Capítulo 35

656 59 14
                                    

Tá acabando...

S/n pov

Ouço um barulho irritante ecoar em meus ouvidos. Um zumbido. Ouço alguns barulhos de máquinas e uns bips. Abro meus olhos sentindo minhas pálpebras doerem. Olho o local que estou e parece ser um hospital. Tem alguém completamente vestido de branco mexendo em uma bolsa com um fio ligado a mim. Uma mulher. Ela me olha e arregala os olhos. Tento falar algo, porém, nada sai. Meus lábios estão secos, um nó se forma em minha garganta e falar é algo doloroso. Vejo ela sair correndo do quarto.

Meu corpo dói. Meu corpo inteiro dói. Das pontas das unhas, até a ponta do fio do cabelo. Sinto como se eu tivesse sido atropelada por caminhões, um atrás do outro. Meu coração está batendo fraco. Minha cabeça dói. Vejo um homem entrar e a mulher que estava aqui antes, entrar junto dele. Ele pega algo fino e uma luz forte é direcionada em meus olhos.

— Está sentindo dores? - Tento mexer os lábios e falar algo, porém, como já esperava, nada saiu. – Está com sede. Jane, pegue um copo de água fresca para a senhorita Cabello. - A Jane corre para fora do quarto e volta em seguida com uma garrafinha de água e um canudo.

— Bebe devagar. - Ela direciona o canudo a minha boca. Com dificuldade, consigo puxar um pouco de água do canudo. – Doutor, ela não tá conseguindo beber direito. - Ele me encara e faz uma pressão com os dedos em minha garganta.

— M-minha... ir... irmã... - Consigo dizer após engolir o pouco de água que consegui colocar na boca. Jane pega um pano pequeno e o molha colocando em minha testa.

— Já vamos comunicar sua irmã. - Ela diz. – Não tira o pano da cabeça, é só pra te refrescar um pouco.

— Senhorita Cabello, vou fazer algumas perguntas, apenas me responda com sim e não, tudo bem? - Eu confirmo movimentando a cabeça lentamente. Ele me encara puxando seu óculos levemente para baixo, o deixando em cima do nariz.

— Sim... - Sussurro sentindo minha garganta doer.

— Senti dor aqui? - Ele aperta meu abdômen com seu dedo e faço uma careta. Sinto como se seu toque fosse machucar minha alma. Meu coração começa a acelerar.

— Sim. - Tento me livrar das memórias de Alejandro tocando em mim, tirando minha roupa.

— Aqui? - Ele abaixa o dedo apertando minha virilha. Tento me mexer mais meu corpo não obedece.

— Sim...

— Aqui? - Aperta minha coxa e sinto uma pontada ali. Minha mente entra em alerta. Encaro o homem e seguro com força sua mão. Ele me olha e observa meu rosto. Estou com medo. Com medo dele tocar em mim. – Tudo bem, não vou mais tocar em você. - Sinto meus olhos lacrimejar. Solto sua mão e sinto minhas pernas e braços tremendo. – Fica calma, eu não vou tocar em você, não vou te machucar.

— M-minha irmã. - Jane sai do quarto rapidamente. Encaro o homem a minha frente que se afasta e se põe a minha frente na cama. Ele pega uma prancheta e escreve algo. Vejo Jane entrar novamente no quarto e outra mulher, um pouco mais velha entrar com um jaleco rosa escrito: Obstetra.

— Podem nos deixar a sós? - A mulher mais velha diz pegando uma cadeira e se sentando ao meu lado. Jane me encara e o médico apenas sai. Jane toca em meus pés me lançando um olhar de conforto. Vejo ela sair pela porta. –  S/n Cabello, eu fiz exames em você, especificamente, na sua vagina. - Ela deixa a prancheta em cima de suas pernas. – A notícia que eu tenho pra te dar, após saber o que você passou, creio que você não irá gostar. - Ela toca minha mão e aperta me passando conforto. – Fiz exames de sangue, exames de urina e pude notar uma coisa em seu útero. Examinei várias e várias vezes para ter a certeza de que era mesmo o que eu estava vendo. - Sinto meu corpo gelar. Deus, que não seja o que eu estou pensando. – Irei contar isso apenas para você, e se quiser, manterei sigilo completo. - Ela se levanta e me entrega um envelope lacrado. – Acho que você já sabe o que eu quero dizer, não irei falar, mas se quiser saber, abra esse envelope e terá sua resposta. Irei chamar sua irmã. - Ela sai e fecha a porta.

A Garota Nova Hailee/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora