Ah Puch desceu da foice, olhando de lado para Zumbi, os dois se encararam a uma certa distância.
Zumbi rotacionava as correntes ao lado de seu corpo, enquanto começava a andar lentamente para a frente. O deus pegou sua foice e a retirou do chão, onde estava encravada, e começou a andar para a frente também.
Os dois se aproximavam cautelosamente, com suas armas em guarda, prontos para um possível ataque.
Com um pulo curto, Zumbi acertou suas correntes no concreto, o projetando para frente, mirando um chute de esquerda na cabeça do deus.
Ah Puch se abaixa por pouco, desviando do ataque que acertou as penas presas em sua máscara. O deus aproveitou a abertura e rodou no ar, balançando sua foice em um ataque lateral no humano, que conseguiu puxar sua corrente e a colocou à frente do golpe, impedindo o corte, mas não o impacto, que o jogou para longe.
Após cair no chão da arena, o guerreiro se recompôs e se preparou para a investida do deus que, sem deixar brechas, corria para cima dele com a foice quase raspando no chão.
Ao chegar perto o bastante, Ah Puch fez um corte de baixo para cima, mas Zumbi o interceptou prendendo a arma com as correntes de seus pés.
Os dois se encaravam, enquanto disputavam forças.
- Nunca, nem em um milhão de anos, eu imaginei que poderia encontrar um humano cuja força superasse a de um Deus - disse Ah Puch.
Zumbi o encarava em silêncio.
- Ele disse que você é forte - disse Sigridrifa em sua cabeça.
- Obrigado - respondeu o humano enquanto soltava as correntes, deixando a foice do deus cortar o ar a milésimos de sua pele - mas não preciso de elogios de um oponente.
A foice de Ah Puch subiu, abaixando sua guarda. Zumbi lançou a ponta de sua corrente no braço esquerdo do deus, que brilhou em um tom esverdeado. A ponta virou um grilhão, que unia os dois inimigos pelo pulso.
Zumbi puxou suas correntes com força sobre sua cabeça, arremessando Ah Puch pelos ares e o lançando contra o concreto da arena. O deus conseguiu aterrizar em segurança, pousando com os pés e abrindo rachaduras no piso.
Outra corrente atingiu o deus no peito, o fazendo recuar. Com um puxão da corrente, Zumbi o fez perder o equilíbrio, atingindo ele com outro golpe, desta vez, nas costas.
Os ataques continuaram, cada vez mais rápido, uma verdadeira enxurrada de ataques, o som que emanava do movimento das correntes era macabro, o vento assobiava uma melodia assustadora.
- Cerca real do macaco!
A plateia da humanidade gritava de excitação, enquanto o lado dos deuses também ia à loucura.
- A enxurrada de ataques de Zumbi dos Palmares arranca pedaços da arena aos poucos! - gritava Heimdall, o narrador do torneio.
No camarote da humanidade, Brunhilda e Alexandre, o Grande, assistiam em pé, sérios, a Valquíria estava de braços cruzados, forçando tanto as mãos que seus braços doíam. Billy the Kid, Paracelsus e as valquírias Prima e Pong estavam no sofá longo, todos extremamente nervosos. Motobu Choki estava em uma poltrona, batendo a sola do pé, impaciente. Lampião estava calmo, de pernas cruzadas enquanto alternava a visão entre a tela e o jornal em sua mão.
No camarote dos deuses Maias, Ixchel e Itzanma estavam em silêncio. O deus mais velho estava em sua poltrona, apoiado na ponta de seu cajado, enquanto a menor estava com as mãos sobre a boca, olhando assustada.
Na sala dos deuses hindus, Shiva se debruçava sobre o parapeito, olhando animado, enquanto Brahma assistia em pé ao seu lado. Buda estava meditando em sua poltrona.
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Ragnarok - A última Esperança
ActionO que aconteceria se os deuses decidissem por um fim na crueldade humana, extinguindo a espécie inteira? Foi pensando nisso que uma Walkiria, uma semi-deusa, chamada Brunhilda estudou sobre o Ragnarok, um torneio divino, em que humanos e deuses deve...