixar de ama-la. Ela é o sol da minha lua, afinal. Bem, mesmos separados, ainda estamos juntos. Vou ver a garota em um dia, distante daqui, mas vou. Eu sou completamente apaixonado por ela, e nunca vou deixar de ser, vai ser sempre assim.

•NOTES•

Bom gente, acabou por aqui! Eu vou confessar uma coisa p vcs, na verdade, era pra eu manter essa fanfic até uns 50 capítulos, só que eu comecei a escrever o cap 24 com MUITO sono de madrugada, então surgiu e eu segui, né. Eu ainda não sei oq eu vou fazer em relação a ela, se eu vou continuar ou fechar a história assim mesmo, mas acho que não. TALVEZ eu faça outra, mas diferente dessa.

TALVEZ eu até faça uma rinney ou brance, talvez uma de terror, talvez nem faça, depende de como eu vou acordar amanhã. É isso, eu espero que vocês tenham gostado, e obrigada por acompanharem essa fanfic até aqui!! Eu fico muito grata com a repercussão que ela teve, muito obrigada mesmo!! Eu gostei muito de escrever ela, mesmo demorando um pouco e ficando mais curta doq eu imaginava e queria. É isso, beijinhos!! <33













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