Capítulo 18

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POV CAROLYNA

Reconheci a ardência em meus olhos assim que os abri na manhã seguinte, resultado do sono que se abate sobre mim. Bocejei e esperei que me acostumasse com a claridade. Os rastros da noite passada eram fortes e impregnantes, porém o espaço ao meu lado estava incompleto. Não encontrei Priscila.

Levantei cambaleando e juntei as roupas caídas pelo chão. Ridiculamente corri até meu quarto, na tentativa de que ela não me visse nua. Como se não tivesse olhado ontem. Após devidamente vestida e com minha higiene matinal feita desci as escadas com a ingênua esperança de encontrar Priscila fazendo o café.

Tranquei ao vê-la dormindo somente de sutiã e calcinha no sofá. Senti-me uma idiota completa por ter esperado a ver junto a mim como nas noites que vivemos quando éramos um casal. Claramente o que aconteceu ontem não passou de uma diversão. Já tive outras assim, com outras mulheres e homens... eu despertava e me encontrava sozinha. Sentia-me feliz assim. Mas com ela é diferente, óbvio que é, porque um dia fui tudo em sua vida e agora não passei de uma mais.

Eu não ia bancar a boba desiludida e nem fazer papel de careta, por isso, mais tarde, quando ela passou pela porta da cozinha a recebi com um sorriso nos lábios.

Priscila: Bom dia. – coçou a nuca, sem jeito.

- Olá. – Segui sorrindo tentando não focar os olhos nos seus. – Quer café?

Tentei manter a naturalidade durante o decorrer do dia, mas era inegável o aperto no peito cada vez que me lembrava da noite passada e logo depois dela dormindo sozinha em outro cômodo.

Sentei na varanda coberta e observei a chuva fina que ainda caia sobre o calçamento da rua. Ainda que a olhasse não me focava realmente em nada, meus pensamentos estavam distantes.

Nunca fui o tipo de pessoa que se importa em estar sozinha ou se incomoda com o silêncio, talvez por ter me transformado em minha única companhia, durante esse tempo que estou em L.A., mas é inegável que já me senti só em diversos momentos. Um tipo de solidão diferente, eu vivo cercada por pessoas, pessoas que falam alto, que lotam qualquer ambiente, mas a presença era física, não chegava a me completar, a substituir o vazio existente em meu coração. Ontem, porém, enquanto estava nos braços da Pri me senti viva, plena. Foi por isso que o baque veio forte quando acordei e ela não estava ao meu lado, meu inconsciente não queria voltar a se sentir só e isso doeu.

Uma pequena lágrima escorreu por minha bochecha, fiz questão de secá-la prontamente. Já passei da fase de chorar por desamores, mas parece que o encontro com ela me despertou a menina que há em mim.

Priscila: Tédio? – A voz rouca me fez saltar da cadeira com o susto. – Opa, te assustei? – Sorriu. – Recordo de como era fácil conseguir essa façanha antigamente.

- É, vejo que você ainda é muito boa nisso. – Levantei, colocando meus cabelos para trás da orelha. – Que chuva chata. – Franzi o nariz para água que caia. – Será que esse tempo vai mudar? – Olhei para o céu, buscando descobrir se vai cair uma tempestade novamente.

Priscila: Parece que sim. – Esticou o braço, deixando que algumas gotas de água a molhassem.

Precisei me ponderar para não suspirar ao ver a blusa colada marcar o contorno de seus seios. Baixei o olhar e acabei o focando sobre a marca roxa na altura de meus seios. Passei os dedos levemente sobre ela, distraída demais para perceber que o olhar delá agora estava focando em meu rosto.

Priscila: Isso está muito feio? – Levantei os olhos e me deparei com sua face próxima demais. Ela passou o dedo sobre a mancha, foi o suficiente para me deixar alertar.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora