Capítulo 13

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POV PRISCILA

A verdade é que eu também não aguento mais ficar longe dela, cada segundo está me matando, porque, ainda que diga o contrário para ela, tenho noção de que muito dificilmente nos veremos tão cedo. Cada vez que escuto sua voz, ou vejo sua imagem, tenho um aperto no peito e uma vontade de sair correndo atrás dela. Isso me mata. A ponto de chorar todas as vezes que nosso contato virtual termina. Como ocorreu hoje.

Sai do quarto de Amanda, após desligar o computador, deitei-me em minha cama e permiti que as lágrimas dolorosas escorressem por minha bochecha, queimando-me ao mesmo tempo que parecia lavar minha alma. Sempre me senti mais leve depois de conseguir colocar tudo para fora.

Amanda: Pri... – ergui a cabeça, notando minha irmã encostada na porta, enquanto falava com a voz suave. - ...escutei seus soluços.

Segui seu conselho por um certo tempo até que me afastei delicadamente dela, apostando qualquer coisa que meus olhos estão vermelhos e inchados. Ela passou o dedo por meu rosto, secando as lágrimas, então colocou meus cabelos para trás, enquanto eu respirava fundo tentando me acalmar.

Amanda: Está melhor? – Assenti. – É difícil aguentar a pressão, eu sabia que você ia estourar uma hora.

- Me mata não encontrar uma solução. – Funguei. – Estar presa aqui. – Minha voz saiu rouca e cortada, eu não conseguia falar sem que o nó em minha garganta retornasse e as lágrimas me cegassem momentaneamente.

O tempo pareceu desacelerar, à medida que os dias iam passando eu entrava cada vez mais em um buraco próprio, literalmente estava me arrastando pelos cantos. O inchaço em torno de meus olhos já era tão comum que ninguém mais questionava o que havia acontecido. Parte disso porque duvido que não tenham me visto chorar. A realidade chegou dura e fria batendo em minha cara e avisando: Ela não vem. Já estamos entrando em dezembro e é difícil até respirar.

Escutei batidas na porta, respirei fundo antes de conseguir abrir a boca para mandar entrar, Malufca apareceu e em passos lentos se aproximou. Passei a mão pelo rosto e suspirei cansada.

Malufca: Está a fim de ir dar uma volta? – Convidou-me, com a voz mansa. – Um programa de melhores amigas. – Acrescentou. Forcei um sorriso, sabendo que ela estava tentando me ajudar.

- Podemos deixar para outra hora?

Ela me olhou por um instante e então assentiu, deixando-me sozinha. Uma das coisas que mais admiro na Malufca é a capacidade que ela tem de saber quando preciso de um tempo só para mim e quando ele deve insistir.

O pior de tudo é que eu sei o que todos ao meu redor estão pensando e porque estão claramente alarmados.

Eles acham que vou voltar para as drogas.

O natal chegou e com ele veio a certeza de que demoraria para eu ver Carolyna, e com isso em mente, esse não seria um dos meus melhores natal.

Amanda: Bom, o meu presente para a Pri não consegui embrulhar... – comentou, levantando, olhei-a curiosa. - ... E nem encontrar uma caixa grande o suficiente. – Ela deu uma risada curta.- Além do mais meu presente tem medo de altura, então não quis vir no trenó do papai Noel.

Enquanto falava ela se encaminhava para a porta da frente.

Amanda: Espero que goste, mana.

Quando ela abriu a porta minhas pernas bambearam, analisei a pessoa que passou por ela de baixo para cima. As tênis pretas, uma calça pantalona, as curvas acentuadas na cintura, o casaco grosso, os lábios carnudos e rosados, os cabelos caídos sobre o ombro, até chegar nos olhos castanhos.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora