Capítulo 12 - QUEM NÃO É VISTO...

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Era fácil esquecer Bento, de repente, ele passou a não estar mais em nenhum lugar que eles iam, ela não o via na rua, na padaria do seu Durval, na casa da Poli, nos passeios com a turma. A escola era o único momento em que se encontravam e, assim mesmo, só cumprimentos rápidos e olhares de relance. Ele passou a sentar nos fundos da sala ao lado de Helena, o que não atrapalhou em nada seu rendimento nas notas, visto que os dois sempre eram os primeiros nos simulados e trabalhos. A vida seguia sem culpa, sem medo de mágoas, o término com o pianista tinha deixado, enfim, de ser uma sombra que rondava sua cabeça o tempo todo... Kessya estava feliz com Luigi.

O namoro dos dois não tinha toda aquela responsabilidade em dar certo, não precisava ser perfeito... Ela se sentia livre para falar o que queria, principalmente porque via que Luigi não ficava tentando conquistá-la ou provar seu amor o tempo todo. Os dois concordaram em estar juntos, em compartilhar vivências e então não havia espaço para toda aquela insegurança, aquele turbilhão de emoções e reviravoltas. Com o vizinho, a vida era calma.

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O tempo passou depressa, era outubro e Bento já tinha se acostumado com a ideia de Kessya e Luigi juntos, mas ainda ficava sem jeito de frequentar os mesmos ambientes, de vê-los abraçados no recreio, entendia agora o porquê de Helena nunca mais ter andado com a turma. Ser ex é estranho demais.

Por falar em Helena, naqueles últimos meses ela estava o ajudando bastante a se enturmar com outras pessoas que não fossem a "turma da Poli", ele até passou a se sentar perto dela nas aulas e quase todos os dias estudavam juntos, o que vinha dando resultados bem visíveis nas notas da menina. Ele se sentia bem perto dela, seu jeito divertido e descontraído o deixavam tranquilo. A menina não levava tudo tão a sério e, por isso, ele sentia como se estar ao seu lado fosse algo natural, algo que não precisa ser provado.

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- A gente bem que podia pegar um cineminha hoje, hein, galera? - disse Poliana durante o intervalo, convidando os amigos.

- Verdade, bichinha, seria uma boa... O que que está passando de bom essa semana, cumpade?

- Acredita que eu não olhei ainda, João? - respondeu o diretor, surpreendendo a todos

- Eu... não... acredito... que ... o meu... amorzinho... cineasta... não... sabe... qual... filme... está... em... cartaz! - Kessya brincava com o namorado, entrecortando a frase com vários beijinhos no rosto do garoto, ele ria todo vermelho.

- Ai, gente, não importa o filme, importa a diversão, a companhia! - disse a líder da turminha

- Eu topo! - confirmou Luigi

- Claro que tô dentro! - Kessya também confirmava presença

- Eu fecho! - João também era afirmativo.

- Ah, que bom! Vamos sair juntos! Bem que dessa vez o cunha poderia ir com a gente né? - a menina do contente falava olhando pro namorado - Sinto falta da gente junto como nos velhos tempos...

- Sei não, Poliana, você sabe como tá difícil tirar o mano da caverna, mas não custa tentar - João não conseguia dizer não a nenhum pedido de Poliana, por isso iria chamar o irmão mais uma vez, mesmo sabendo que a resposta mais provável seria "não".

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- Ben, eu e a turma vamos de cineminha hoje, quer vir com a gente?

- Valeu, mesmo, cara mas...

- Bento, a gente sente sua falta, a Poliana só fala disso...

- Desculpa mesmo, João... é que eu combinei com a Helena de terminar hoje a matéria de química...

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