04.

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Cecília Serena;

Pela primeira vez na vida me sinto em casa, sabe uma sensação boa de paz, proteção...

Linda: Pode deixar que eu lavo. — adverte, me vendo pegar as louças e por na pia pra começar a lavar.

Cecília: Eu lavo dona Linda! — sorrio. — É o mínimo que posso fazer por vocês.

Linda: Então eu seco.

Começo a lavar a louça e dona linda foi secando, tinha muita louça e eu nem reclamei até gosto de lavar.

Linda: O que houve contigo Ceci, posso chamar assim?

Cecília: Claro que pode, me envolvi com bandido e no começo era perfeito, até se transformar nisso. — digo, envergonhada apontando para meu corpo. — Dona Linda, se eu pudesse voltar no tempo não teria acreditado nele, ele é uma pessoa horrível..

Linda: Tenho o costume de dizer para o meu filho que tudo que acontece de ruim na vida da gente, é pra melhorar depois. — ela sorri pra mim, tocando em meu ombro. — Por mais horrível que tenha sido, vai melhorar a partir de agora, Ravi vai cuidar de você e eu também vou, você está segura.

Cecília: Agradeço de coração por isso dona Linda, por me deixar ficar aqui e por seu filho também estar me protegendo, mesmo não sendo obrigação dele.

Linda: Meu filho é uma pessoa boa, se está fazendo isso é de coração, sabe passei o mesmo que você durante a gestação do Ravi.

Cecília: Como conseguiu sair disso? — pergunto, lavando agora as panelas.

Linda: Eu entreguei o pai dele pro tribunal do crime aqui da Penha, só que ele fugiu, nunca tive coragem de contar pro meu filho o que aconteceu...

Cecília: Se a senhora quiser contar... sei que nos conhecemos agora.. mas sou ótima em ouvir e guardar segredo.

Linda: O Ravi veio por meio de um estupro, do pai dele... depois de engravidar, meus pais me fizeram morar com ele, foi isso.

A olho, e paro de lavar a louça abraçando a mesma com carinho. Por sorte não cheguei a ser, mais entendo a angústia de quase ter sido, e engravidar do seu agressor deve ter sido horrível.

Linda: Mais com toda certeza meu filho é a melhor coisa que me aconteceu, e criei ele pra ser diferente do pai ele é uma pessoa incrível.

Cecília: Da maneira que a senhora fala dele, seus olhos brilham, ele deve ser um homem incrível mesmo.

Sorrio, terminando de lavar a louça e a linda a secar, seco minhas mãos com o pano e vou pra sala seguindo dona linda.

Linda: Vem Cecília, vamos sair. — diz me puxando.

Cecília: Pra onde? — pergunto rindo.

Linda: Conhecer pessoas! Dançar, você é nova e eu também.

Sai me puxando e eu vou ela é realmente um amor, por onde passávamos as pessoas olhavam, também eu tô toda roxa...

Me encolho um pouco quando chegamos ao bar, me sentando mais ao fundo enquanto Linda vai dançar.

[..]

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Raridade tem a quem puxar.

Meu Adeus [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora