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Cecília Serena;

Estar aqui é uma paz incrível, e a antiga eu estaria orgulhosa por esse passo.

Confesso que fiquei morrendo de medo do Raridade na rua, acho que tenho alguns traumas sobre isso, brigas, gritos...

Mais a sensação de estar aqui, é muito boa.

Em especial o Xotinha, que me trás um sensação incrivelmente familiar... como se eu tivesse uma conexão com ele, sendo que nunca o vi mas está presente sempre que ele fala comigo, me abraça.

[...]

19h00

Penteio meus cabelos o deixando solto, com algumas ondas, me vestindo com um conjuntinho de shorts e blusa na cor rosa bebê, ficando de chinelo mesmo desço pra sala acompanhada da tia Linda, pensa em uma mulher maravilhosa.

Sério, ela é viva, intensa, amável, e vários outros apelidos carinhosos que eu poderia a dar de bom grado.

Ela exala bondade e carinho, como se fosse natural dela e talvez seja.

O nome dela já diz bastante sobre a mesma, ela é linda de corpo e alma, os olhos dela transmitem conforto e paz, e eu espero que eu consiga ser igual a ela, uma pessoa boa!

Que quando eu estiver mais velha eu olhe e veja que aprendi muito com essa mulher maravilhosa, inclusive pensar no próximo.

Saio dos meus devaneios com a voz de tia linda, sorrindo de espontâneo.

Linda: Me ajuda aqui Ceci. — pede, pegando as caixas com os saquinhos de doces. — Estamos atrasadas, ravi já esta doido me ligando. — faz careta, o que me faz gargalha.

Cecília: Ajudo sim. — pego as três caixas médias, que estavam leves e suspendo minha perna pra apoiá-las em cima.

Linda: Xotinha está subindo pra ajudar a gente a descer as caixas, enquanto isso vamos esperar lá fora!

Assim eu faço, levo as caixas lá pra fora com a ajuda dela, deixando as encostadas no poste na calçada ao total eram vinte caixas médias, fora as com brinquedos dentro descer isso tudo a pé seria um cansaço imenso.

Olho o carro se aproximar e chamo tia linda, que vem pra fora trancando a casa.

Xotinha: Vocês vão a pé, vou levar só as caixas. — faz cara de nojo. — Não levo pedintes.

Tia linda o encara incrédula, batendo em sua cabeça.

Linda: Tá criando assas né xotinha, te dou uma surra aqui no meio da rua garoto, não tô pra brincadeira. — cruza os braços, entrando no carro em seguida.

Cecília: Então não vai levar você mesmo né, otario. — gargalho da cara dele. — Tá sempre pedindo comida...

Ele fecha cara, rindo em seguida.

O ajudo a guardar as caixas e entro no carro, com ele entrando em seguida, dando partida para praça que de longe já dava pra ver tudo infectado, estava a coisa mais linda! E é minha primeira vez em algo assim, estou eufórica.

Sabe, eu não tô me importando com nada! Tô vivendo minha vida como se fosse a última vez e as vezes é! Não quero me arrepender de nada, vivi tanto tempo em um lugar ruim.

Surras, humilhações. 

Viver algo assim, novo é surreal de bom. Deixa o coração quentinho, pessoas pegando cestas básicas, as crianças felizes, tudo pintado...

É uma alegria imensa, famílias felizes.

Será que eu seria feliz com meus pais? Será que minha vida seria diferente da que estou vivendo?

Afasto os pensamentos quando o carro para, xotinha foi descarregando e eu e tia linda arrumando os doces na barraca que ficaríamos.

Estou ansiosa demais pra isso, a uma vida nova.

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Como vocês estão? Espero que bem!
No decorrer do livro vocês irão entender as deixas que estou deixando nos capítulos.

Meu Adeus [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora