POV CAROL
Acordei cedo no dia seguinte e fui logo colocando minhas malas no carro. Estava pronta para minhas férias.
Gabriel: Dirija com cuidado e se divirta. – Acenou uma última vez quando entrei no carro, olhei-o pelo espelho retrovisor e dei a partida.
O longo caminho a percorrer não me assustou e sequer conseguiu me desanimar, é bem verdade que odeio me lançar na estrada sozinha, mas acho que fiquei tempo demais cercada por pessoas, minha cabeça relaxou assim que por minhas narinas entraram o doce aroma do campo. Ainda era cedo quando saí, não passava das sete da manhã, gosto assim porque não há movimento, quando cheguei na pequena cidade me senti abraçada por ela no mesmo instante. As casas simples e aconchegantes, todas pareciam ser da avó de alguém, algumas poucas pessoas sentadas ao sol em frente a elas, o comércio restrito abrindo as portas. E o leve soar do canto dos pássaros. Perfeito.
Arrastei minha mala até a porta da casa de Amanda, que de longe se podia identificar como sendo dela, sua arquitetura era mais luxuosa, ao contrário do restante da cidade, mas ainda assim não ficava deslocada.
Coloquei a chave na maçaneta e chutei minha mala para dentro assim que a porta se abriu.
Foi então que ouvi um ruído vindo do andar de cima.
- Quem está aí? – Gritei, com a voz tremula. Ótima ideia Carolyna, anuncie mesmo sua chegada aos sete ventos.
Olhei ao redor e percebi um abajur sobre a mesinha. Desculpe-me Amanda, é para minha sobrevivência. Puxei-o da tomada e o apertei firmemente enquanto dava passos lentos em direção ao som. Subi as escadas devagar, até notar a porta do banheiro entreaberta.
Oh, que lindo, alguém não tinha chuveiro em casa e veio se tomar banho aqui. Poupe-me.
Abri a porta com tudo e levantei o braço com que segurava o abajur, pronta para o estatelar na cabeça de quem quer que fosse.
A pessoa se virou com o susto, os cabelos cheios de shampoo e água escorrendo por seu corpo.
Gritamos. As duas.
E ouvimos o som agudo do abajur caindo no chão.
Não demorei muito para identificar a tal intrusa, por entre o vidro embaçado reconheci os olhos, aqueles olhos.
Não baixe o olhar Carolyna, vire-se enh saía desse banheiro agora. Não baixe o olhar. Droga.
Arfei ao ver seu corpo bem torneado com pingos de água escorrendo por ela. Acariciando-a.
Tudo isso não levou mais de dez segundos para acontecer.
- Ahn, desculpe. – Mordi meus lábios. – Eu... – seus olhos me fitavam, intensos. - ... desculpe. – Murmurei novamente dando as costas e saindo.
Fechei a porta e escorreguei por ela, não sei se sou capaz de chegar até a sala para sentar. O primeiro pensamento que veio foi que tudo isso só pode ter sido uma armação de Amanda.
O.K, mentira. Esse foi o segundo pensamento. O primeiro foi como ela está gostosa.
Os cabelos médios e meio que ondulado em suas pontas, o corpo mais definido, os traços marcantes, os seios mais fartos, a cintura mais fina, as mãos maiores.
Senhor, um arrepio subiu por minha espinha ao imaginar aquelas mãos me tocando novamente.
Ouvi-a desligar o chuveiro, não sei como consegui correr até o andar de baixo e me jogar no sofá, minha perna tremia.
E agora? Como dividir a casa com essa mulher? Por Deus, ela está digna de fazer qualquer mulher ou homem cometer um pecado.
É inegável o batimento descompassado de meu coração. De tantas pessoas. De tantos lugares porque ela tinha que estar aqui?
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O Intercambio 2 - CAPRI
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