Cap X - Arakuni

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– A ARENA ESTÁ MANCHADA DE SANGUE DIVINO! – gritou Heimdall, anunciando os acontecimentos a plateia – DEPOIS DE MUITAS TENTATIVAS, TOMOE GOZEN CONSEGUIU DERRAMAR O SANGUE DE KIANUMAKA-MANÃ PELA PRIMEIRA VEZ!!

O publico humano vai a loucura, enquanto alguns deuses observam atentos, assistindo em silencio o desenrolar do combate.

Na arena, Kianumaka observa o sangue em suas mãos, prestando bastante atenção naqueles ferimentos.

Laminas de ar – pensou ela com sigo mesma – humanos são mesmo impressionantes.

Enquanto analisava o sangue, Tomoe avançou sobre ela sem perder tempo, investindo com uma rápida estocada na barriga da divindade, que coloca sua própria lança rapidamente em frente ao seu corpo, bloqueando o ataque e redirecionando o impacto enquanto rodava no ar.

Enquanto ela girava, desferiu um golpe em Tomoe, que desviou por pouco, saindo com um corte na bochecha.

Kianumaka pula para longe, enquanto sua mente divagava.

Essa humana é realmente poderosa – pensou, olhando para o céu descuidadamente – Arakuni... eu me pergunto se você seria capaz de derrotá-la...

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Brasil, floresta amazônica, em algum ano entre 1500 e 1600, no auge da colonização portuguesa.

Uma tribo indígena fugia, se escondendo cada vez mais na mata. Fugindo dos colonizadores, suas armas sofisticadas e seus estranhos costumes opressores.

A frente da tribo, um homem idoso caminhava com o apoio de uma bengala, guiando o restante dos indígenas.

A mata era perigosa, vários animais a espreita, os guerreiros andavam perto das bordas, protegendo o restante da tribo.

Um homem alto e musculoso, de pele morena e cabelos escuros, seu rosto com marcas vermelhas circulares perto dos olhos, se aproximou do idoso, andando ao seu lado.

– Pajé – disse ele – tem certeza que essa é a direção certa?

O idoso olhou para o céu enquanto andava, depois respondeu:

– Tenho sim, essa é a direção certa.

– Os outros estão ficando preocupados – comentou o índio – o homem branco não dá as caras a muito tempo, mas parece que quanto mais fundo nós vamos na mata, mais animais aparecem. O Itambé disse que viu cinco jacarés juntos a algum tempo atrás, eu mesmo já vi umas 20 sucuris enormes nós últimos dias, até os guerreiros estão ficando com medo.

– Guerreiros tem que ter medo, Irapuã – disse o Pajé – o medo mantêm as pessoas longe do perigo, ele pode salvar sua vida as vezes.

– Mas não é normal essa quantidade de animais selvagens, se continuar assim nós vamos-

o índio parou de falar quando o Pajé o acertou na canela com sua bengala.

– Ai já é medo de mais – disse o idoso, sorrindo – desse jeito vai assustar os outros. Não se preocupe, eu sei que esse caminho vai ser de grande ajuda para nós, o Pajé sempre sabe, e eu sei que tem mais animais, eles estão protegendo alguma coisa.

– O que eles estão protegendo? – perguntou ele, aos tropeços?

O Pajé parou de andar, olhou para ele e disse:

– Eu não sei.

A tribo continuou andando por algum tempo, matando dois jacarés e uma capivara por engano no caminho, parando perto de uma clareira com uma árvore aberta no meio, como se duas árvores nascessem próximas e se juntassem no topo.

Ragnarok - A última EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora