YOU FOUND ME

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Após algum tempo preso, Hanma Shuji foi solto por bom comportamento e disciplina. Sua liberdade era provisória, portanto seria vigiado até passar do teste de obediência. Seu advogado era ótimo, quem diria que Naoto iria se prestar a ajuda-lo.

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- E foi assim que eu consegui o respeito da pessoa mais perigosa da prisão - Ele levantou uma latinha de energético em direção ao tumulo do ex melhor amigo como se estivesse brindando antes de dar o primeiro gole - Todos eles eram pessoas com caminhos prósperos se não fosse pela ganancia, Kisaki. 

Hanma engoliu o liquido que possuía um gosto doce antes de dar uma tragada em seu cigarro. Soltou a fumaça observando as estrelas e dando um sorriso melancólico. 

- Entenda que tudo que eu fiz foi para dar um fim em algo que não tinha mais saída. Estávamos ficando cada vez mais encurralados e você já não era mais a mesma pessoa que eu conheci. - Segurou o maço com os dedos da mão em que estava a latinha e com a outra retirou um celular do bolso. 

Apertou o primeiro número da lista de contatos e logo esperou dar caixa postal. Jogou o aparelho para longe se permitindo chorar junto com as nuvens que pareciam querer consola-lo. Estava chuviscando. Precisava se despedir antes de voltar para o hotel.

- Vai ser difícil seguir a vida sem você para ficar ao meu lado - Sussurrou - Todos tiveram seus finais felizes, até mesmo a Senju. - Riu fraco já se levantando - Te vejo daqui a alguns anos no inferno. 

Pelas ruas de Tokyo o rapaz encharcado pela chuva caminhava chutando varias pedras e latinhas que encontrava no caminho. Passou por diversos bares que antes era temido mas que agora não passava de alguém desconhecido pelos antigos membros da Valhalla. 

Enfrente a porta do hotel que havia se hospedado ele pensou por alguns segundos quem estaria orgulhoso do caminho que ele havia escolhido além dele mesmo. Tinha perdido tudo, até o melhor amigo que escolheu trair por estar exausto da vida que tinha. 

A chuva estava engrossando mas as pernas dele estavam paralisadas, não conseguia ter coragem para ir até as escadas do local e se aconchegar na cama antes de dormir. Teria pesadelos como das ultimas vezes e acordaria sufocado acreditando ser o responsável pela morte de Kisaki. 

Mesmo que se convencesse de que o loiro morreu pelo seu próprio ego e fascismo, ainda achava ser o responsável por não tê-lo parado quando pode. Mas será que Kisaki pararia ?

Não sentiu mais a chuva toca-lo, olhou para cima vendo um guarda chuva protege-lo e ao se virar a senhora que um dia o chamou de filho estava ali com suas sacolas e um sorriso doce. Envergonhado ele abaixou a cabeça estendendo as mãos como um gesto de cooperação a ajuda-la a carregar aquelas coisas. 

- Não precisa, isso tudo é para você e não esta pesado - Tocou os fios de cabelo do meio loiro que haviam crescido e dado um ar mais desleixado em sua aparência. - Vamos subir ?

- Como soube que eu estava aqui ? - Falou como sussurro ainda desacreditado na bondade da senhora 

- Eu sempre sei das coisas - Piscou puxando os braços do menino caminhando até o lugar.

Ficaram em silencio até adentrarem no ambiente que estava hospedado. Pediu para que o rapaz fosse se banhar para que não ficasse resfriado enquanto foi preparar uma janta para o mesmo. 

A senhora cortava os legumes lembrando da vez que viu o rapaz ainda criança chorando enfrente ao tumulo da mãe antes de ser levado pelos agentes de um abrigo e só vê-lo novamente após anos como um amigo de sua filha.

Por anos se perguntou o que havia acontecido com aquele garoto que chorava copiosamente e com um olhar perdido. Ela era nova e não sabia que atitude tomar, então apenas ligou para pessoas que pudessem se responsabilizar pela criança enquanto o observava até chegarem. 

LIGHTS - 𝐒𝐀𝐍𝐎|𝐓𝐀𝐊𝐀𝐒𝐇𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora