Destiny - Gustavo Mantuan.

Capítulo 41 - Zenit

Gustavo Mantuan

Acordo com uma ligação do Vitor, provavelmente querendo saber da Anna, já que dormiu aqui em casa e já é quase 12h e ela sem acordar.

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- Bom dia sogro!

- Bom dia miúdo, tudo bem? Você está livre agora a tarde?

- Eu vou passar a tarde com a Anna, mas consigo um tempinho, por que?

- Você vem aqui no ct? Diretor quer falar com você. Seu empresário já foi avisado também e vai vir.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, fique tranquilo. Mas queremos conversar com você.

Desligo meu celular com o coração apertado, algo me dizia que alguma coisa iria acontecer, e talvez não seria boa.

— O que foi amor? — Anna disse enquanto coçava seus olhos e se espreguiçava.

— Me chamaram no ct, querem conversar comigo.

— Aconteceu algo?

— Seu pai disse que não, mas meu coração diz que sim. Enfim, vamos adiar só um pouquinho nossa tarde juntos, que eu vou lá e rapidinho volto, ok?

— Tudo bem amor, enquanto isso eu preparo um almoço pra gente! — Ela me dá um selinho.

Levanto da cama e vou direto pro banho. Como estava calor, apenas visto uma bermuda jeans com uma camiseta branca, e um tenis também branco. Me despeço da Anna, e saio em direção ao ct.

Ao chegar, já avisto meu empresário.

— Eai, cara, o que tá pegando?

— Relaxa, vamos entrar e a gente conversa.

Isso já tava me deixando muito nervoso e apreensivo. Entro na sala e vejo duílio, vitor e alguns diretores do corinthians.

— Boa tarde a todos. — Digo sentando em uma cadeira ao lado do vitor e meu empresário.

— Boa tarde Mantuan, precisamos te contar algo.

Balanço com a cabeça pro duílio prosseguir.

— Recebemos uma proposta de empréstimo pra você ir para europa, especificamente, no Zenit na Rússia. Eles pediram você em troca pra ter o empréstimo do Yuri Alberto pra cá. Seria um empréstimo de 1 ano.

— Eu não posso ir... Não quero.

— Não temos muito o que fazer, não queríamos que você fosse, estamos tentando ao máximo, mas eles são muito persistente, querem você.

— Duílio, me desculpa... Não quero deixar o Corinthians, aqui é minha casa. Não quero ir pra Rússia, longe da minha família, namorada, dos meus amigos.

— As coisas não são tão fáceis assim. — Escuto meu empresário dizer.

— Eu sei que não, mas tentem, por favor. Eu não quero ir, preciso ficar aqui. Meu lugar é aqui, no Corinthians.

— Vamos ter mais uma tentativa com eles, pelo seu pedido. Mas não te garantimos nada, e pelas nossas inúmeras tentativas, acredito que eles não vão aceitar novamente.

Abaixo a cabeça e sinto meu coração doer, e logo meus pensamentos vem em Anna. Ela deixou tudo pra vir atrás de mim, e agora eu precisarei ir pra Rússia, ficar longe dela. Poxa, isso não é justo...

— Se quiser ir, já pode. Pense bem, você sempre soube que no futebol precisaria abrir mão de coisas pra ir atrás de seus sonhos, quem sabe você recebe proposta maior lá fora, pra jogar em um clube maior ainda... Você é um jogador brilhante, não queríamos você fora daqui, mas acaba que não temos escolha e ficamos sem saída. — Disse Duílio.

— Tudo bem, eu entendo! Me avisem se der certo, e se não também. Precisarei preparar minhas coisas.

Me levanto da cadeira e vou em direção ao meu carro, eu sei que essa é a minha profissão e eu não tenho muitas escolhas, mas meu coração está doendo, eu não queria ir, minha vida inteira está aqui. Minha namorada, meus amigos, minha família, não posso deixá-los.

Volto pra casa, e vejo Anna na cozinha, e sinto meu coração apertar.

— Oi meu amor, como foi lá? — Ela me dá um selinho — Não está com uma cara boa.

— Mais tarde conversamos sobre, pode ser? Quero apenas experimentar dessa comida que esta com um cheiro maravilhoso e passar a tarde juntinho com você. — Dou um abraço nela e sinto minha garganta dar um nó.

Ela havia feito filé a parmegiana, nossa comida preferida. Ela tinha colocado uma mesa posta, como sempre fazia, ela amava fazer essas coisas, e eu amava ver a dedicação dela com isso,

— Eu estava até pensando que eles tinham te oferecido um empréstimo pra longe, tava com o coração na mão. — Ela disse enquanto colocava mais um pedaço de comida na boca e dou uma risada amarela e sem graça.

Após o almoço, ajudo ela com as louças, e logo deitamos no sofá pra assistir série. Ela deitada no meu colo, vidrada na série, enquanto isso eu não tinha prestado 5 segundos de atenção. Preciso arrumar uma forma de contar a ela, e queria achar uma forma de não ser verdade.

— Amor. — Ela pausa a série. — Eu sei que aconteceu algo lá no Ct, pode me contar. Você não consegue disfarçar nada, e meu pai perguntou se você estava bem, e eu consegui entender que havia acontecido algo. Pode me contar, sabe que eu sempre estarei contigo.

— Eu não sei nem como começar a te contar... Você estava certa, realmente é um empréstimo pra longe, de 1 ano. Eles querem trazer o Yuri alberto pro time e com isso, o Zenit exigiu que eu teria que ir, pra ele vir, Duílio disse que tentou e tentou bastante, mas eles são persistentes.

— Aí, amor... — Ela me abraça. — A distância não vai ser fácil, eu sei. Mas pensa, as vezes pode ser a oportunidade pra você crescer mais ainda na sua carreira, já pensou, proposta de clubes da europa melhor ainda?

— Eu não queria te deixar, Anna. Bati o pé com eles.

— Eu posso ir com você, o que seria 1 ano, né?

— Não, Anna. Você tem sua vida, não pode largar tudo por mim de novo

— Não tô largando tudo por você, tô somando com você, estar perto de você me faz bem.

— Não me sentiria bem com você lá, largando seus sonhos. Entende?

— Sim...

Vejo a loira derramar algumas lágrimas e aquilo já foi o suficiente pra eu também começar a chorar.

— Tudo é tão difícil, ne? — Ela disse secando as lágrimas.

— Sim, meu amor. Mas vai passar, vai tudo dar certo. — Beijo o topo da cabeça dela.