A minha noite em São Paulo foi ruim e mal consegui dormir. Estou sentindo sintomas de TPM e para completar sei que minha conversa com Paulo não será das melhores quando eu chegar.
Essa noite orei muito a Deus. Pedi a sua iluminação com relação a esse relacionamento, que de conto de fadas parece que se tornou um conto de horror. Eu implorei para que Deus me mostre um caminho, uma direção ao qual eu deva seguir, sei que os planos dele para mim são tremendos. Só Deus sabe o desejo do meu coração e ele não vai me desamparar. Eu creio.
Cheguei no aeroporto e como estava bem disfarçada, nem fui reconhecida. Estou preferindo andar assim para ter mais tranquilidade. Também não estou sozinha, Rallyson está comigo.
Estava conversando com ele quando vejo nos arredores um casal. Eles eram jovens e bonitos, a moça deveria ter uns 25 anos no máximo e o rapaz talvez já tivesse um pouco mais que isso.
Eles eram tão lindos de se ver. Eram comuns mas eram felizes, principalmente por que estavam a espera de um bebê. A barriga dela já estava bem aparente e o pai acariciava com carinho o forninho do seu filho. Aquela cena para alguns poderia ser tão comum, tão banal, mas para mim era tão tocante. Eu estava emocionada.
O moço a tratava com tanto carinho e os olhos deles brilhavam um para o outro. Eu passei muitos minutos os observando e crendo que nenhuma mulher merecia menos que carinho, amor e cuidado nesse período e esse rapaz estava de parabéns por dá tudo isso a ela. Vendo isso, conclui que eu quero viver as coisas dessa maneira com um homem que me entenda, me ame, me aceite e que segure a minha mão sempre que eu sentir necessidade. Não porque eu sou fraca mas por que eu sou humana e mereço ser feliz e viver um relacionamento de verdade e de total entrega, e não de posse ou de aparências.
Meu noivado com o Paulo é uma loucura, eu passei tantos meses para ver isso mas já não suporto mais sofrer ao lado dele.
Por carência e medo da solidão me sujeitei a ficar com o Paulo, nunca o amei, e nisso eu lhe fui infiel, não por trair ele com outra pessoa, jamais faria isso, mas por engana-lo em relação aos sonhos dele.
Vou conversar com ele hoje e colocar as verdades sobre a mesa... Simplesmente não dá pra ser feliz com base numa mentira, eu não posso fazer isso com ele e nem comigo.
...
Depois de um vôo tranquilo, finalmente desembarco no Rio e vou direto pra casa. Dá um abraço em mainha era o quê eu mais queria hoje.
Mas quando chego em casa vejo que tem alguma coisa acontecendo e Preto surge em minha frente agitado.
Juliette: bom dia irmão. Tá tudo bem?
Preto: minha irmã... O dia aqui já começou daquele jeito e não sei se tu vai achar bom não hein? Advinha quem amanheceu fazendo absurdos aqui?
Juliette: quem homi? Desembucha.
Preto: o seu noivo.
Juliette: e o quê ele tá fazendo?
Preto: simplesmente pegando todas as suas roupas inadequadas perante ele e colocando tudo em saco de lixo.
Juliette: é o quê? – eu corri em direção ao meu quarto ao terminar de ouvir isso.
E quando cheguei lá encontrei muitos sacos pretos cheios de roupas minhas dentro.
Juliette: o quê tu pensa que tá fazendo no meu quarto e no meu closet Paulo? – disse furiosa.
Paulo: estou tirando todas as suas roupas indecentes e que te levam pra esse mundo de sensualidade e promíscua. – ele me disse sorrindo.
Eu tava com muita raiva dele, na verdade eu queria bater nesse imbecil.
Juliette: eu não vou me desfazer de nada que tem aqui Paulo. Nada! Entendeu?!
Paulo: você será a minha mulher e mulher minha não faz o quê você faz e nem usa esses trapos aqui. - Ele falou rasgando um dos meus vestidos.
Juliette: eu não vou ser sua mulher. Eu não te quero mais na minha vida Paulo. Eu quero que você suma daqui. – eu falei gritando com ele.
Paulo: você não está nem louca?
Juliette: louca eu serei se prosseguir com isso. Paulo tu não me ama, na verdade eu acho que você me odeia. E eu não suporto mas estar ao teu lado.
Paulo: eu te amo sim Juliette. Você é a minha rainha. Você não pode dizer isso Juliette, cale a boca agora.
Juliette: não, eu não sou. Tu não me dá valor. Nunca mais vi tu me elogiar verdadeiramente e não há respeito da sua parte por mim. Paulo um relacionamento é feito a dois e não como está o nosso. Eu estou muito infeliz nessa relação. Sinceramente eu não me sinto mais a mulher de antes, me sinto um lixo. A Juliette alegre, extrovertida e cheia de vida morre a cada dia que eu estou do seu lado.
Paulo: me diga quem é ele. Me diga Juliette. – ele falou tacando um vaso na parede.
Juliette: ele quem? Tu acha que eu tô te traindo? Eu nunca te trai Paulo. – falei firme.
Paulo: você é da lama Juliette... De mulheres do seu nível eu posso esperar tudo. Com certeza você tem outro. Ah quanto tempo você me evita? Ah lembrei... Tem quase um mês que você não quer transar comigo. – ele caminhou até mim e eu me afastei dele rapidamente por que achei que iria apanhar.
Juliette: para Paulo. Eu não tenho outro homem. Eu não faria isso com você. A gente só não funciona mais, acabou tudo e hoje Deus me revelou claramente que não seremos felizes juntos.
Paulo: você é péssima, você é ridícula. Uma mulher sem graça e broxante.
Juliette: Paulo, vai embora daqui! Por favor...
Paulo: A pior mulher que eu já tive o desprazer de transar. Que bom que é você quem tá terminando e assim eu poderei arrumar uma mulher que queira tudo comigo. Que se entregue totalmente ao prazer. Você é fria Juliette. Pra quê usar esses trapinhos aqui? – ele falou pegando uma peça íntima minha. - Não tem fogo mesmo... Ah esqueci... É só marketing mesmo.
Juliette: não seja ridículo Paulo. Tu não tá nem aí para o meu prazer. Tu só pensa em você e no seu ego. Assuma que tem nojinho de mim. Se eu sou tão ruim, bom tu também não é.
Paulo: cala a boca... Que isso aí que tu queria que eu fizesse não é algo deixado por Deus. Não tem função de gerar filhos. – ele falou com ira.
Juliette: e o quê tu queria também não tem função de gerar filhos, mas na última vez tu quase me forçou a fazer, mesmo eu te implorando para parar. Será que seria tão monstro ao ponto de tentar me violentar? Sinceramente, eu acho que sim, por isso não permiti que tu encostasse mais em mim, você é terrível Paulo. Como pude achar que tu seria homem pra mim? Eu estava louca.
Paulo: desgraçada.
Paulo vinha com tudo pra cima de mim e só não me acertou um murro por que meu irmão entrou no meio.
Preto: na minha irmã não. Tu não é macho pra bater nela. – disse segurando o braço dele e torcendo.
Paulo: ai ai... Me solta sua marica... Me larga maldito. – ele gritava enquanto Preto lhe torcia o braço.
Meu irmão lutava atualmente artes marciais e óbvio que Paulo não seria pálio para um faixa preta.
Preto: tu vai sair daqui agora e nunca mais vai pensar em se aproximar da minha irmã, seu desgraçado. Entendeu?
Paulo: nunca mais quero ver essazinha na minha frente. Você é patética Juliette. Uma mulher sem cultura, sem talento, sem beleza e sem tesão. Graças a Deus eu me livrei de você.
Ele saiu sendo rebocado por Preto e eu me sentia um lixo. Eu tava muito mal e sentada no chão do quarto, vi o meu moletom dentro de um dos sacos de lixo.
Busquei ele e me agarrei naquela peça que sempre me dava paz. Fechei os meus olhos e me imaginei recebendo um abraço carinhoso do homem que eu verdadeiramente amava. Logo em seguida, fui amparada por mainha e por meu irmão.
Fátima: ôh minha fia. Eu achei que ele era ruim mas não desse jeito. Ele foi desumano.
Preto: cachorro desse... Tratando minha irmã feito lixo. Eu deveria ter quebrado a cara dele.
Juliette: ele queria me bater. – falei entre soluços.
Preto: agora passou irmã. Passou.
Eu fui levada por mainha até o seu quarto e ela me deixou lá, já que o meu quarto estava uma zona. Eu chorei tanto que o travesseiro ficou molhado. Me cansei tanto que acabei dormindo. Dormi muito e profundamente me permitindo até sonhar.
Quando despertei comecei a me lembrar de trechos do meu sonho.
“ Eu estava em um lugar bonito, verde e florido. Eu caminhava até um monte e começava a ouvir um choro de um bebê. Eu buscava essa criança até encontrar um senhor de uns 80 anos no meu caminho.
Juliette: senhor... Onde está o bebê? Eu preciso salvá-lo. Ele está chorando. – eu dizia em certo tom de desespero.
Senhor: filha... Não tenha pressa. Não seja impaciente. Você o encontrará. – ele dizia calmamente
Juliette: como vou saber que é ele quando o encontrar?
Senhor: você saberá, não sentirá o mínimo de dúvidas.
Juliette: e se houver outro no caminho.
Senhor: não haverá. Tudo que estiver entre vocês passará... Por que ele é seu.
Juliette: mas eu não tenho filhos, como ele é meu?
Senhor: por que ele é seu mas só chegará no tempo certo. Não tenha pressa.
Juliette: Eu não consigo entender por quê?
Senhor: certas coisas filha, não precisamos entender, só sentir.
O senhor saiu caminhando e acabou sumindo e eu fiquei perdida. O choro do bebê se calou e eu acordei chorando porque no meu subconsciente eu entendi que nunca conseguiria achar aquela criança.”Chorei bastante e mainha estava ali do meu lado, eu me senti ainda pior.
Juliette: mainha... Eu sei que não vou conseguir ser mãe nunca. Eu sinto e com esse sonho de agora. – disse abalada.
Fátima: minha fia. Só virá no tempo certo. Quem sabe não era o choro do seu anjinho que Deus tá preparando.
Juliette: mainha nenhum homem vai me querer. Principalmente se o Paulo for a mídia dizer os absurdos dele. Dizer que eu sou fria e tantas outras coisas. Aquele imbecil, estúpido.
Fátima: mais Juliette... Será que esse homem te deixou abestada foi? Menina acorde, tu sempre foi uma boa mulher. Eu testemunhei um certo caboclo sair com o sorriso de orelha a orelha depois de dormir com você. Pare de pensar besteira mulher. Reaja, tu é nova e bonita. Vai sim me arrumar um bom genro. Eu creio.
Mainha me passava toda a sua calma e amor de mãe, e aos poucos consegui ficar mais calma. Quando consegui me senti melhor resolvi ligar para meu amigo Hugo e iria dá a informação exclusiva para o seu portal. Era o primeiro passo para a minha libertação completa do peste do Paulo.
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Opostos que se atraem
FanfictionOpostos não deveriam se atrair, mas se atraem. Quando isso acontece um turbilhão de emoções surgem e também muitos conflitos internos e externos. É possível vencer tantas diferenças e ter uma relação plena e feliz? Essa é uma história para viajar n...