26.

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Raridade;

Caralho, mil vezes caralho.

Me levanto do colchão vendo Calisto na porta, filho da puta, respiro fundo me erguendo e indo em sua direção, maluco se eu não estivesse da forma crítica que eu estou, mataria ele no murro.

Calisto: Seja bem vindo a ADA. — bate em meu ombro, solto um gemido de dor e ele me ajuda a firmar em pé. — Depois que cuidar desses machucados aí tu pode meter o pé pro teu morro, os melhores soldados da ADA vão estar contigo, já sabe que queremos o máximo de caras do comando morto.

Raridade: Tô ligado. — puxo o ar com força. — Mais eu quero a cabeça dos quatro pra por na frente do morro, e eu mermo quero matar.

Calisto: Considere feito, a gestão do comando não está nada boa pelas quebras de regra por causa de família. — da risada. — Depois disso, não esqueça de vir buscar a minha filha.

Raridade: Trato é trato, cumpro com minha palavra.

Entro no quarto que ele me leva, e entro no banheiro me olhando no espelho, caralho, meu rosto está abatido demais, as cicatrizes nem se falam... alguns hematomas que não vão sair.

Tiro a roupa, entrando na banheira que havia ali e coloco pra encher comigo dentro, sentindo a água quente relaxar meus músculos, me permito fechar os olhos e tirar a tensão do corpo.

Sinto que a qualquer momento meu corpo irá ceder, tô exausto pra caramba, após mais ou menos uma hora, levanto de banheira depois de me lavar e lavar os cabelos bem, coloco a toalha na cintura e vou para o quarto, vestindo a roupa que havia ali e me ajoelho novaste, só que dessa vez no pé da cama, como fiz todos esses dias que passaram.

Raridade: Testifico-vos que, se buscarmos a graça de Deus, ele nos estenderá a mão, bem como àqueles a quem amamos, quando necessitarmos de ajuda. Obedeçamos ao Senhor em todas as coisas e ofereçamos a ele, como sacrifício supremo, "um coração quebrantado e um espírito contrito". — respiro fundo. — Deus, sou eu novamente, falando com o senhor como fiz todos esses dias, noites, peço novamente que cuide da minha menina que a cure do câncer e faça nosso filho crescer saudável, sei que não sou merecedor da tua graça, mais teu filho está arrependido e clamando por perdão, pela cura. — faço a oração em seguida agradecendo e me levanto.

Me deito na cama, me cobrindo e me permitindo dormir em paz, sem nenhuma preocupação agora, tudo que eu passei nesses três meses foi péssimo, cada surra, cada tiro, queimadura, cicatriz, irá ficar marcada pra sempre assim como a tatuagem da ADA.

Mais não me arrependo de nada, nada será capaz de me fazer me arrepender do que estou fazendo é pelo bem de todos eles, sempre irá ser.

Não consegui manter contato com o xotinha, como será que eles estão? Bom, vou saber assim que conseguir descansar, meterei o pé direto pro morro, essa guerra é minha.

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Meu Adeus [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora