Capítulo 27

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POV CAROLYNA

É difícil decifrar Priscila, suas expressões me confundem, nunca consigo afirmar cem por cento o que ela está sentindo. Deixei meus dedos deslizarem por seus lábios me deixando arrepiada ao lembrar dessa mesma sensação em outras partes de meu corpo.

Priscila: Às vezes eu gostaria de ler teus pensamentos. – Sussurrou.

- Certamente eu também gostaria de fazer o mesmo com os teus. – Devolvi, fitando-a.

Priscila: Não creio que seja difícil descobrir o que passa em minha mente. – Retrucou.

- Acredite, é.

Priscila: Talvez você esteja buscando no lugar errado. – Deixou a dica no ar. – Ou simplesmente não quer ver.

- Priscila, posso te fazer uma pergunta?

Priscila: Claro.

- O que está sentindo? Agora, exatamente.

Ela me olhou séria por uns segundos, refletindo minhas palavras, então se pôs a falar.

Priscila: Eu me sinto completa.

Foi isso. Só isso que ela disse. Sua voz escondia os reais significados daquelas quatro palavras. E eu tive vontade socá-la por não me dizer quais são.

- Se teus livros forem tão resumidos quanto as coisas que me diz é melhor você trocar de profissão. – Murmurei, a contra gosto, a fazendo rir.

Priscila: aí que está a graça da literatura. – Sorriu, travessa. – Interprete como quiser.

- Tenho receio de estar entendendo tudo errado.

Priscila: Só me diga: Quando eu falo você escuta com o coração ou com os ouvidos? - Simples assim, ela me calou.

- Com o coração, creio.

Priscila: Então como me diz que é difícil decifrar meus pensamentos?! Carol, esqueça, não irei te dizer nada com todas as letras até ter certeza que você está pronta para ouvir.

POV PRISCILA

Por sorte fui salva por meu celular, desviei o olhar de Carolyna e me foquei no pequeno aparelho sobre a cômoda, estiquei a mão e o levei até meu ouvido.

- Quem me incomoda?!

Bia: Sarah... – a voz dele era levemente tensa. - ... eu acho que Amanda está grávida. – Cuspiu, de uma vez só. Arregalei os olhos e fiquei estática sobre a cama.

Carol franziu o cenho, me observando atentamente.

- Acha? – Foi só o que consegui falar. Minha irmã... grávida. Céus.

Bia: A um tempo estávamos fazendo o procedimento de inseminação artificial, resolvemos só falar se desse certo. Agora ela está dentro do consultório com um médico que irá examinar ela. – Explicou. – Priscila, e agora com a possibilidade estou me questionando se estou pronta para uma responsabilidade tão grande.

- Bia, você nunca irá estar pronta. – Ela rosnou um obrigada, irônico, antes de eu concluir a frase. – Isso dá medo mesmo, acredito. – Segui, como se não tivesse me interrompido. – Mas vocês vão aprender juntos. – Sorri. – E terão o apoio incondicional de várias pessoas.

Bia: Pri, eu estou apavorada.

- Relaxa, você e Amanda são maduras e já estão estabilizadas profissionalmente, isso é uma benção.

Bia: Por que eu sinto que alguém será uma tia babona?! – Murmurou, me fazendo rir.

- Não tricotarei casaquinhos... prometo. – Ela riu um pouco.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora