BROTHER

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Dois dias depois...

- Então você se entregou - Eu estava na frente do rapaz meio loiro que assentia para mim. O mesmo pediu aos guardas para que telefonassem para única pessoa que talvez fosse vê-lo, ou seja, eu.

- Eu quero recomeçar. Achei melhor confessando meus crimes. - Sua cabeça estava baixa, nunca tinha imaginado assisti-lo dessa forma. Vulnerável. - E a partir dai fazer a coisa certa.

- Kisaki sabe que está preso ? - Ele negou olhando para a mão que estava escrito punição

- Eu não avisei a ninguém que iria me entregar, se não seria capaz dele pedir minha cabeça. - Riu fraco - Ele faria o possível para que eu ficasse de bico calado se soubesse que eu me entreguei por livre e espontânea vontade. Além de que pretendo amanhã indicar a localização da Valhalla. - Pela primeira vez naquele dia, ele me encarou.

- Porque somente amanhã ?

- Por causa da briga de hoje. - Deu de ombro - Caso vocês percam, eu jogo a bomba para o local que ele irá se esconder... - Silêncio - Sei que estarei sendo abusado, mas só te peço uma única coisa.

- Uau, que mudança repentina de assunto. - Coço a nuca o encarando - Me diga e quem sabe eu pense no assunto. - Sorrio para o rapaz que suspirou.

- Tem muitas pessoas que estão nas mãos do Kisaki, você sabe... pessoas dependentes que aceitam vender suas vidas em troca de mais drogas.

- Onde você quer chegar com isso ?

- Temos um membro na gangue loiro e com cicatriz nas bochechas... ele pode usar máscara para cobri-las. Recentemente o mesmo estava com os fios do cabelo pintado de rosa por conta de uma missão, então foque nas cicatrizes e esqueça a cor. Enfim, ele é irmão da Senju...

- Ah não, nem pensar, não irei me meter nisso e além do mais, ela...

- Ela precisa de ajuda, s/n. - Me encarou serio 

- Não, ela não precisa. Muito menos de mim - Me afastei ameaçando desligar o telefone mas o mesmo pediu que eu parasse para ouvi-lo.

- Eu não sei o que ela esconde dentro de si, mas tem algo muito obscuro nela. Você sabe, toda a história dela com Izana e a morte dele. A mesma foi um dia pagar o Tetta da dívida que o irmão devia, mas ele não a libertou como havia prometido, falou que ela era importante para ele. Sem contar que... bom, com o irmão na gangue, com certeza ela queira ficar por perto. Só estou falando que talvez a frustração que ela carregue seja tão grande, que precise de alguém para tirá-la da escuridão que se meteu.

- Eu já ouvi demais hoje - Desliguei o telefone chamando o policial que seguiu comigo escoltada até a saída. Olhei para trás vendo Hanma abaixar a cabeça e ser guiado até sua cela. - Fala sério, Senju precisando de ajuda. O que ela vai falar se eu ajudá-la ? "Eu não pedi sua ajuda", "não se meta na minha vida".

Nós nem chegamos a nos enturmar, assim que nos conhecemos elas já havia voltado com Manjiro e se escondido de todos. 

Os dois ficaram juntos sem haver sentimento dela ... porque as pessoas fazem isso consigo mesmas ? Medo de ficarem sozinhas? Carência ?

Caminho em silêncio quando vejo duas motos um pouco distante da delegacia, pela altura das duas pessoas já sei quem são. A cada passo que eu dou sinto meus pés afundarem, tão difícil encara-los justamente agora. Chego perto cruzando meus braços e vejo eles por trás do capacete.

- Desde quando usam proteção?

- Segurança em primeiro lugar - Apontou para delegacia ao lado - Vai que eles nos prendam.

LIGHTS - 𝐒𝐀𝐍𝐎|𝐓𝐀𝐊𝐀𝐒𝐇𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora