Então a Song tinha sido cúmplice do Érick? Então ela que traíra a confiança da turma? Mas então, então o Luigi não poderia mais estar com ela... concluía a bailarina enquanto voltava sozinha para casa. "A essa hora, Luigi deve estar solteiro" pensou ela, naqueles pensamentos que a gente se envergonha em confessar, mas que todos nós, vez ou outra temos. Foi uma sensação esperançosa. Logo depois, se lembrou do quanto seu amigo parecia gostar da coreana novata e se aborreceu por ter ficado feliz com aquela suposição. "Não, Kessya, a essa hora, Luigi deve estar arrasado!"
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Nos dias que se seguiram, Kessya fez de tudo para animar o maior diretor de cinema que a Ruth Goulart já viu. Desde ajudar em novos roteiros, até a assistir filmes cult de 3 horas ou mais, sem cochilar...
- Ke, presta bastante atenção nessa parte que vem agora... Olha a virada da câmera em corte sequência!!! Eu nunca vi nada parecido!!!
- Você sabe que não entendo muito disso, não é? Mas, se você está falando, com certeza é genial!
Ela falava tentando animar o menino, segurava sua mão, encostava a cabeça em seu ombro... era como se dissesse com seus atos que ele não estava sozinho, que ele não precisava se preocupar com nada. O loirinho sentia tudo isso e era cada vez mais grato por ter como vizinha a amiga mais companheira do mundo.
---Na escola, porém, Kessya ainda não se sentia tão livre para conversas demoradas e contatos físicos com o Luigi. Estavam solteiros, era certo. Mas não se sentia desimpedida, sabia que o que fazia ainda afetava um certo menino de óculos e cabelo preto. Por isso, era, o quanto podia, discreta. Apesar de ter vontade de estar sempre ao redor do seu vizinho.
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Helena não andava mais com a turma, apesar de cumprimentá-los sempre, era estranho ver João e Poliana juntos. Ela sabia do amor dos dois, sabia que era algo além de qualquer outra relação e que um era insubstituível para o outro. Depois de um tempo, se conformou. João não era mais o dono dos seus sentimentos, ela só achava estranho ter tanto contato assim com o menino.
Após a semana de suspensão, viu que Song também estava afastada do restante dos colegas e, depois de uma conversa longa, resolveu acreditar nas palavras da menina. As duas passaram, então, a ficar mais juntas.
Era visível que a coreana ainda sofria muito pelo término, mas Helena tinha confiança de que, como ela, Song também conseguiria superar.
---As provas finais do primeiro semestre estavam chegando, deixando a maioria dos alunos em verdadeiro desespero. Bento, pelo contrário, se sentia confiante. Enquanto superava o término, tinha canalizado suas energias para aprimorar-se nos estudos e, então, já fazia planos para as férias, antes mesmo de fazer as famigeradas provas.
A tranquilidade do garoto contrastava e muito com o nervosismo da menina que acabava de pará-lo no corredor, colocando mãos dela nos seus ombros.
- Bento!
- Helena! Nossa, que susto!
- Eu te procurei pela escola toda! Preciso de um favor seu!
- Olha, Helena, se for sobre o João, já te aviso que não posso te ajudar, ele e a Poli estão bem juntos e...
- Claro que não é sobre o João! - disse ela um pouco irritada.
- Então?
- É sobre outro cara aí... - disse inclinando-se para cochichar no ouvido do garoto, ainda apoiando-se nos ombros dele.
Fazia tempo que não ficava assim tão próximo de uma menina, mais precisamente, 3 semanas, depois daquele abraço de Kessya. Por isso, não pode deixar de sentir um arrepio, a voz de Helena era penetrante e sua boca quase tocava o ouvido dele.
- Olha - falou imitando o gesto, e também cochichando no ouvido da menina - eu não sou o melhor dos cupidos, mas posso tentar...
Helena continuou no mesmo ar provocador:
- Então me ajuda com o... o Descartes.
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O menino ainda tentava entender o que estava acontecendo, enquanto a menina tentava, em vão, segurar o riso. Os dois já tinham se afastado um do outro.- É, Bento, me ajuda com esse maldito cara que me foi inventar o plano cartesiano. Agora tenho que aprender funções... De verdade, não entra na minha cabeça!
- Ah, sim. Com esse cara, eu acho que consigo te ajudar! Sem dúvidas, sou mais professor que cupido.Os dois continuaram rindo no corredor, enquanto combinavam o horário para as aulas particulares.
Meu pessoalzinho, obrigada pelos votos e leituras... Estamos chegando numa parte difícil, mas, para quebrar a parede, é preciso que a parede exista! Não desistam de mim, vai valer a pena. Me contem nos comentários o que estão achando! Grata por tudo!
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Parede de Papel
RomansDizem que duas pessoas, quando se amam em segredo, estão separadas apenas por uma fina parede de papel. Basta um toque ou, até mesmo, um sopro, para que essa separação se desfaça em cinzas e o amor mostre suas chamas fulminantes. Uma fanfic de Kessy...