Raridade;
Termino de mexer as panelas, tirando a camisa e colocando o pano de prato no ombro, me abaixando para tirar a forma com o fricassé do forno, ajeitando as coisas na mesa.
Pego o refrigerante e uma cerveja, faz calor no Rio de Janeiro, chegando a conclusão que estou no meu inferno pessoal.
Raridade: Sonhei que a favela estava linda, que todas as paredes tinham tinta, criançada correndo na rua e o céu estava cheio de pipa, ninguém com a barriga vazia, tinha até barraco com sacada virado pra frente da piscina. — canto, mexendo a panela do arroz. — Estava tudo na paz e a polícia não entrava, preto pobre e favelado era respeitado e não discriminado. Por isso nós canta, por isso eu canto.
Termino o arroz, pondo na mesa me virando e vendo minha mãe parada na porta.
Linda: Cor de chocolate da mamãe, você canta tão bem. — vem na minha direção e eu me afasto, por conta da panela quente.
Raridade: Calma ai dona encrenca, deixa eu por a panela na mesa. — coloco ela em cima de um bagulhinho pra por coisa quente.
Linda: Que cheiro bom filho, a mãe te ama tanto. — diz, me abraçando.
Raridade: Te amo mãe, o que aconteceu hm? — pergunto, passando as mãos no cabelo branquinho dela, coisa mais linda.
Linda: Nada filho. — se afasta, sentando na mesa. Encaro ela, e me dou por vencido me sentando ao seu lado.
Coloco a comida no prato dela, em seguida colocando a minha, ouço o barulho da porta e me levanto indo até lá e abrindo, vendo o tralha, Thaís e uma outra menina, seguido do Xotinha.
Xotinha: Mo cheiro bom. — entra indo pra cozinha.
Raridade: Entra ai Tralha. — dou espaço. — Bora almoçar pô.
Eles entram, se sentando a mesa, pego mais pratos e coloco na mesa, eles se servem.
Linda: Tralha quanto tempo não vem me visitar. — diz emburrada. — Thais também, esqueceram de mim e quem é essa moça bonita?
Thais: Linda, acabei ficando sem tempo. — sorri. — Essa é a Cecília.
Tralha: Pô tia eu tava ocupadão.
Observo a conversa deles, vendo xotinha comendo parecendo um animal.
Cecília: Oi, prazer conhecer vocês. — diz tímida, voltando a comer, garota é linda. Só está cheia de hematomas.
Xotinha: Quem que fez a comida? Tá muito boa. — coloca mais comida.
Linda: O meu filho né.
Tralha: Por isso que está ruim.
Thais: Não liga, o Felipe é invejosíssimo só porque só sabe fazer miojo e ainda queima.
A garota ficou calada o almoço todo, falava uma ou duas palavras mais nem forçamos nada. Pelo estado que ela estava a deixamos na dela.
Minha mãe ficou super feliz com eles aqui, ela meio que adota mesmo o pessoal, sou filho único daí nem me mudei de casa dela, moro junto mermo não gosto de deixar ela sozinha.
Cecília ficou a vontade com minha mãe depois do almoço, ela vai ficar aqui em casa.
Tralha e Thais foram embora e eu desci pra boca com o Xotinha de volta, mais minha mente ficou aquela menina, algo me atrai nela e eu não sei o que é.
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Raridade é um amor meninas
zero defeitos nele.
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Meu Adeus [M]
Fanfiction+16| Passe o tempo que for, sentirei teu amor, nas lembranças que não apaguei do coração.