Capítulo 1

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POV CAROL

No momento em que seus braços me envolveram, eu tive a estranha certeza de que não quero nunca mais que ela me solte. Sua mão veio para meus cabelos, prendendo-me junto dela, sua mala havia caído para algum lado, quando me choquei contra seu corpo, obrigando-a a me segurar, as lágrimas já molhavam meu rosto e eu sequer conseguia acreditar que realmente estou com ela. Novamente.

Afastei-me, para poder olhar seu rosto, por Deus, está tão linda. Os olhos, banhados de lágrimas, com o mesmo efeito devastador de sempre. O rosto com mais traços de uma mulher. O cabelo solto e comprido. Eu não conseguia acreditar que agora ela é só minha.

Priscila: Olá, meu amor. – Cumprimentou, secando as lágrimas que escorriam por meu rosto.

– Eu não acredito que você está mesmo aqui. – Toquei seu rosto, somente para ter certeza que não estou sonhando.

Priscila: Te avisei que viria, não ia te livrar tão fácil de mim. – Piscou, sorrindo. – Hm, que tal saímos do meio do aeroporto? Eu não entendo muito do que estão falando, mas algo me diz que já passaram uns três nos xingando por estarmos no meio do caminho.

– Qual o problema dessas pessoas?! Não me deixam nem ter meu momento. – Reclamei, a fazendo rir. Minhas mãos ainda estavam trêmulas, Priscila entrelaçou os dedos aos meus, pegou a mala com a outra mão e encaminhou-se mais para o lado. – Venha cá, vou te apresentar para minha mãe.

Priscila: Já assim? Mal cheguei e vou conhecer a sogra? – Se fingiu de apavorada, arrancando minha primeira risada.

Com o nervosismo todo, eu havia esquecido que ela tem esse poder de me acalmar. De me fazer ficar tranquila.

– É, mas tua sogra não fala nada de inglês, então acho que a comunicação entre vocês será bem restrita.

Priscila: Hm, mas nós duas temos você. E poderá ser nossa tradutora. – Sorriu. – Afinal, meu papel aqui é puxar o saco da minha sogra. – Rolei os olhos, rindo.

– Achei que era ficar comigo. – Fiz dengo.

Priscila: Também, manhosa. – Me abraçou por trás, apertando meu nariz. Sorri. – Aliás, eu vou pensar, cadê meu beijo?

– Humm, acho que a senhora não irá ganhar beijo agora. – Brinquei. – A graça de quando chega alguém distante de viagem é ficar ali no meio do povo, tipo aquelas cenas de filmes.

Priscila: Ai meu Deus, cortei teu momento Hollywood. – Mostrei a língua para ela e parei diante da minha mãe.

– Mãe, essa é a Priscila. – Disse em Português. – Priscila, essa é minha mãe. – Disse em inglês.

Ela foi prática, abraçou-a, como cumprimento, ao invés de ficar falando.

Danda: Ela é linda, Carolyna. – Comentou minha mãe, olhando para Priscila.

– Eu sei. – Pisquei, sorrindo.

Priscila: Hey, isso não é justo, não entendo nada. – ela chiou, me fazendo rir.

– Ela disse que você é linda. – Informei, enquanto andávamos para o carro.

Priscila: Aí, que fofa sua mãe. – Sorriu. – Diga que agora eu sei de onde saiu tamanha beleza. – Me olhou sugestiva. Rolei os olhos e falei. Essa coisa de ser tradutora já está me dando nos nervos.

Entramos no carro, acabei sentando no banco da frente, não podendo ficar junto da Pri, que olhava para tudo com curiosidade, franzindo a testa para as placas que não conseguia ler.

Priscila: Não pense que não sei que está me cuidando pelo espelho retrovisor. – Implicou.

– Você está tão turista – acabei rindo.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora