Capítulo 23

2K 145 18
                                    

POV CAROLYNA

Priscila: Então, pode me responder, afinal, por que se importa? – Merda, ela não facilita em nada minha vida.

- Eu já disse que não sei. – Cerrei os dentes. – E também o que importa a você saber minha opinião? Não tem teu príncipe dá carona? – Retruquei. Falando demais. Outra vez.

Priscila: Oh, com certeza. Eu tenho. – Deu mais um passo para frente. – Acredito até que escreverei um livro sobre esse encontro. – Fechei a mão em um punho ao lado do corpo. Minhas unhas cravaram fortemente em minha palma da mão. - Vou relatar nosso encontro na biblioteca... – fechei os olhos para conter a raiva, quando voltei a os abrir ela estava consideravelmente mais perto. - ... E nosso jantar... – mordi meus lábios. – ...seu falatório ininterrupto. E sabe como eu o calei? – Foi demais, involuntariamente coloquei minhas mãos nos ouvidos, não suportando mais escutar. Lá lá lá, um, dois, três indiozinhos... Cantarolei mentalmente para não ouvir nada que pudesse ouvir Priscila. Delicadamente ela afastou minhas mãos, entrelaçando os dedos aos meus e impedindo que me afastasse. – Eu o calei... – respirei fundo, sentindo meu corpo tremer com ansiedade. Porque me maltrata tanto?! - ...negando-lhe um beijo e desejando árdua e intensamente voltar para perto de você.

Abri meus lábios fazendo menção de responder, porém logo me calei. Não havia o que ser dito. Foquei o olhar no seu, buscando certificar-me de que o que diz é verdade. Sua mão pressionou delicadamente a minha. Eu sabia que era hora de falar algo. Ela esperava que eu falasse.

- Está falando sério? – Pisquei lentamente. – Quer dizer... não aconteceu nada?

Priscila: Além do jantar? – Assenti. – Nada.

- Mas...por que? – Disse confusa. – Ele era bonito. – Admiti.

Priscila: Carolyna, para de fugir. – Ela soltou minha mão e tocou meu rosto. – Chega. – Sussurrou.

- Priscila, eu... – respirei fundo, decidindo ser sincera. - ... estava com ciúmes. Com muito ciúmes.

Priscila: Eu sei. – Ela sorriu levemente. Suas mãos desceram até minha cintura, enlaçando-a e me puxando para perto. – E você fica linda brava. – Seu nariz deslizou por minha bochecha, causando uma palpitação em meu coração com a proximidade.

- Eu sou tão péssima atriz assim? – Murmurei, quando seus lábios tocaram minha pele.

Priscila: Talvez. Ontem eu quase acreditei que estava dormindo. – Senti meu rosto corar. – Por muito pouco não comecei a te beijar.

- Ontem eu quase te esbofeteei. – Retruquei.

Priscila: Imaginei. – Ela sorriu, beijando-me o canto dos lábios. – Estava com medo que fosse embora.

- Eu não ia conseguir. – Suspirei. – Não ia te entregar de bandeja para um cara. – Ela riu.

Seu olhar se chocou contra o meu. O brilho intenso me fez arfar. Céus, como eu a queria.

Priscila: Seus olhos são transparentes. – Comentou. – Sempre te entregam.

- E o que eles dizem agora?

Priscila: Dizem que você está sentindo exatamente a mesma coisa que eu.

Sua mão tocou a minha delicadamente, ela a puxou até encostá-la sobre seu peito, fazendo-me sentir seu coração. Fechei os olhos por uns segundos.

- Pri... – minha voz não saiu mais alta que um sussurro. Era absurdo o turbilhão de sentimentos que se chocaram contra meu corpo com o simples ato dela. O passado, que sempre se faz presente, retornou, como quem diz: Essa mulher é sua. Sempre foi.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora