19.

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Raridade;

20h00

Chego na reunião e respiro fundo, ajeitando a arma bem discreta na cintura, entrando com os moleques no local, confio desconfiando e eu tô ligado que da mesma forma que pode não ser, pode ser uma armadilha, no crime ninguém tá do teu lado, só se for com a certeza de que vai ganhar algo com isso.

Dior: Vai dar merda porra. — ajeita o fuzil nas costas. —

Xotinha: Também tô sentindo essa parada aí mermo, tão jogando nois na cova dos leões porra.

Raridade: Tamo preparado, fica sussa. — encaro eles serinho. — O pior que pode acontecer é o caixão fechado do nosso enterro.

Dou risada de lado e os dois entram, junto de alguns outros vapores e eu vou logo atrás, me sentando na mesa e encarando o KL ali com a maior cara de filho da puta fingido.

Francês: Fé, vamo começar o tribunal do crime e cada um vai ter tua hora de falar, o veredito vai ser dado pela tríade, eu, Português e Russo, começa ai KL.

O encaro e ajeito a arma, olhando diretamente pra ele.

KL: Minha mulher foi sequestrada, foi no hospital fazer exame e não voltou mais. — finge choro. — Depois de um mês fui ver e ela tava no morro do Raridade, no CV não pode atentar contra morro da mesma facção e nem partir pra família e ele tá tentando de todo jeito acabar com meu morro e com a minha gestão, mantendo minha mulher no morro dele.

A tríade me olha e eu reviro os olhos, me acalmando pra não cometer uma chacina aqui nesse lugar mermo.

Francês: Provas? — olho o KL vacilar e nego com a cabeça.

KL: Já vai entrar. — vejo a porta abrir e o putao passar por ela, gargalho, só pode ser piada uma porra dessas.

Francês: Pode falar.

Putão: Ele apareceu com a mina toda machucada, perguntei o que foi e ele disse bateu nela porque queria o morro do KL, tentei intervir e levei um tiro. — mostra o joelho. — a mina pedia socorro a todo momento, querendo voltar pro KL e o raridade nunca deixou, ele merece ser expulso do CV e perder a gestão da Penha.

Xotinha: Mentiroso filho da puta, eu meti o tiro em tu rapa, tava na maior crocodilagem querendo o morro, fingido do caralho. — fala alto, atraindo atenção da tríade.

Português: Explica essa porra ai. — aponta pro Xotinha.

Xotinha: O mano é filhinho de papai, entrou no crime por rebeldia, raridade e eu acolhemos e ensinamos os bagulho tudo. — aponta na cara do putão. — Tava querendo o comando da Penha, levou uma surra e falou da garota do KL, eu mermo atirei e meu erro foi não ter matado esse filho da puta.

Russo: Tua vez Raridade, conta teu lado da história. — aponta pra mim.

Raridade: Tralha, sub dono do KL foi atrás de mim querendo proteção pra garota, que apanha a três anos dele, ficou no hospital em estado grave e o CV não aceita agressão a mulher, eu ajudei e ajudaria de novo. — bato no peito. — Essa porra aqui é tudo um circo, mano não tem nem provas do que fala, tenho todas as entradas da garota com as descrições do médico. — jogo na mesa e eles pegam. — Eu nunca precisei partir pra familiar e se tivesse a chance não faria, quem tá contra mim eu bato de frente e levo pra vala, quiser me expulsar do CV fica a vontade mais eu não vou devolver a garota pra ele.

Russo: E aí KL, cadê as tuas?

Francês: Vamos ler o bagulho aqui e tomar a decisão, podem esperar lá fora.

Português: CV vem antes de tudo, podem sair.

Saio da sala puto pra caralho, desligando o celular das chamadas insistentes da minha mãe, sem cabeça pra essa porra.

Dior: Explicado, KL é burro e tá na aliança do putao. — murmura baixo.

Xotinha: Isso aqui tá tudo armado, caralho.

Raridade: Tô ligado.

Fico ao lado de fora esperando e respiro fundo, tentando manter o raridade da paz, o meu outro eu não vai sair, não mais, respiro fundo e ouço eles chamarem de volta entro na sala e nos sentamos novamente.

Francês: Analisamos todas as provas e por hora a garota vai ficar na contenção do KL de volta, até a próxima reunião e ouvirmos o lado dela da história.

Russo: Raridade tá suspenso de fazer parte do comando, por proteger a garota sem avisar a gente o KL é pra manter distância da Penha.

Português: Cada um no teu canto, até a próxima reunião com a garota.

Gargalho alto, alto mermo acompanhado do Xotinha e Dior.

Raridade: Do meu morro ela não sai. — paro de rir. — E se tiver que eu sair do Comando pra isso acontecer eu vou, NEM que eu mate todos vocês, ela não vai com ele.

KL: Vamos, aceita e me dá a garota. Você não vai entrar em guerra por isso ne. — Da risada.

Francês: Raridade o tribunal no crime já decidiu o que fazer por hora, aceita e da a garota.

Raridade: Tô fora do CV, quem quiser bater de frente NO MEU MORRO, pode vim. Porque o clima e a minha vontade tá grande de trocar tiro, da Penha ela não sai.

Viro as costas e saio dali, puto pra caralho não sou burro de matar o KL e o putão ali, e o que eu decidi pela Cecília vai iniciar uma guerra do caralho, mas por ela eu faço tudo e ele não vai tocar em um fio de cabelo dela.

Nem que pra isso eu tenha que cobrar o favor que o dono da ADA está me devendo por ter salvo a vida dele anos atrás.

Entro no carro com os mlks e nois vai em direção a Penha de volta, tô transtornado pra caralho, é só quero olhar pra cara dela e sentir a paz que ela me trás.

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Meu Adeus [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora