Capítulo 16

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POV PRISCILA

Suas pálpebras se fecharam por alguns segundos enquanto seus lábios se afastavam ao sutil toque de meu dedo.

Meu coração sentiu um baque quando seu olhar se chocou com o meu. Não durou mais de um minuto, ela logo desviou. Em silêncio levantei e busquei meu notebook na – inútil – tentativa de escrever alguma coisa e dar tempo ao tempo. Durante essa frustrada válvula de escape senti os olhos de Carol sobre meu rosto, analisando-me, tentando ao máximo ser discreta uma vez que sempre que mexia ela focava o olhar em outra coisa. Senti uma ternura enorme ao ver que ela estava tímida novamente.

Carol: Priscila... – imediatamente me virei ao ouvir sua voz. Ela me encarou com os olhos castanhos bem abertos. Esperei que falasse, mas nada aconteceu.

- Oi? – Sorri.

Carol: Será que a gente pode fazer alguma coisa... – mordeu os lábios. - ...juntas?

No exato momento que ela falou eu fechei o computador e levantei.

- O que você quer fazer?

Carol: Não sei. – Encolheu os ombros. – Acho que sou meio hiperativa, não gosto de ficar parada por muito tempo.

- Vejamos... – passei os olhos pela sala, pensando em alguma coisa.

Céus que pergunta errada essa dela. Somente consigo pensar em uma coisa que podemos fazer juntas. Bem juntas.

Carol: Eu ia sugerir que fossemos dar uma volta. – Comentou. – Mas olhe só esse tempo... – indicou a janela – vai cair o mundo lá fora a qualquer instante.

- Isso vai soar bem infantil, mas... – sorri. – Quer jogar vídeo game?

Ela gargalhou alto, porém aceitou. Era extremamente engraçado a ver jogando, porque Carolyna praticamente entrava dentro da tela e mexia mais a si mesmo do que o personagem que usava. Quando ele deveria saltar, ela pulava no sofá. Quando ele deveria virar, ela inclinava o corpo para o lado... deixei-a vencer.

POV CAROLYNA

- Por que você me deixou vencer? – Disparei a pergunta assim que ela desligou o aparelho.

Priscila: O que te faz pensar que eu deixei?

- Vejamos... talvez o fato de que eu nunca ganhei de ninguém, sequer do teu irmão?! – Rimos.

Priscila: É, difícil não ganhar do tampinha. – Sorri com a voz doce que ela usou ao se referir a Pedro.

- Ele joga bem, vai. – A empurrei pelo ombro, levemente.

Priscila: Em que momento você passava lá em casa que nunca te encontrei? – Arqueou a sobrancelha.

- No momento que tu não estava. – Debochei. – Eu ficava atrás do arbusto, você saía e eu entrava.

Priscila: É brincadeira, né?

- Não sei. – Encolhi os ombros. – Viverá na eterna dúvida.

Priscila: Ah é?! – Estreitou os olhos então delicadamente me segurou pelos cotovelos até me deixar deitada sobre o sofá e começar um ataque de cócegas. – Tem certeza que vou ficar na dúvida?

Debati-me em baixo de seu corpo enquanto ria descontroladamente, minha visão estava embaçada devido às lágrimas que a risada causou. Sequer consegui encontra fôlego para responder a ela. Parecíamos duas crianças novamente.

Priscila: Vou parar só porque você está ficando roxa. – Avisou, implicando. Respirei fundo e passei a mão pelo rosto.

Priscila seguia com o corpo inclinado sobre o meu, os traços de diversão haviam sido substituídos por outros... que eu só conseguia identificar como ternura.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora