08.

3.7K 259 22
                                    

Cecília Serena;

Ele foi o caminho todo segurando minha mão, e o toque dele não fazia eu me afastar, era calmo, com carinho, tranquilo.

O KL nunca andaria de mãos dadas na rua comigo, mais ele andou, mesmo sabendo que teria inúmeras suposições.

Estávamos voltando para a casa, o sol forte do rio e nós a pé, não reclamando! Amo andar, conhecer lugares, e aqui na Penha é tudo lindo, sequer peguei celular esses dias, somente pra responder a Thais.

Vejo mais à frente um grupo de homens e aperto mais a mão dele, o sentindo me olhar.

Raridade: Que foi? — pergunta, me olhando nos olhos.

Cecília: Nada! — sorrio.

O vejo parar na frente do grupo de homens e com a mão que esta as sacolas fazer toque com eles.

Xxx: Tá pegando criança agora Raridade. — da risada. — Já não basta os crimes na conta agora vai ter de estuprador também.

Xxx2: Você é inconveniente pra caralho, na moral mermo.

A todo momento o primeiro homem que falou, me encarava com um olhar horrível, fui pra trás do Raridade sem soltar sua mão, enquanto os outros riam.

Raridade: Tá loucão caralho? — solta minha mão, pondo as sacolas no chão. — O chefe aqui sou eu porra, tá criando muita assinha não acha não Putão. — aponta na cara dele.

Xxx2: Fica suave Raridade. — diz, o segundo homem enquanto os outros encaravam a cena.

O tal do putão se levantou, ficando cara a cara com o Raridade, a essa altura eu já estava toda me tremendo.

Putão: Chefe que cancela baile pra fazer festa pra pirralho. — da risada, olhando pros outros homens mais nenhum riu. — Fala ai Gateu. — aponta pro segundo homem.

Raridade: Você nasceu em berço de ouro, porra. — dá uma risada nervosa. — Não sabe o que é passar necessidade, não sabe o que não é querer ter algo e não ter como comprar. — aponta o dedo na cara dele. — Virou bandido porque quis ser rebelde, porque levou não dos teus pais, eu te criei caralho! Eu te ensinei tudo que você sabe, então fica na tua.

Sinto alguém tocar meu braço e me viro rapidamente vendo o xotinha, pego a sacolas do chão e vou pra trás dele.

Xotinha: Qual foi? — me pergunta.

Cecília: Eles estão brigando. — vou para trás dele, como forma de proteção mesmo, tenho pavor de briga, gritaria...

Putão: Vamos ver por quanto tempo " cor de chocolate da mamãe", pau mandando de mulher. — diz, fazendo voz fina.

Xotinha me coloca pra trás dele e eu seguro em sua blusa, vendo o raridade partir pra cima do putão, enchendo ele de soco, o olhar dele estava diferente tava bem escuro como se ele tivesse se transformado.

Sinto meu corpo tremer e o xotinha se virar me abraçando e me levando pro outro lado da rua.

Ele voltou pro outro lado e separou os dois, o menino estava irreconhecível, já o raridade estava de boa.

Raridade: O PRÓXIMO FILHO DA PUTA QUE DESDENHAR DA MINHA MÃE, E PASSAR POR MINHA AUTORIDADE VAI AMANHECER COM A BOCA CHEIA DE FORMIGA EM UMA VALA QUALQUER. — diz, saindo dali e indo na minha direção.

Ele segura minha mão e pega as sacolas com a outra, olho alguns machucados ali e viro pra frente o caminho todo foi feito em silêncio.

___________

Meu Adeus [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora