Capítulo 22

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POV PRISCILA

Não tive a chance de responder, Carol saiu da varanda, deixando claro que queria ficar sozinha. Sentei no degrau da pequena escada que leva ao jardim.

Está certo... revendo os fatos. É uma loucura, mas o que na minha história com Carol não foi?! Talvez ela não esteja muito certa do que quer. Ou talvez eu esteja pressionando demais. Não posso me julgar, não tenho controle sobre meu coração, ocorreu que para mim desde que reencontrei ela foi como se nunca tivéssemos nos separado.

Há coisas que em minha cabeça estão tão claras e que meus olhos entregam a todo o segundo, que eu não sinto a necessidade de falar em voz alta. Acho que devo ter interpretado errado as ações de Carolyna, julguei tudo saindo do princípio que ela sente a mesma coisa que eu. O que pode não ser uma verdade absoluta.

Não achei necessário avisá-la que ia sair. Peguei minha bolsa, meu celular, enfiei no bolso da calça e rumei para as ruas da pequena cidade. Diretamente fui para a biblioteca local. A satisfação de ver diversos livros meus por lá me arrancaram um sorriso.

- Priscila Caliari? – Uma voz grossa soou atrás de mim, me virei, sorrindo.

- Sim?

***** - Não acredito que é você mesmo. – Seus olhos se arregalaram. – Tenho todos seus livros. – Meu sorriso se alargou. – Pode autografar algo para mim?

- Claro. E obrigada.

***** - Imagina. – Sorriu. – Pode ser minha camiseta? – Assenti. Ele buscou uma caneta.

- Qual seu nome?

***** - Gustavo. – Autografei nas costas. - Você tem compromisso para hoje à noite? – Arqueei uma sobrancelha. – Aí que vergonha. – Ele riu. – É que além de ser um devorador nato dos teus livros, te acho muito linda. Seria uma honra jantar com Priscila Caliari.

POV CAROLYNA

Queria conseguir me entregar, deixar as coisas fluírem..., mas não quero pagar para ver no que vai dar. Penei muito para bloquear Priscila após nosso rompimento, demorei para conseguir essa façanha e em dois segundos, quando seus olhos encontraram os meus, boom, ela explodiu toda minha construção.

Eu amadureci nesses últimos anos, fui praticamente obrigada, pois estava morando sozinha em um país distinto, não faço nada sem medir as consequências. E algo me tranca quando Priscila começa a falar sobre sentimentos. Assim como perco a razão quando me toca.

O certo seria arrumar minhas malas e ir embora. Mas eu não consigo fazer isso. Não com ela. É como se eu quisesse provar algo a mim mesma, provar que o que passou foi só uma rápida recaída, um desejo momentâneo. O problema é que sei que não é.

Desci as escadas em busca dela, precisava pelo menos pedir desculpa pela forma que me afastei.

- Priscila? – Chamei, ao não a encontrar pela sala, nem na cozinha e muito menos na varanda. Subi, com medo que ela tivesse feito o que eu não tive coragem. Alivio. Quando vi suas coisas ainda no quarto.

Tudo bem, Carolyna. Ela volta logo. Mordi meus lábios e fitei a porta, aflita.

POV PRISCILA

Acabei por aceitar a oferta de Gustavo, mais para deixar Carol sozinha um tempo do que por vontade. Acredito que ela necessita de espaço para pensar.

De qualquer forma, Gustavo não era uma má companhia. Um garoto inteligente, vivido, que sabe muito de literatura e que tem um vasto conhecimento sobre livros.

Ignorando uma ou duas indiretas, consegui manter-me flexível durante o jantar.

O único problema é que ele não me dava chance de finalizar a conversa e ir para casa.

O Intercambio 2  - CAPRI Onde histórias criam vida. Descubra agora