Raridade;
1 mês depois.Não posso negar que nessa prova de lealdade eu apanhei pra caralho, acho que se aproveitaram de eu ter vindo do CV, tô todo fudido, no literal mermo. Se passou um mês desde que vim aqui, pedir ajuda da ADA, e porra, tô no papo de não conseguir nem andar mermo, o pior nem é isso.
É a saúde da Cecília que tá pior, mandaram o papo de que ela tá emagrecendo pra caralho, e eu não tô do lado dela pra ajudar, tô tentando manter a mente lúcida de que tô fazendo o certo pra proteger eles, mais porra, sinceramente? Tô começando a duvidar.
Xotinha mandou o papo de que tá com ameaça de invasão a Penha, já mandei metade dos moradores sair do morro, ir meter o pé pra Angra, nas casas que tenho lá, alguns tão indo pra casa de parente e tá ficando somente os envolvidos mermo, assim não tem tanta morte, e é até melhor.
Susana: Você tem que parar quieto pra eu poder costurar o machucado. — me encara, alisando meu braço.
Raridade: Vai logo caralho, para de alisar meu braço que sou casado, faz só teu trabalho.
Ela fica calada, costurando o buraco de bala da minha barriga e eu levo o whisky a boca, pra parar de doer, foi tiro ao alvo essa porra pra ver se eu abria a boca do CV.
Susana: Tá pronto. — guarda os bagulhos dela e eu assinto com a cabeça.
Raridade: Pode meter o pé.
Vejo ela sair e me ajoelho no chão, no colchão fino do quarto escuro que fedia pra caralho, no fim vai valer a pena, porque se essa tortura que tô passando não valer a pena eu não sei o que sou capaz de fazer.
Coloco as palmas das mãos juntas e fecho os olhos, não sou tão próximo de Deus mais tô precisando de três milagres dele: A vida da minha mulher, do meu filho e pra essa guerra acabar bem, afim de tudo.
Raridade: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus, Pai de amor e bondade, que em sua infinita misericórdia acolhe todos os que se aproximam de Vós com o coração arrependido, acolhei meu pedido de perdão por tantas faltas cometidas contra Ti e meus irmãos. — murmuro, ajoelhado e com os olhos fechados. — Sei que não sou merecedor de bençãos e nem do teu perdão, carrego tanto sangue nas mãos, mais por favor, não tira eles de mim, eu clamo pelo milagre e pela vida dos dois, salva minha mulher e meu filho, juro perante ao senhor que sairei dessa vida.
Fecho os olhos, sentindo meu corpo todo doer, e me deito de lado no colchão, sentindo as pontadas dos tiros e as pancadas que levei, prometo a ti senhor que sairei dessa vida se o senhor levar a cura a minha Cecília e ao meu filho.
Me perdoa por todo mal cometido aos teus outros filhos, mais ainda cometerei esse erro mais algumas vezes, até poder me libertar e prezar pela segurança da minha família!
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Meu Adeus [M]
Fanfiction+16| Passe o tempo que for, sentirei teu amor, nas lembranças que não apaguei do coração.