─── ❝ É você, sempre foi ❞
𝐂𝐀𝐑𝐈𝐍𝐀 𝐑𝐎𝐒𝐈𝐄𝐑 𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊 é a quarta irmã, a mais nova e a mais inocente, suas irmãs, Andrômeda, Bellatrix e Narcisa eram distintas demais para serem amigas, uma família completa.
A menina, cansada d...
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- 𝐀𝐇! 𝐏𝐀𝐑𝐄, 𝐏𝐀𝐑𝐄! - Carina gritava em sua cama enquanto se debatia, ela se encontrava em um estado decadente, seu rosto estava coberto de lágrimas e seus cabelos estavam grudados em sua nuca, pelo suor.
A mesma acordou ofegante e colocou suas mãos em sua testa e fechou os olhos, deu-se um momento para raciocinar, a menina se questionava quando isso iria parar, quando iria conseguir a dormir tranquilamente.
Carina olhou em seu relógio ao lado de sua cama e viu que já estava na hora do café, suas colegas de quarto já haviam saído, ela decidiu que iria pular sua refeição matinal naquele dia, apenas para conseguir chegar apresentável em sua primeira aula.
Ela levantou de sua cama lentamente e colocou os pés no chão, quando conseguiu se sentir firme, a mesma foi para o banheiro tomar um banho gelado, na esperança de que clareie seus pensamentos.
Se olhou no espelho uma última vez e saiu de seu dormitório com a cabeça erguida e costa ereta.
Ao chegar na sala de poções, recebeu olhares tanto de seu grupo quanto do grupo de Sirius, praguejou mentalmente ao ver que tinha esquecido que sua primeira aula era com a Grifinória.
Se sentou ao lado de Regulus, que era sua dupla em poções e percebeu que o mesmo estava a encarando.
- O que é? - Respondeu de forma curta e grossa sem olhar para ele.
- Mamãe falou comigo sobre seus planos, imagino que seus pais também - Falou Regulus com a sobrancelha levemente arqueada.
- Certamente, não tem muito o que possamos fazer.
- Eu não quero receber a marca Car! - Sussurrou o mesmo impaciente - E se trabalhássemos por dentro para o derrubar?
Os dois sabiam muito bem de quem ele se referiria, e realmente era uma ideia considerável, mas Carina não tinha coragem, não tinha coragem de colocar tudo em jogo, ela sabia muito bem que era medrosa, mas nunca iria admitir isso.
- Acho melhor não Regulus. - Falou a mesma engolindo seu pensamento inseguro.
- Eu falei com o professor Slughorn, ele me disse sobre algo relacionado a horcruxes, falei com Severus também e - O mesmo foi cortado de sua fala pela menina.
- Você falou com Severus? - Indignou ela - Você sabe o quanto já estamos em perigo, se alguém a mais souber.. - Carina gritou sussurrando.
- As horcruxes são importantes Carina, se pudéssemos distruir uma, tudo mudaria! - Falou o mesmo ansioso.
- Você enlouqueceu? Se ele realmente criou uma horcux, sabe o quão perigoso seria procurar por ela?
- Tenho esperança, nós somos inteligentes e saberemos lidar se alguém descobrir.
- É melhor não Arcturus - Disse Carina começando a se irritar.
- Quem liga para Voldemort? Nós conseguiremos derrotá-lo! - Essa foi a gota d'água para a menina, fazendo ela elevar a voz com raiva.
- Não irei contra meus pais! - Carina percebeu que a sala inteira a tinha ouvido, ninguém se atrevia a falar nada, todos pareciam ver que ela possuía chamas nos olhos.
Sem desmanchar sua confiança, olhou para o professor como um pedido de desculpas e saiu da sala com o nariz empinado.
Percebeu que todos estavam em horário de aula e foi para a Torre de Astronomia, aquele era seu lugar de calma, por mais que a vista era melhor de noite.
Carina se sentou no chão e se permitiu fechar os olhos, só queria descansar por alguns minutos, nem que seja sem dormir para não sonhar novamente.
Ela conseguia sentir um vazio dentro de si, era como se fosse tudo oco, ela sentia como se algo tivesse faltando, mas não fazia a menor ideia do que.
Ela sentiu uma pontada de dor em sua mão e abriu os olhos para ver o que acontecera, era só ela mesma a fincando com suas unhas, ela começou a fazer isso inconscientemente desde as férias, mas ainda não se acostumou com a visão de sangue caindo sobre seus dedos.
Carina levantou sua cabeça e encarou o teto e via as estrelas, sempre achou muito bonito o planetário que tinha ali, ela sempre pensara que poderia passar horas ali sem nunca se cansar, ela gostaria de poder fazer isto.
Minutos se passaram e Barty Crouch se sentou ao seu lado, nenhum dos dois falou nada, ambos sabiam que o silêncio fora a maior dádiva concebida para o ser humano.
Carina deixou sua cabeça pousar no ombro de seu amigo e fechou os olhos, ela envolvia suas mãos ao redor dos joelhos e se sentava com as costas virada para o parapeito.
Barty apoiou sua cabeça em cima da de Carina e respirou fundo, ele sabia o que ela sentia e também sabia que era o único com que ela se sentia confortável em se abrir.
Um tempo depois, ela finalmente desvencilhou de seu amigo e o encarou nos olhos, sentia uma vontade enorme de chorar e não sabia o motivo.
- Eu.. - Carina tentou falar mas sua voz não saía, estava fraca de mais.
Barty acenou a cabeça em compreensão e a trouxe para perto de seu peito, acariciando seus cabelos enquanto a mesma fitava o chão.
Regulus e Snape logo chegaram trazendo Rosier atrás, Barty e Carina se afastaram e a mesma se levantou, ainda estava irritada com o Black e seu orgulho era mais forte, apenas saiu andando em passos firmes enquanto ouvia seu nome ser gritado.
Quando Carina estava chegando perto do salão principal, sentiu uma coisa forte se colidir com ela, ao olhar para cima viu que era um dos amigos de Sirius, James.
Acenou com a cabeça e quando se ia andar novamente sentiu seu pulso sendo puxado e ela se virou para encará-lo esperando o mesmo falar.
- Olha, Black, Sirius realmente quer falar com você, já sente falta do irmão o suficiente e o mínimo que você deveria era falar com ele - Falou Potter com o peito estufado.
Carina o encarou em choque, ela sentia que ele simplesmente falara a coisa mais absurda do mundo.
- Olha, Potter - Disse o imitando cinicamente - Se Sirius quiser falar comigo, que ele venha, e eu recomendo você a não se intrometer novamente em assuntos familiares. - O respondeu calmamente o ameaçando indiretamente.
- Se não o que?
Queria o dizer que se não ele iria ficar no caminho da família Black e poderia acabar morto, mas em vez disso, Carina apenas o encarou no fundo de seus olhos e James engoliu em seco vendo aqueles olhos castanhos em uma expressão vazia, ela realmente conseguia dar medo quando quisesse.
Viu quando James hesitou e automaticamente afroxou o aperto em seu pulso e aproveitou para sair dali e foi para sua próxima aula.
Desta vez, preferiu ficar longe de qualquer um de seus amigos, se sentou no fundo e pegou seu livro sobre feitiçaria negra para ler e o colocou sobre seu livro de plantas aquáticas, afinal, precisava aprender a se defender, mesmo escondido de qualquer pessoa e Herbologia era sua aula mais chata.
