Cap XI - Deusa do medo e da coragem

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A jovem Kianumaka encarava, de cima da pilha de corpos, a mulher que havia falado com ela. Ela era familiar, mas Ki não se lembrava de onde a tinha visto.

Ela tinha pele escura, marcas como estrelas pelo corpo, uma listra vermelha na linha de seus olhos, olhos esses que eram brancos, com a iris destacada por uma fina linha preta ao redor, mas sem pupila. Seus cabelos eram curtos, um pouco bagunçados, e também eram brancos.

 Seus cabelos eram curtos, um pouco bagunçados, e também eram brancos

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– Se lembra de mim, Kianumaka? – perguntou a mulher.

A garotinha acenou negativamente com a cabeça.

– Meu nome é Jaci – disse enquanto ia até a garota, ajudá-la a descer da pilha de cadáveres – eu sou uma deusa como você, membro do conselho divino, junto com outros 19 deuses.

– Agora eu lembrei! – disse a garota, surpresa – foi você que me mandou para a terra!

– Isso mesmo, eu mandei você para cuidar dessa floresta, impedir que os portugueses destruíssem a flora local. Já faz oque, uns 120 anos?

– Eu não sei contar – disse Ki – mas isso não importa, eu tenho que voltar para a aldeia, meu irmão... Arakuni...

A garotinha começou a chorar, se ajoelhando com o coração pesado.

A deusa se abaixou para ficar na altura dela.

– Arakuni está vivo, não se preocupe.

Ki olhou para ela, esboçando um sorriso, mas ainda sim chorando.

A deusa olhou e depois apontou para a pilha de corpos, fazendo ela olhar.

– Aquilo foi bem impressionante, tendo em vista o seu tamanho.

"Eu fiz mesmo aquilo?" perguntou Ki em sua cabeça.

– Sim, você fez mesmo aquilo – disse a deusa.

"Como..." pensou a garota.

– Como eu estou fazendo isso? – perguntou a deusa – Eu consigo ler mentes, é um dos meus poderes, como lançar feitiços, maldiçoes, proteções, esse tipo de coisa. Não se preocupe, eu explico tudo depois, agora nós temos que ir.

– Espera, o que? – disse Ki, confusa – Ir pra onde?

– Yggdrasil. Eu vim aqui para levar você de volta a um plano divino. Foi um erro mandar alguém tão novo como você cuidar desse lugar.

– O que... mas...

– Mas o que? – perguntou Jaci, se virando para ela.

– Eu... eu gosto daqui, eu... eu tenho que voltar para minha aldeia...

A deusa olhou para ela, confusa.

– Você gosta daqui? Mas achei que tudo aqui te assustasse. Em nenhum momento dês de que você veio pra cá você não sentiu medo.

Ragnarok - A última EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora