Cap XIV - A conclusão

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No campo de batalha, Ki rosnava de dor em uma parede da arena, os cortes de ar da flecha foram profundos.

Mandou bem! – gritou Gondul na cabeça da humana – agora sim vamos ganhar!

– Graças a você, querida Gondul – respondeu a humana, puxando a corrente do arco, a flecha de ar carregava entre seus dedos.

No camarote da humanidade, os lutadores e valkirias assistiam animados, todos ao pé da sacada. Sigridrífa e Paracelsos pareciam ser os mais animados.

– Boa irmã! – gritava a valkiria, depois fingia uma tose e se controlava – realmente muito bem feito, Gondul.

– Se continuar assim vamos ganhar com certeza! – disse Paracelsos, pulando de alegria.

Alexandre, Zumbi e Motobu estavam sérios, assistindo sem piscar o desenrolar do combate.

– Alexandre – disse Brunhilda – o que houve?

O humano, sem olhar para a valkiria, respondeu:

– As flechas. Elas parecem iguais as laminas de ar que ela usou antes.

– Isso quer dizer – disse Zumbi dos Palmares – que ela tem um número muito limitado de disparos.

– E deve ser mais difícil de recarregar essa arma que a lança – disse Motobu – com a lança, balançar a lamina de um lado para outro era algo necessário para o combate, acumular energia era só um bônus. Com o arco, ela só pode lutar a distancia.

A animação de Paracelsos e Sigridrífa pareceu sumir instantaneamente.

Enquanto isso, no camarote dos deuses Tupi, as divindades do concelho conversavam.

– Temporário? – disse Tupã.

– Sim – respondeu Jaci, deitada de lado na poltrona enquanto jogava uma maça para cima e para baixo – Mesmo depois de tanto tempo, ela não consegue manter essa forma por mais de 2 minutos, e mesmo que conseguisse, seria perigoso para ela se o fizesse. O modo Îagûara é uma faca de dois gumes, ele afeta o corpo de Kianumaka cada vez mais – ela da uma mordida na maça e continua falando de boca cheia – Quando ela usa, o corpo tem que se adequar a biologia de uma onça, isso danifica seus ossos, músculos e até mesmo seu DNA.

– Não deve durar muito mais então – respondeu Tupã enquanto se levantava e abria a porta.

– Aonde vai?

– Para a porta da arena, ela vai precisar que alguém a leve até a enfermaria.

– Mas a luta ainda não acabou.

– Mas vai acabar logo logo.

O deus desapareceu no corredor. Jaci deu outra mordida na maça, encarou a fruta por alguns segundos e disse.

– É, você tem razão.

Na arena, a visão Tomoe focava na divindade, que rosnava para ela.

– Quantos disparos eu ainda tenho? – pergunta a humana.

Três – respondeu a valkiria – não vou conseguir recarregar depois disso, faça os tiros valer a pena.

– Entendido.

A deusa avançou contra a humana, correndo como uma fera.

– MAIS UMA VEZ, KIANUMAKA AVANÇA SOBRE TOMOE – gritou Heindall.

A samurai, vendo a oportunidade perfeita, dispara mais uma vez.

A flecha fez um ruido estrondoso, como se rompesse a barreira do som.

Ragnarok - A última EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora