Capítulo 39 - ONDE OS RELÓGIOS PARAM

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Kessya nem viu a hora passar, acordou com os raios sol batendo no seu rosto e se espreguiçou tentando não acordar o menino que dormia ao seu lado no sofá. Foi quando sentiu que os braços dele envolviam novamente sua cintura.

- Bom dia, flor do dia...

- Bom dia! - Ela respondeu em meio a um bocejo sonolento.

- Estava pensando em ir embora de fininho e me deixar aqui na praia me perguntando se foi real ou não a noite passada?

- Eu não seria tão cruel!

- Para falar a verdade, até mesmo agora eu não estou convencido de que a gente está aqui, de que estamos juntos de novo.

- Ah não? - a menina respondia sorrindo.

- Não... Tudo parece surreal demais e... - Bento não conseguiu terminar a frase, a menina o beijara docemente.

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Era incrível como tudo em volta cooperava para aquela sensação de abstração que o menino dizia sentir. O mar era calmo em suas ondas, o céu estava sem nuvens e o vento trazia a maresia. Os dois tinham a impressão de estarem sozinhos no paraíso, em um lugar fora do tempo, do espaço, em um lugar onde os relógios param.

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- Agora você acredita que é real?

- Se disser que não, ganho outro beijo?

- Bobo! Devem estar sentindo falta da gente...

- É verdade... eu perdi totalmente a noção da hora! Viu no que dá? Fica dando atenção pra filosofias de nerd, agora vai perder o café do hotel! - ele sorria enquanto pegava as muletas.

- Tinha esquecido do quanto suas piadas são péssimas... - ela também ria.

- Te ofereço piadas ruins e todo o amor do mundo, é pegar ou largar. - ele continuava achando graça.

- Eu pego! - a menina o ajudava a levantar do sofá.

Os dois estavam radiantes, era visível o quanto se amavam, o quanto estavam felizes pela volta.

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O que ninguém conta, é que dá um pouco de medo.

A felicidade é uma sensação amedrontadora. Eles sabiam que seriam novamente o centro das atenções, sabiam que a escola toda comentaria e muitos julgariam os dois por essa bagunça toda que foram aqueles últimos anos.

Por isso, ao entrarem novamente no hotel, as mãos suavam, mesmo estando geladas.

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- Parou! Parou! Parou tudo!

- O que foi, João?!

- OLHA SÓ QUE ESTÁ CHEGANDO!

- CASAL!!!!!!

- AVISA QUE SÃO ELES!!

Luigi, Yasmin, Poliana e João ainda estavam na mesa de café e não disfarçaram a felicidade ao ver que os sumidos tinham reaparecido juntos.

- Achei que iriam fazer uma cabana na praia e ficar morando lá, que nem naquele filme... como é mesmo o nome, ma?

- Lagoa Azul? - Luigi ajudava João a se lembrar.

- Esse mesmo. O dos loirinho... Mas, então, habbemos uma cunhada?

- Você tem sim, Ben2, você tem a cunhada mais linda de todas! - Bento dizia, enquanto Kessya o ajudava a sentar-se com o grupo.

Eles conversavam animadamente, mas ainda era instintiva a vergonha, olhar para baixo, ficarem vermelhos. Era como se nunca tivessem namorado, sentiam-se inaugurando algo.

O que também era instintivo era a insegurança e uma pontinha de ciúmes. Quando Luigi cumprimentou o novo casal, parabenizando a volta, de baixo da mesa a mão de Bento procurou pela da namorada e ele a segurou firme, como se pudesse perdê-la a qualquer instante.

Kessya percebeu o movimento e retribuiu o aperto de mãos, não queria que o menino se sentisse assim, mas sabia que a confiança era um processo longo que teriam que construir.

O mais importante, no entanto, já havia sido feito: eles estavam juntos!


Gente, voltei depois de muito tempo! Sentiram minha falta?
Vem muita emoção por aí! Continuem acompanhando, muito obrigada <3

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