Capítulo 30 - Voltei.

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                               Anna Luísa.

Eu estava desembarcando em São Paulo, eu estava nervosa, ninguém sabia que eu estava voltando, não contei pra ninguém. Aliás, nem tempo deu.

Desci do avião e corri pra pegar as minhas malas e pedir um uber direto pro Ct, eu sabia que ele estariam lá, por conta do Mantuan, era o momento perfeito.

Eu estava nervosa, não sabia o que fazer hora que chegasse, como eu iria reagir, o que eu iria falar. Eu ainda estava com a mesma roupa de ontem, camisa do corinthians e moletom, particularmente era uma roupa confortável e mais prática pra quem tinha uma viagem de 12 horas decidida em 5 minutos.

Chego no Ct, ainda com minhas malas, deixo em um cantinho, e escuto vozes, e sabia que era os meninos que estavam ali.

- SURPRESA! — Grito pra eles abrindo o braço na frente deles.

Eles estavam se acreditar.

- Eu não acredito, que saudade! — o Du é o primeiro a vir me abraçar. — Por que você não avisou nada?

- Longa história.

- Não acredito que você tá de volta chatinha. — o Roger me abraça.

- Você podia ter avisado. — o Piton também me abraça — A Clara não me falou nadinha.

- Você são as primeiras pessoas em saber que eu estou aqui, nem meus pais, nem a Clara, nem ninguém.

- Por que você voltou tal do nada? — o Du pergunta.

- Mas que bom que você voltou justo agora, foi muita coincidência, alguém está muito mal e sei que só você vai alegrar. - o Roger fala enquanto me entrega um café.

- Não foi coincidência, eu comprei a minha passagem depois da lesão dele, eu não podia ficar por lá vendo ele passar por tudo isso. Minha amiga, a Chiara, comprou escondido de mim, porque eu tinha trabalhos hoje, e eu estava nervosa, chorando, e ela cancelou todos só pra eu vir atrás dele.

- É a Anna mesmo, ou ela foi raptada? — o Du coloca a mão no meu rosto pra vê se eu estava com febre

- Para de gracinha. — Dou risada — Foi um pouco tarde, mas eu percebi que eu o amo, e quero ficar ao lado dele.

- Nunca é tarde pra recomeçar. — Escuto uma voz familiar, era meu pai.

Corro até o mesmo e dou um abraço.

- Que saudade, pai.

- Ia brigar com você por ter vindo sem nos avisar, mas agora eu entendi tudo.

- Tá, mas aonde ele está? Quero ver ele.

- Está na sala da fisioterapia com a médica, quer que eu falo que ele tem visitas. — o Roger disse.

- Quero, por favor! Mas sem identificar a visita, quero surpresa.

Vejo o Roger sair, e fico conversando com os meninos atualizando eles de algumas coisas.

- Você viu o Piquerez e o Mantuan brigando ontem? — O du disse rindo.

- Eu vi.

- Zoamos muito o Mantuan no intervalo dizendo que era briga pelo seu coração.

- Pra que inimigos se tem vocês? — Dou uma risada.

- Pode ir, Anna. Boa sorte! — o Roger disse

Levanto e vou até a sala de fisioterapia, ele estava no celular, não tinha notado minha presença ainda, eu estava criando coragem pra entrar e falar com ele.

- Oi, Gu. — Dou um leve sorriso enquanto me aproximava  dele.

Ele muito expressivo, dava pra ver a surpresa em seu rosto. Ele não acreditava que eu estava ali.

- Anna? O que faz aqui.

- Eu vim te ver. Fiquei muito preocupada com você.

- Não sabia que você estava pela cidade, ninguém me avisou nada.

- Ninguém sabia, Gu. Eu acabei de chegar.

- Ah sim, veio a trabalho, ou porque?

- Eu vim porque percebi que eu precisava ficar perto de você, eu sei que foi tarde, mas eu percebi que é isso que eu quero, você.

- Não, Anna, não. — Ele diz colocando a mão no rosto.

- O que foi?

- Você simplesmente fingiu que meus sentimentos fossem um nada, ficou com outro em minha frente, disse que queria se afastar de mim, vai embora, fica 3 meses sem mandar uma mensagem, sem se preocupar comigo, e agora volta do nada dizendo que percebeu que quer ficar comigo? Porra, aí você fode.

- Me desculpa, por tudo, eu me arrependo por tudo que eu fiz, eu estava sem imatura, queria fugir de sentimentos, romances, qualquer coisa. Mas desde a primeira vez que eu te vi, você balançou comigo, ficou nos meus pensamentos e até hoje não saiu.

- Eu não preciso de mais complicações pra minha cabeça, Anna. Você foi embora, e eu fiquei aqui tentando me curar de você, tentando esquecer você, tirar você dos meus pensamentos, e quando eu tô finalmente seguindo a minha vida, você volta como se nada tivesse acontecido.

- Eu fui embora por trabalho, me entende, por favor.

- Eu estou em um dia péssimo, Anna. Você não sabe quanto estou com dor, mal. Pra você vir com deus talvez, sua indecisão, toda essa infantilidade de fugir das pessoas, bagunçando a minha mente. Não é justo isso, Anna.

- Me desculpa, eu quero tentar de novo.

- Eu não sei, acho que é tarde, eu ainda estou magoado com tudo. — Ele sai da sala com ajuda de muletas e desaparece das minhas vistas.

Tento segurar, mas é em vão, minhas lágrimas invadiram meu rosto, e eu só conseguia pensar que eu larguei meu trabalho pra vir atrás dele, pra ser tratada dessa forma.

Saio da sala e decidi ir pra casa, pelo menos eu tentei, logo mais tô de volta em casa.

- Anna, porque ele passou chorando? — o Roger disse — E você também está.

- Meninos, foi um erro eu ter vindo atrás dele, eu me arrependi tarde demais.

- Não foi um erro, Anna, ele te ama. — o Du disse.

- Se me amasse não teria falado comigo daquela forma, eu voltei por ele, peguei um voo de 12 horas de última hora, eu vim quase sem nada, só por ele.

- Anna, calma, respira! Ele tá de cabeça quente, com as coisas que rolaram, ele vai ter que ficar afastado alguns jogos por conta da lesão, e logo agora que ele está voando, então ele realmente está um ranzinza, só não toma decisão precipitada, mais tarde vocês conversam. - o Piton disse me abraçando.

- Eu sei, mas ele podia pelo menos ter sido diferente.

- Você mesma sabe como é difícil controlar as palavras quando está passando por um momento difícil, da um desconto pra ele, por favor! - o Roger disse.

- Tudo bem, vou pra casa descansar, obrigado por tudo meninos!

Pego as minhas malas e saio andando até o carro do meu pai, eu estava muito mal e era perceptível.

Destiny - Gustavo Mantuan. Onde histórias criam vida. Descubra agora